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Balanços do Primeiro Semestre e Perspectivas na Política e Economia

Publicado 11.07.2018, 12:34
Atualizado 14.05.2017, 07:45

Chegamos à metade do ano e é importante um balanço para tentar enxergar o próximo semestre. Importante salientar que como será o ano de 2019 estará condicionado ao que fará o presidente eleito. O problema é que ninguém tem a mínima ideia sobre quem será eleito.

Sendo assim, é importante traçar quais as possibilidades de governabilidade para os quatro principais candidatos em disputa presidencial neste momento, Jair Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin. Temos também a possibilidade de um candidato do PT, desde que não sendo Lula, podendo ser Fernando Haddad ou Jacques Wagner, embora não descartando uma aliança do partido com um candidato de esquerda, como Ciro Gomes do PDT. Depois, falemos sobre o estado da economia atual e o que nos permite enxergar para este segundo semestre.

Na seara política, dentre os candidatos mais competitivos citados acima, temos os refratários à agenda de reformas estruturais (como da Previdência), considerados “antireformas”, como Ciro Gomes do PDT e quem for o escolhido do PT (Fernando Haddad ou Jacques Wagner); os “semireformas”, mais gradualistas, que veem esta agenda como importante, mas muito sujeita a revisões. Neste grupo podem estar Marina Silva, da Rede, ou mesmo o candidato que lidera as pesquisa, Jair Bolsonaro, do PSL. Por fim, temos os candidatos mais afeitos à agenda de reformas, os “reformistas”, como Geraldo Alckmin do PSDB e alguns de centro, como Álvaro Dias do Podemos, João Amoedo do Novo, Rodrigo Maia do DEM e Henrique Meirelles do MDB, estes dois últimos se continuarem na disputa. O problema é que neste elenco de candidatos, crescem nas pesquisas os mais populistas e refratários às reformas, como Ciro Gomes e Bolsonaro. Isso, aliás, é um ponto a ser considerado. Os candidatos populistas seriam aqueles que mais respondem aos apelos imediatos do eleitorado, geralmente classes sociais mais baixas e com menor instrução.

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Já entre os que defendem uma agenda econômica responsável e sem apelo populista, a posição nas pesquisas é fraca e, parece-nos, com baixa perspectiva de reversão. A consultoria Eurásia, por exemplo, vê nestes candidatos baixa probabilidade de irem ao segundo turno. Teriam chances de até 20%, contra 40% para Bolsonaro e 30% para Ciro Gomes.

Cabe observar também que Bolsonaro parece ter um teto de 20% de intenção de votos, alta rejeição, o mesmo acontecendo com Ciro Gomes, muito mais pela verve de posições muito polêmicas. Cabe observar também que ambos os candidatos possuem muito pouco tempo de rádio e TV, uma estrutura partidária frágil e posições que mais polarizam do que criam consenso entre a sociedade. Sendo assim, sendo eleitos e dado o quadro partidário ainda muito fragmentado no País, como eles conseguirão se manter e como serão costuradas as alianças no Congresso?

É neste clima eleitoral desalentador, portanto, que tentemos enxergar como deve caminhar a economia neste restante de ano.

Parece-nos óbvio, neste momento, que a greve dos caminhoneiros acabou contribuindo ainda mais para minar o pouco de governabilidade que ainda restava ao presidente Michel Temer em final de mandato, em claro processo de “sarneyzação”. Ele parece não almejar mais nada nestas eleições e qualquer conexão com os candidatos tende a miná-los ainda mais. Além disso, na agenda econômica poucas medidas devem avançar no Congresso neste ano.

Sobre a greve, o que mais chamou atenção foi o forte impacto sobre o ritmo da economia como um todo e as expectativas dos agentes. Pela tabela de projeções revisada ao fim, percebe-se o grande tombo levado pelo PIB, neste ano revisto para crescer entre 1% e 1,7%, contra 3,5% no início, assim como da inflação, mais próxima de 4,0% pelos IPCs, e a taxa de câmbio, por estes dias gravitando em torno de R$ 3,90.

