Panorama Semanal de 26 a 30 de outubro*
DESTAQUES
A última semana de outubro foi marcada por alta volatilidade, com o alastramento de casos de Covid-19 na Europa e Estados Unidos e piora nas expectativas de recuperação econômica global. A proximidade das eleições americanas trouxe tensão ao cenário. E no Brasil, manutenção dos juros, desemprego recorde, privatização do SUS e intrigas no primeiro escalão do governo foram notícias de destaque.
COVID-19 E ECONOMIA
A pandemia voltou a impactar as bolsas de valores com intensidade, deixando clara a fragilidade da economia. Ainda sem uma vacina e com novas medidas de lockdown anunciadas na Alemanha e na França, as perspectivas de retomada econômica esfriaram.
ECONOMIA INTERNACIONAL
Olhando pelo retrovisor, os dados são bons. O PIB dos Estados Unidos registrou crescimento de 33,1% no terceiro trimestre de 2020. Já a economia da zona do euro teve avanço recorde de 12,7% no período, saindo da recessão.
Na China, o presidente Xi Jinping anunciou o 14º plano quinquenal do país, com foco em inovação, autossuficiência econômica e um ambiente mais limpo.
ELEIÇÕES AMERICANAS
Nos EUA o assunto são as eleições da próxima terça-feira, que acontecem sem que tenha havido um acordo sobre um pacote fiscal e em meio à crescente tensão racial após a morte de Walter Wallace, baleado pela polícia. A Suprema Corte permitiu que sejam válidas as cédulas de votação postadas até o dia da eleição, 3 de novembro, e recebidas até 3 dias depois. O número de votos antecipados já é alto e as projeções apontam para a vitória do democrata Joe Biden.
TAXA SELIC
No Brasil, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) manteve, por unanimidade, o juro básico da economia (taxa Selic) em 2% ao ano, e destacou que “as expectativas de inflação de longo prazo permanecem ancoradas”.
BRASIL
O desemprego, de acordo com o IBGE, atingiu 14,4% da população no trimestre encerrado em agosto: são 13,8 milhões de brasileiros sem emprego.
A polêmica da semana foi a privatização do SUS, com forte repercussão negativa nas redes sociais e posterior recuo do governo. Um decreto do Ministério da Economia falava em conceder à iniciativa privada a administração de Unidades Básicas de Saúde, o que poderia levar à privatização do Sistema Único de Saúde.
Na cúpula do governo, episódios envolvendo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, geram desconforto. Após embate com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, com reflexos na ala militar do governo, houve nova confusão. O perfil de Salles no Twitter direcionou ofensa ao Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a quem chamou de “Nhonho”. Salles alega que sua conta foi invadida.
Ainda na área ambiental, a ministra do Supremo Rosa Weber suspendeu por liminar decisão do Conama que permitia exploração comercial em áreas de restingas e manguezais.
Também repercutiram no noticiário as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o novo imposto digital, que chamou de digitax. Segundo Guedes, é uma necessidade para compensar a desoneração da folha das empresas.
A semana teve divulgação de balanços, entre os quais, de Petrobras (SA:PETR4) e Vale (SA:VALE3), que influenciaram positivamente os mercados.
No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 1,27%, em 96.582 pontos. Já o dólar se manteve praticamente estável (0,03%), cotado a R$ 5,765.
Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.
*Dados atualizados até às 9h30 de 30/10