As cotações da arroba do boi gordo seguem em alta, refletindo a baixa oferta de animais prontos para abate neste período de entressafra. Segundo pesquisadores do Cepea, a menor oferta de boi gordo nas últimas semanas também se deve ao desestímulo de parte de produtores em confinar animais neste ano, especialmente devido aos altos preços da ração. Além disso, o dólar em patamar elevado tem estimulado as exportações brasileiras de carne bovina e, consequentemente, elevado a demanda de alguns frigoríficos, que buscam lotes de animais específicos para o mercado internacional. Já no atacado, a procura segue baixa, limitando as valorizações da arroba – vale lembrar que os preços de carnes substitutas, como a suína e a de frango, estão bastante competitivos frente à bovina. No acumulado parcial de agosto (31/7 a 29/8), o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa registra alta de 3%, e nos últimos sete dias, de 0,8%, com média de R$ 146 nessa quarta-feira, 29.
SUÍNOS: PROCURA AUMENTA E ELEVA COTAÇÕES DO VIVO EM ALGUMAS REGIÕES
Cepea, 30/8/2018 – O aumento da demanda por parte de atacadistas e o maior ritmo das exportações de carne suína sustentaram os valores do animal vivo nos últimos dias na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Entre 22 e 29 de agosto, o preço do vivo subiu 0,7% no mercado independente da região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), fechando a R$ 3,59/kg nessa quarta-feira, 29. Para a proteína, houve maior tendência de estabilidade nos preços. A carcaça especial negociada no atacado da Grande São Paulo teve preço médio de R$ 5,52/kg nessa quarta, 0,5% maior que o da quarta anterior, 22. No mercado de cortes suínos do estado de São Paulo, o valor do pernil com osso permaneceu estável, a R$ 5,72/kg.
CENOURA: ENTRESSAFRA REDUZ OFERTA E PREÇOS SOBEM COM FORÇA EM MG
Os preços da cenoura em agosto animaram os produtores de São Gotardo (MG). Na segunda semana do mês, a oferta diminuiu, elevando as cotações em 58,3%. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, o motivo da menor disponibilidade de raízes no mercado é o período entressafra, visto que alguns produtores postergaram a colheita da safra de inverno – já que ainda restavam variedades de verão 2017/18 no campo. Outros, por sua vez, optaram por realizar um intervalo na colheita, devido ao maior ciclo de desenvolvimento das cenouras no inverno por conta das baixas temperaturas. Assim, as raízes demoraram mais tempo para atingir a maturação ideal para colheita. Na parcial de agosto (até o dia 24), a caixa de 29 kg de cenoura "suja" teve preço médio de R$ 18,44 na praça mineira. Nos estados de Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, um número ainda menor de produtores iniciou a colheita das variedades de inverno, em comparação com o Cerrado Mineiro. Assim, a intensificação das atividades deve ocorrer apenas em setembro, quando o volume nacional deve aumentar e os preços, cair.