Uma recente publicação do site oficial da Associação Nacional de Café dos Estados Unidos (National Coffee Association – NCA) trouxe informações importantes sobre o aumento no consumo de café no país americano. Segundo a associação, 66% dos norte-americanos agora bebem café todos os dias, o maior aumento desde que a NCA começou a rastrear dados. Os pesquisadores concluíram que o consumo de café em casa segue acima dos níveis pré-pandemia.
O consumo de café disparou para uma alta de duas décadas à medida que os americanos elaboram novas rotinas pós-COVID, de acordo com uma pesquisa exclusiva de consumidores divulgada na manhã de terça-feira (15/03) pela National Coffee Association (NCA). Os Estados Unidos são os maiores importadores e consumidores de café do planeta.
A maioria dos membros da NCA, que responde por mais de 90% do comércio de café dos EUA, compreende pequenas e médias empresas e inclui produtores, torrefadores, varejistas, importadores/exportadores, atacadistas/fornecedores e empresas da indústria afins.
Janela de oportunidade
Com a expansão do consumo em um país que já lidera a demanda mundial, abre-se uma janela de oportunidade para a diminuição da volatilidade dos preços dos cafés adquiridos pelos importadores. No setor, o livre mercado é uma realidade. O Brasil como maior produtor mundial, com sua oferta de grão de qualidade, tem grande potencial de suprir tal demanda e ser um player com boas condições de negociação, ampliando assim, seu market share. Além disso, a oferta brasileira de cafés de qualidade, arábica e canéfora, é outro diferencial diante de países que produzem uma só espécie.
O fato marcante nessa relação comercial é a eficiência na produção brasileira que viu sua produtividade saltar de 17,75 sacas por hectare em 2004, para 30,6 sacas por hectare em 2022, mesmo sofrendo com adversidades climáticas. Isso só foi possível por causa do alto investimento em pesquisas para melhoria do manejo em uma cafeicultura tão heterogênea. Tal investimento foi possibilitado pela gestão eficiente do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), sendo o Conselho Nacional do Café (CNC) seu maior guardião.
O cenário de 2022 se apresenta com muitos desafios. Ainda existem incertezas quanto ao volume de produção, os custos ainda se encontram em patamares elevados, o câmbio se mostra volátil e os embargos em razão do conflito Rússia x Ucrânia pesam nos contratos atuais das commodities. A maior preocupação do Conselho Nacional do Café (CNC) é que o produtor tenha uma remuneração digna, de forma que o cafeicultor esteja motivado a continuar as suas atividades no campo.