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O mercado pecuário voltou a registrar maior liquidez dos negócios de animais para abate nos últimos dias, com os preços se estabilizando e chegando a apresentar reajustes positivos, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, após sucessivas quedas ao longo de grande parte de julho, pecuaristas estão mais resistentes e, com isso, a oferta baixou em algumas regiões. No atacado da Grande São Paulo, os valores de todos os cortes da carne com osso tiveram pequenos aumentos nos últimos dias, o que não ocorria há 1,5 mês – desde 18 de junho –, ainda conforme levantamentos do Cepea. Pesquisadores ressaltam que agosto e setembro são meses críticos para as pastagens em grande parte do País. Muitos pecuaristas complementam a alimentação do rebanho mesmo que não tenham o objetivo de abate em curto prazo. Essa prática eleva os desembolsos do produtor e, neste ano, ocorre simultânea a preços menores de venda.
SUÍNOS: Carne suína perde competitividade frente às concorrentes
A carne suína perdeu competitividade frente às principais substitutas (bovina e de frango) em julho, apontam levantamentos do Cepea. Pesquisadores explicam que isso se deve às quedas menos intensas do preço médio da carcaça especial suína em relação às baixas verificadas para a carcaça casada bovina e o frango resfriado – todos no atacado da Grande São Paulo, no comparativo com as médias de junho. No mercado doméstico de carne suína, ainda conforme o Centro de Pesquisas, os recuos nas cotações do animal vivo não têm sido suficientes para impulsionar a demanda pelos cortes. Além disso, com o período de final de mês e o menor poder de compra da população, o ritmo dos negócios permanece lento.
FRANGO: Médias da carne recuam pelo 3º mês, mas superam as de um ano atrás
Os preços médios da carne de frango caíram em julho pelo terceiro mês consecutivo, apontam levantamentos do Cepea. O movimento de baixa, porém, foi o menos intenso desde as restrições impostas por parceiros comerciais, em decorrência da detecção de Influenza Aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS), em maio deste ano. Além disso, o Centro de Pesquisas aponta que as cotações da carne no último mês superaram as registradas em julho/24, em termos reais. Para o vivo, houve aumentos de preços tanto no comparativo mensal quanto anual. De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, essa valorização está atrelada à retomada gradual das exportações da carne por parte de importantes parceiros comerciais do Brasil, como África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Hong Kong e Vietnã.
OVOS: Fortes quedas de preços reduzem poder de compra
O poder de compra do avicultor de postura paulista frente aos principais insumos consumidos na atividade (milho e farelo de soja) diminuiu em julho, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, esse cenário se deve à queda mais acentuada nos preços dos ovos em comparação aos do cereal e do derivado da oleaginosa. Pesquisadores explicam que a retração na demanda pela proteína observada ao longo do mês, típica do período de férias escolares, pressionou fortemente as cotações. Em Bastos (SP), o preço médio dos ovos brancos tipo extra, a retirar (FOB) foi de R$ 149,48/caixa com 30 dúzias em julho (até o dia 30), 9,1% abaixo do de junho. Para os ovos vermelhos, a média de R$ 165,76/cx na região paulista caiu expressivos 10,3%, ainda conforme levantamentos do Cepea.
CITROS: Isenção do suco em tarifa dos EUA traz alívio ao setor
A decisão do governo dos Estados Unidos de isentar o suco de laranja brasileiro da tarifa adicional de 40%, prevista em ordem executiva publicada pela Casa Branca em julho de 2025, trouxe alívio imediato e estratégico ao setor, avaliam pesquisadores do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, a medida, que mantém o produto sujeito à sobretaxa de 10% mais a tarifa fixa de US$ 415/t, pode ser atribuída à dependência estrutural do mercado norte-americano em relação ao suco importado do Brasil, responsável por aproximadamente 60% de todo o volume consumido nos EUA. Para o Brasil, pesquisadores do Cepea afirmam que a isenção representa a preservação da competitividade em seu principal mercado externo e evita perdas de receita. Reforçam que esse cenário deve proporcionar a retomada de novos contratos de venda de laranja fruta da safra 25/26, trazendo mais clareza e liquidez ao mercado, que praticamente andou “de lado” nas últimas semanas.