Foi divulgada esta semana a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, realizada a semana passada. Como muitos já imaginavam, o encontro decidiu por unanimidade reduzir a taxa básica de juros para 13,75% ao ano. O documento relatando a reunião evidenciou a preocupação dos dirigentes com a atividade econômica abaixo das expectativas de curto prazo.
Segundo o relatório, a inflação recente ganhando patamares mais favoráveis mostrou-se dentro do esperado, principalmente sobre a mudança no cenário de preços de alimentos. Deste modo, o panorama aguardado para a inflação nos próximos anos pode indicar a possibilidade de flexibilizar a política monetária e reduzir ainda mais a Selic.
Essa flexibilização, contudo, está sujeita a fatores que favoreçam a conquista das metas estabelecidas para a inflação, especialmente para 2017 e 2018. Entre os aspectos que podem influenciar as mudanças estão o ritmo de recuperação econômica do país e os acontecimentos no cenário externo.
O Copom ressaltou que os esforços para a aprovação de medidas visando o equilíbrio das contas públicas são benéficos e essenciais para ajudar na retomada da economia brasileira. Assim sendo, o Comitê deverá manter-se atento aos próximos passos já que os acontecimentos neste âmbito têm forte influência no processo de desinflação.
Internacionalmente, os dirigentes crêem ser preciso acompanhar com cautela a evolução da política monetária dos Estados Unidos e buscar circunscrever os prováveis impactos para a economia do Brasil. Neste sentido, o Copom afirmou acreditar que o ambiente econômico para os países emergentes pode se mostrar desafiador ante às incertezas mundiais e o aumento da volatilidade dos preços dos ativos.
Um dia após a divulgação da ata da reunião do Copom, o chefe do Banco Central, Ilan Goldfajn se manifestou sobre o assunto. Ele disse que, se o cenário de redução de preços e de estabilização da inflação frente às metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional vislumbrado pelo Comitê estiver correto, é possível que o órgão agilize a redução dos juros no início do ano. O mercado financeiro, por sua vez, crê fortemente nesta possibilidade. Para o começo de 2017, há expectativa de que a taxa Selic seja reduzida em 0,50 ponto percentual, chegando a 13,25% ao ano.
A decisão unânime de corte nos juros, anunciada pelo Copom na semana passada, aconteceu no mesmo momento em que o IBGE (Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística) comunicou que houve queda do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre de 2016.
Devido ao anúncio de atividade em queda, houve pressão para que o Banco Central do país acelerasse o processo de corte dos juros, mas a instituição preferiu agir com cautela por hora. De acordo com o presidente do Bacen a pressão para estimular o crescimento da atividade econômica a partir do corte dos juros básicos é frequente.