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Bitcoin: Pressão sobre mineradoras de criptomoedas ainda pode derrubar o mercado?

Publicado 01.12.2022, 18:14
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Durante o “bull market” vivenciado até os últimos meses de 2021, o cenário econômico de bonança incentivou os mineradores a priorizarem crescimento em vez de eficiência, conseguindo alcançar alta lucratividade mesmo em um ambiente onde víamos o preço de eletricidade relativamente alto.

Bitcoin alcançando “all time high” a US$ 69.000, restrições às supply-chains geradas pelos lockdowns, impossibilitando a entrada no mercado de novo poder computacional na rede, proibição da mineração de BTC em junho na China, forçando metade da capacidade de mineração existente a desligar as operações... Cenário perfeito para as mineradoras atuantes, que viam altas receitas e baixa concorrência no mercado.

O preço médio de eletricidade industrial nos Estados Unidos era de US$ 73 por MWh, e os mineradores vivenciavam um cenário tão próspero de receitas que o custo de eletricidade era quase irrelevante. Mesmo as mineradoras pagando US$ 100 por MWh, valor consideravelmente acima do preço médio supracitado, conseguiam obter margens brutas de 82%.

O momento atual, no entanto, não tem sido nada animador, e a realidade impõe a necessidade de redução de custos para os players. A eletricidade, que representa, em média, 80% dos custos operacionais de uma mineradora, agora é o principal foco de minimização de custos. Para termos uma noção, a máquina ASIC Antminer S19j Pro, lançada em junho de 2021 e tida como uma das mais energeticamente eficientes no mercado, via à época seu preço de equilíbrio de eletricidade de mineração em US$ 567 por MWh no pico da “bull run”.

Agora, esse “breakeven electricity price” de mineração, com o mesmo equipamento, caiu 86% do topo para US$ 79 por MWh, enquanto o preço médio da eletricidade industrial nos Estados Unidos aumento para US$ 82 MWh. Em suma, mesmo o equipamento que é tido como um dos mais avançados no mercado já opera em prejuízo. Poucos players sobrevivem no cenário atual.

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Fonte: Hashrate Index

Vemos que, em novembro de 2021, a diferença entre pagar US$ 30 ou US$ 70 por MWh de eletricidade era quase imperceptível. Agora, no entanto, o impacto é de 50% na margem bruta, de forma que os mineradores que pagam US$ 70 mal conseguem sobreviver.

A maior parte do hashrate da rede Bitcoin, por sinal, é alimentada justamente por eletricidade com preços que variam entre US$ 30 e US$ 70 por MWh. O gráfico abaixo mostra a distribuição do custo operacional do hashrate do Bitcoin, cuja grande maioria é com eletricidade. Ainda há uma parte significativa do hashrate alimentada por preços de eletricidade acima de US$ 79, de forma que esses mineradores só conseguem se manter ativos operando com modelos da mais nova geração como Antminer S19 XP (BVMF:XPBR31)


Fonte: Hashrate Index

É importante deixar claro, no entanto, que não é somente de custos com energia elétrica que essas mineradoras tem que lidar, pelo contrário. Constantemente surgem novas máquinas ASIC de mineração mais avançadas no mercado, forçando estes players a renovarem sua frota de equipamentos para permanecerem competitivos. Para financiar esse processo, estima-se que tenham contraído empréstimos na casa de US$ 4 bilhões ao final do ano passado.

Agora, estes players estão encontrando dificuldades para adimplir com suas obrigações, devolvendo centenas de milhares de máquinas que serviram como colateral aos credores. New York Digital Investment Group, Celsius, BlockFi, Galaxy Digital e Foundry estavam entre os maiores provedores de financiamento para o setor.

O único meio de sobreviver no contexto atual é ter acesso à energia muito barata, e os players com operações insustentáveis tendem a ser gradualmente expurgados do mercado. Uma possibilidade é se reestruturar geograficamente perto de fontes de energia como gás natural ou energia hidrelétrica, por exemplo.

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Situação de alguns players do setor atualmente:

  • Iris Energy: A Iris Energy Ltd. disse neste mês que espera deixar de pagar US$ 108 milhões em empréstimos, que são garantidos principalmente por plataformas de mineração. A mineradora de capital aberto é mutuária da NYDIG, tendo tomado um empréstimo de US$ 71 milhões garantido por 19.800 rigs de mineração em março. 

  • Core Scientific Inc.: A Core Scientific, que decretou falência, tinha US$ 39 milhões em empréstimos garantidos por rigs de mineração com a NYDIG, além de US$ 54 milhões com a agora falida BlockFi, em setembro. 

  • Stronghold Digital Mining: já devolveu cerca de 26.200 rigs de mineração em agosto para quitar a dívida de US$ 67 milhões com a NYDIG.

  • BlockFi: A BlockFi realizou diversos empréstimos para mineradoras de bitcoin a altas taxas de juros. A quantia foi tão grande que a empresa passou a figurar como 2ª maior credora dessas empresas listadas em bolsa. Algumas das tomadoras de empréstimos foram Bitfarms, Cipher Mining e a própria Core Scientific, como citamos.

Respondendo à pergunta do título:

Dado o cenário de extrema pressão onde o bitcoin vem costurando exatamente o preço de custo de produção de BTC dos mineradores, aliado a todos os aspectos supracitados, em síntese podemos dizer que sim. Apesar da atividade relativamente resiliente do setor, temos visto as estruturas menos sólidas desligando suas máquinas, gerando uma queda no poder computacional da rede.

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Fonte: Glassnode

Com isso, o indicador Hash Ribbons, que historicamente marcou com precisão os momentos de capitulação do mercado, deu novo sinal de possível queda a partir do cruzamento de suas médias no que chamamos de “bearish cross”.

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Fonte: Capriole Investments

Não bastasse isso, desde ontem vimos aproximadamente 11.000 BTCs saindo das reservas dos mineradores, o que pode anteceder um forte movimento de despejo no mercado. Esta é a maior saída de moedas desde dezembro de 2020, e podemos estar diante de uma nova e forte capitulação. Já são 19.000 BTCs a menos desde o pico deste mês. Pode ser, também, apenas um rebalanceamento de carteiras, mas é válido ligar o alerta.

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