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Aumento da oferta de machos pressiona o preço em São Paulo

Publicado 05.04.2023, 08:48
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Por Marina Mioto, Alcides Torres e Jéssica Olivier

Após reação positiva nos preços nas últimas semanas, a maior oferta de bovinos pressionou para baixo as cotações do boi nas praças paulistas. O preço das fêmeas permaneceu estável.

A cotação do “boi China” permaneceu estável na comparação feita dia a dia nas praças pecuárias paulistas.

Região do Triângulo em Minas Gerais

Com as escalas de abate confortáveis e indústrias frigoríficas fora das compras, as cotações do boi e da vaca caíram.

Exportação de carne bovina in natura

Em março/23 foram exportadas 124,4 mil toneladas de carne bovina in natura. A média diária embarcada foi de 5,4 mil toneladas, queda de 29,6% comparada a março/22, o faturamento médio diário está em US$26,0 milhões, queda de 42,6% na mesma comparação.

As carnes brasileiras no exterior

A exportação de carne fechou 2022 com bom desempenho. O Brasil foi líder mundial no embarque de carne bovina e de frango e quarto no de carne suína. Em 2021, foi o quarto exportador de carne de tilápia.

Em 2022, frente a 2021, os embarques das carnes bovina, suína, frango e tilápia subiram 26,7% e o faturamento foi de US$45,4 bilhões.

Quadro geral

O volume exportado caiu nos últimos cinco anos, apesar do protagonismo brasileiro, mas assistimos a uma recuperação. A expectativa é que, em 2023, a exportação seja comparativamente maior.

Carne bovina in natura

Ao observar o desempenho dos últimos cinco anos, a exportação da carne bovina caiu apenas em 2021.

Após a confirmação de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da “vaca louca”, a exportação para a China foi embargada pelas autoridades brasileiras.  A China é a principal importadora da carne bovina nacional.

Em pouco mais de 100 dias de suspensão, o Brasil deixou de embarcar em torno de 200 mil toneladas de carne, correspondendo a US$1 bilhão (figura 1).

Figura 1.
Exportação de carne bovina in natura.

Fonte: Secex / Elaborado por Scot Consultoria

Em 2022, a exportação foi recorde em volume e faturamento. Somente em maio, julho e novembro o desempenho caiu em volume – em relação a seus pares em anos anteriores.

Carne suína

De 2018 a 2022, a exportação de carne suína in natura aumentou 84,2% em volume.

Tal crescimento é devido à China, a maior importadora da carne suína brasileira.

Em 2018, o plantel suíno chinês sofreu um surto de peste suína africana (PSA), reduzindo dramaticamente o rebanho. Por ser a principal carne consumida pelos chineses, a importação foi um paliativo.

Assim, até 2020, a importação chinesa aumentou. Com o restabelecimento gradual do plantel suíno, a demanda chinesa pela carne proveniente do Brasil vem diminuindo. Veja na figura 2.

Figura 2.
Exportação de carne suína in natura.

Fonte: Secex / Elaborado por Scot Consultoria

Carne de frango

A China também é a principal compradora de carne brasileira de frango. Entretanto, o volume importado está diminuindo. Em 2022, compraram 539,7 mil toneladas e, comparando com 2020 (672,7 mil toneladas), a retração foi de 19,8%.

A Arábia Saudita, também uma grande importadora, diminuiu as compras. A queda foi de 27,2% na mesma comparação, totalizando 340,1 mil toneladas em 2022.

Mesmo assim, o volume exportado continuou aumentando ano a ano. A conquista de mercados tem ocorrido, com outros países importando, por exemplo, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Coreia do Sul, Países Baixos, Singapura e México (tabela 1). 

Tabela 1.
Volume exportado, em mil toneladas, para os 10 maiores compradores da carne de frango do Brasil.

Fonte: Secex / Elaborado por Scot Consultoria

Em 2020, a pandemia de gripe (covid-19), disseminada a partir do primeiro trimestre do ano, afetou o embarque da carne de frango comparada ao ano anterior, cuja redução foi de 50 mil toneladas aproximadamente (1,19%).

Em 2021/22, a influenza aviária estimulou a exportação, visto que países produtores tiveram que abater grande número de frangos. O Brasil não teve ou tem casos da doença registrados.

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que integram o grupo dos 10 maiores exportadores de carne de frango, também foi um dos motivos do recorde de exportação, uma vez que outros países recorreram ao Brasil como alternativa.

Assim, a exportação aumentou 4,2% em volume em 2022, frente 2021 (figura 3).

Figura 3.
Exportação de carne de frango, ano a ano.

Fonte: Secex / Elaborado por Scot Consultoria

Carne de tilápia

A exportação de carne tilápia, que engloba o peixe inteiro ou seu filé, refrigerado ou congelado, faturou US$21,6 milhões referente ao embarque de 6,67 mil toneladas em 2022. Em relação ao ano anterior, faturamento e embarque aumentaram 50,9% e 56,2%, na mesma ordem.

O principal comprador são os Estados Unidos da América, representando 85,4% do volume exportado. As compras norte-americanas aumentaram 335,5% em 2022, frente a 2021, e totalizaram 5,7 mil toneladas (figura 4).

Figura 4.
Exportação de carne de tilápia, ano a ano.

Fonte: Secex / Elaborado por Scot Consultoria

Expectativa para 2023

A expectativa é de que o Brasil aumente a exportação de carnes.

Para a carne bovina, a projeção é de que um volume de 2,2 milhões de toneladas sejam consumidas pelo mercado externo, para a carne de frango, 4,85 de milhões de toneladas, e tilápia, em 11 mil toneladas.

Já a exportação de carne suína deverá crescer, mas com aumento menor, totalizando cerca de 1,1 milhão de toneladas.

São números exuberantes e que revelam o esforço dessas cadeias de produção em manter e melhorar a produtividade e, desse modo, ter uma produção suficiente para atender o mercado interno e servir o mercado externo, amenizando os déficits de produção de alimento no planeta.

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