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BNDES e Desonerações: Como Dilma Transferiu Dinheiro Para os Ricos

Publicado 29.01.2018, 13:45

O título é apelativo, mas não há outra forma mais direta de dizer o que aconteceu. O governo Dilma, a despeito de já ter acabado há mais de um ano, ainda sairá caro para o brasileiro nos próximos anos.

Podemos selecionar duas políticas que foram caras para o bolso do contribuinte, e que não trouxeram retorno algum: os subsídios do BNDES e a desoneração da folha de pagamento.

As duas políticas foram criticadas logo quando anunciadas, pois economistas mais experientes e versados na boa política econômica já sabiam o resultado catastrófico.

Em 2017 tivemos a divulgação do estudo [1] elaborado pelo professor Marcos Bonomo, do Insper, a respeito dos impactos do alto volume de crédito subsidiado disponibilizado pelo BNDES para “setores estratégicos” (ou campeões nacionais), que induziram a economia e “devolveriam” esse subsídio para a sociedade por meio de crescimento econômico e emprego.

Pois bem, os subsídios implícitos dados pelo BNDES chegaram a R$ 222 bilhões. Como ele era fornecido: o banco oferecia crédito por uma taxa muito abaixo do mercado (TJLP), e as vezes abaixo da inflação – o que é praticamente uma doação. Por exemplo, o banco estatal tinha que captar recursos no mercado numa taxa de 12% e emprestava para grandes empresas (que tinham acesso a crédito fácil por outros bancos) por cerca de 7%.

VPL dos subsídios concedidos

O único resultado desses empréstimos foi a elevação da nossa dívida em cerca de R$ 279 bilhões. Não houve incentivo para mais produção e a economia entrou em recessão do mesmo jeito.

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A outra política setorial que saiu cara, a desoneração da folha de pagamento, também foi alvo de estudos dos economistas agora em 2018. A desoneração se deu pela substituição dos 20% da contribuição patronal ao regime de previdência que incidem na folha de pagamento por uma contribuição entre 1% e 2% sobre o faturamento das empresas.

O objetivo era gerar incentivos para esses setores selecionados contratarem mais, dado a redução de seus custos. O problema é que os policymakers esqueceram que os incentivos podem levar a mais de uma escolha: uma delas seria justamente a de mais contratações, mas também a de aumento de carga horária dos trabalhadores já empregados, o que aumentaria somente o custo variável.

Nunca foi claro que esse tipo de política traria retornos reais para a sociedade, mas ainda assim foi colocado em vigor e a conta saiu bem salgada. No estudo [2] de Garcia et al. (2018), foi verificado que não há evidências reais de maiores contratações por setores contemplados contra setores não contemplados pelas desonerações.

Em estimativa recente, a economista Ana Paula Vescovi encontrou que o custo da desoneração da folha é três vezes o salário médio no Caged, dado que o programa de desoneração por trabalhador custa R$ 63 mil ao ano, enquanto o salário médio no Caged é de R$ 20,4 mil ao ano.

Em suma, Dilma poderia até ter boas intenções, mas escolheu as piores políticas para estimular a geração de emprego. De quebra, ainda transferiu grandes recursos da sociedade (via subsídio e desoneração) para grandes empresários e que não trouxeram retorno algum, além de aumentar a crise fiscal e o custo da dívida.

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Últimos comentários

Há boas intenções (às vezes) entre os Petebas - o que não era o caso da Dilmanta - mas o grande problema é que os barbichinhas de esquerda e as libelus não tem em mente as relações causa e efeito na economia. Há pobres? Resolvido: tira dos ricos.....   Não tem emprego? resolvido: gera uma distorção fiscal que resolve por três meses, mesmo que essa distorção leve 10 anos pra consertar... Não tem médico.? Potz, essa é mole: IMPORTA um cubano (que irá pedir asilo nos EUA quando puder)....Melhorar as condições da prática de medicina ? Ah, isso é demanda dazelite branca paulistana, que forma a maioria dos médicos. frescura !
Nenhuma boa intenção, a ideia era premiar as "campeãs" para que retribuíssem com o projeto criminoso de poder. Deu no que deu: a maior recessão de nossa história.
E aquele que só festejou a continuidade do fhc acompanhava tudo de perto. Policiava, orientava, determinava.
Mas que tragédia....E isso pq ela era uma economista...
COMO ELA FOI IMPEDIDA, NÃO PODEMOS COBRAR SEUS ERROS. NÃO LHE FOI PERMITIDO AS CORREÇÕES. CONTRADIÇÕES DO BRASIL. O MERCADO PREFERIU EDUARDO CUNHA.
Se não tivessem impedido, aqui ja iria estar pior que a Venezuela
Apenas boa intenção não adianta...A Dilma sempre foi muito limitada, e sempre se cercou de gente mais incompetente ainda. O fim dessa conversa todos já conhecem!
Excelente análise. Parabéns pelo artigo!
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