- Após uma alta de 40% desde abril, o bitcoin se aproxima dos US$106 mil, sustentado pelo rompimento da resistência dos US$87 mil.
- Com 97% dos investidores no lucro e posições abertas em derivativos em níveis recordes, cresce a cautela no mercado diante do risco de realização.
- Ainda assim, a forte demanda compradora e o fluxo institucional consistente mantêm o viés de alta predominante.
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O bitcoin retomou sua trajetória ascendente em abril, ao encontrar suporte pouco abaixo dos US$75 mil. Desde então, a criptomoeda valorizou-se cerca de 40% e atualmente se aproxima de US$106 mil. A tendência ganhou tração após a ruptura da resistência dos US$87 mil, movimento sustentado por elementos técnicos e fundamentos de mercado. Por ora, o ativo oscila entre US$102 mil e US$104 mil, com investidores monitorando possíveis sinais de realização de lucros no curto prazo.
Após testar suporte em US$94.200 no início de maio, o BTC avançou rapidamente até a faixa dos US$100 mil. No entanto, nos últimos dias, os preços consolidaram dentro do intervalo de US$102.700 a US$104.800 — região que coincide com a área de resistência que se estende até os US$109 mil, pico registrado em janeiro. A partir deste patamar, a última correção foi desencadeada, o que reforça a dificuldade atual de superação e levanta expectativas quanto a uma possível correção.
O nível dos US$106 mil se configura como um divisor de águas. Caso não consiga ultrapassá-lo, o preço pode recuar para US$99.400 ou mesmo retornar à zona de suporte em US$94.200. Ainda assim, a demanda compradora segue presente e, até o momento, o mercado tem absorvido bem as ordens de venda. Nesse contexto, o patamar de US$102.700 tende a atuar como suporte tático. Se respeitado, poderá viabilizar nova tentativa de rompimento da resistência superior.
Do lado comportamental, o aumento no volume de negociação e o acúmulo de posições abertas em derivativos indicam elevação na alavancagem e maior propensão a movimentos bruscos. Dados on-chain mostram que cerca de 97% dos investidores em bitcoin estão no lucro — uma condição historicamente associada a movimentos de realização. Além disso, cresce a demanda por opções de venda (puts), o que reflete maior cautela por parte dos agentes e esforços para proteger os ganhos acumulados.
Parte da valorização recente também pode ser atribuída à expectativa crescente de flexibilização na política monetária dos EUA. A divulgação de um dado de inflação abaixo do esperado reforçou a percepção de que o Fed poderá reduzir os juros em breve, favorecendo ativos de maior risco, como criptomoedas. O recuo nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano e o comportamento alinhado do bitcoin com o mercado acionário ampliaram a atratividade do ativo digital.
A entrada de investidores institucionais por meio dos ETFs também tem sido determinante. O fundo iShares bitcoin Trust (NASDAQ:IBIT), da BlackRock (NYSE:BLK), já acumula US$45,4 bilhões em captações. Apesar da desaceleração no ritmo de aportes — de US$319 milhões para US$115 milhões em um dia — o fluxo segue consistente. Um dos destaques foi o aporte de US$408,5 milhões do fundo soberano Mubadala, de Abu Dhabi, que administra US$302 bilhões em ativos. O movimento reforça a mudança de percepção sobre o bitcoin, que passa a ser considerado um ativo de reserva dentro de estratégias de longo prazo.
Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) também adotaram um tom construtivo, argumentando que o bitcoin pode superar o desempenho do ouro nos próximos meses. Essa visão se apoia na intensificação do interesse institucional, na maturação do mercado de derivativos e no avanço da integração regulatória.
Caso consiga romper os US$106 mil com volume expressivo e sustentação do sentimento positivo, o bitcoin pode mirar novas máximas, com projeções técnicas entre US$114 mil e US$125 mil, segundo extensões de Fibonacci.
Apesar do risco de correções pontuais, o viés estrutural da tendência permanece altista.
***AVISO: Este artigo tem fins meramente informativos e não constitui qualquer oferta ou recomendação de investimento.