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No caso do câmbio há de se salientar também a influência da política de juro do Fed. Na reunião do FOMC de junho os diretores definiram quatro ajustes para este ano, o que deve elevar a taxa de juros a algo entre 2,25% e 2,50% e no ano que vem, possivelmente, com mais dois ou três ajustes, fechando o ciclo em torno de 3,0% a 3,5%, considerada esta uma “normalização da política de juros do Fed”. Em função disso, os juros longos têm crescido bem menos, se mantendo entre 2,8% e 3,0%.

Sobre o mercado de trabalho, observa-se um movimento de lenta deterioração na qualidade das vagas geradas, aumentando a geração de empregos sem carteira assinada e por conta própria e se reduzindo os empregos com carteira. Neste caso, há de se observar que a taxa de desocupação, pela PNAD Contínua, recuou de 12,9% para 12,7% da PEA, algo também sujeito a um olhar mais cauteloso, pelo desalento, ou seja, pelo aumento de pessoas desistindo de procurar emprego.

Na gestão fiscal, também há alguma preocupação, já que é possível um aumento considerável das despesas nos próximos meses, visando manter a política de preços para o diesel dos caminhoneiros estável. Há de se considerar que o governo até aprovou em regime de urgência a reoneração da folha de pagamentos em 39 setores, o que deve gerar um reforço de caixa considerável, mas deve-se atentar também para a economia estar perdendo dinamismo, o que deve impactar na capacidade de recolher impostos do governo federal. Neste contexto, se espera um déficit primário consolidado fechando o ano em torno de R$ 140 bilhões, ainda com alguma folga diante da meta de R$ 159 bilhões para este ano.

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No front externo, o que vem causando algum desconforto são os embates entre os EUA de Donald Trump e variados parceiros, como a China, os países da União Europeia, neste caso, no contencioso da indústria automobilística e entre os membros do NAFTA, México e Canadá.

Enfim, vivemos tempos extremamente turbulentos e pouco podemos vislumbrar como deve terminar este ano e se iniciar o próximo, sob qual presidência? Será que esta instabilidade atual pode colocar nossa jovem democracia em risco? Isso porque algo a chamar atenção na greve dos caminhoneiros, além do “apartidarismo”, foi o crescente corporativismo, grande apoio da sociedade e demandas por uma intervenção militar. Isso nos fez recordar o governo Allende no Chile em 1972/73, derrubado também depois de uma greve de caminhoneiros, causando caos na economia do País. A pouca força do governo Temer em responder a algumas demandas destas categorias, em alguns casos beirando à chantagem, bem reforça a fragilidade do momento.

Sendo assim, será que estamos atravessando um momento de esgotamento do nosso regime político? Nossa democracia corre perigo? Por enquanto, não achamos. Só consideramos essencial que o presidente a ser eleito, além de legitimidade, precisa da autoridade necessária e apoio da sociedade para levar adiante sua agenda de governo, mesmo que esta permeada por medidas impopulares.

Devemos então nos ater ao que disse o estudioso de Havard Steven Levitsk no seu livro “How democracies die” (“Como as democracias morrem”). Disse ele que “todas as democracias enfrentam crises. O essencial para sua consolidação no longo prazo é ter capacidade de sobreviver a essas crises. Ou seja, manter as regras intactas até que a tempestade passe”.

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Em suma, que no pleito de outubro um presidente, alinhado com a agenda econômica de consenso, seja eleito e consiga fazer o que deve ser feito, mesmo com os desgastes na popularidade que estas decisões possam gerar. Não dá mais para cair na tentação de ajustes rápidos, indolores e curto prazistas que, por não serem consistentes e permanentes, acabam se desmanchando ao primeiro momento de crise mais aguda. Urge neste momento que as reformas sejam resgatadas, a iniciar pela da Previdência, além de uma profunda Reforma do Estado. Que assim seja.

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