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Bolha nos EUA? Mercado Muito Caro?

Publicado 19.04.2021, 15:45
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Essa semana vou focar em responder essa pergunta ou afirmação que ouço corriqueiramente quando o assundo é o mercado americano.

Ouço quase diariamente já há algum tempo uma justificativa, ou seria, desculpa mesmo, de muitos investidores acerca do investimento internacional, em especial nos EUA.

“Não invisto nos EUA porque tem uma bolha se formando lá” “Não invisto nos EUA pq as ações estão nas máximas” “Não invisto porque o múltiplo P/L do S&P é tanto” “Não invisto nos EUA porque a relação de capitalização de mercado com o PIB atingiu máximas…é bolha”

Existem diversas justificativas/argumentos mais ou menos embasados para essa decisão, mas me deixa aqui contrapor alguns.

(i) Bolha. Ouço o argumento de bolha há algum tempo. Uns falavam que o Trump estava fomentando uma bolha com os tax cuts; o FED com o juro baixo. Aí veio a crise, uma oriunda de um vírus que surge na China e afeta o mundo todo. Nada a ver com Fed ou Trump ou qualquer outro motivo. Então a lição que fica é: você dificilmente vai acertar de onde ou qual será o motivo de uma próxima grave crise no mundo.

(ii) Tem crise, o que fazer? Supondo que estamos na iminência de uma grave e grande crise, o que fazer?

  • Certamente não seria concentrar todo seu patrimônio em uma moeda de um país emergente ou em ações de uma economia emergente como o Brasil. Fora isso como já expliquei anteriormente, a renda fixa no Brasil destrói seu poder de compra. O dinheiro hoje aplicado na grande maioria dos ativos de renda fixa brasileiros estão corroendo o poder de compra do investidor dado que a taxa de juros real é negativa.
  • Mais do que nunca você precisaria ter reservas em moeda forte como o dólar e diversificar com ouro de repente.
  • O que aconteceu na ultima grave crise (2020)? Flight to quality (voo para a qualidade)! Então, se houver essa bolha que muitos falam melhor estar aqui nos EUA.
  • Mercados são correlacionados. Crise imobiliária de 2008 derrubou TODOS os mercados do mundo, então não se iluda achando que não investir no mercado americano vai te proteger.

(iii) Muito caro. Alguns mais entendidos começam a ver alguns gráficos que mostram os índices americanos nas máximas.

  • Gráficos só mostram o passado, experimenta olhar o gráfico do S&P 500 até 2018: estava na máxima. Depois até 2019, estava novamente na máxima. Até a Covid-19 estava na máxima. Mercado desaba, olha em dezembro, estava na máxima. Sempre vai haver uma nova máxima e muitos seguem dizendo que não vale a pena entrar porque está na máxima.
  • Alguns citam uns indicadores como o índice de capitalização de mercado vis a vis o PIB, algo que o próprio Buffet cita. Questão é que apesar de citar isso o Buffet segue com seu portfolio, ele não zerou todas posições e saiu do mercado. Fora que a perspectiva é de um crescimento forte de PIB para esse e o próximo ano aqui nos EUA, com isso teríamos o catchup do PIB com o índice? Quem sabe?
  • A relação P/L do S&P que parece alta.
Gráfico de negociação do mercado
  • Aí temos 4 coisas
    • juros baixos tornam aceitável e justo para o mercado mais alto, logo, o passado pode não ser uma boa referência;
    • com crescimento de PIB talvez o crescimento do “L” surpreenda e tenhamos um múltiplo (olhando pra frente) não tão caro quanto parece. Veja que essa semana que passou os bancos reportaram resultados que surpreenderam.
    • O S&P é um índice composto por 500 ações, mas que tem uma certa concentração. Cerca de 50% da carteira é concentrada em 50 ativos e os outros 50% nos demais 450 ativos. Então o múltiplo do S&P acaba sofrendo forte influência dessas 50 maiores posições do índice e talvez não reflita tão bem a realidade do mercado americano.
    • Não me entenda mal, sim, é sempre possível que algumas ações estejam caras. Mas, o mercado americano oferece mais de 6.000 ativos, não são 50, não são 500, são 6.000! O P/L do S&P pode estar em 30x, mas o do JPMorgan (NYSE:JPM) (SA:JPMC34) está em 12x ou do Citigroup (NYSE:C) (SA:CTGP34) em 9x, abaixo o múltiplo foward dos bancos.

Fora isso, quado olhamos a ECONOMIA, veja como os indicadores se mostraram fortes…

VAREJÃO….

As vendas no varejo “explodiram” em março. Quem disse isso não foi eu, mas sim a CNBC. Crescimento de 9,8% em março ante fevereiro de 2021 (mercado esperava +6.1%), refletindo os cheques de US$ 1400,00 – vide gráfico da Pantheon Macroeconomics (esquerda). Os consumidores americanos voaram para bares, restaurantes e lojas, a economia que começa a reabrir e operar normalmente – vide gráfico da direita. Artigos esportivos, vestuário e alimentos e bebidas lideraram os ganhos nos gastos e contribuíram para o melhor mês para o varejo desde maio de 2020, quando tivemos os primeiros cheques do governo. O segmento de bares e restaurantes reportou aumento de 13,4% nas vendas, graças ao relaxamento cada vez maior das restrições à medida que as vacinas da Covid aceleravam a um ritmo de mais de 3 milhões por dia.

Gráfico de vendas no varejo e setores que mais lucraram no e-commerce

INDÚSTRIA AQUECIDA

Tivemos as pesquisas regionais do FED (Banco Central americano) mostrando que a indústria também está apresentando números fortes. O índice New York EmpireState Manufacturing Index subiu para 26,3 num nível entre os mais altos dos últimos anos. Semelhantemente o FED da Filadélfia também atingiu novas máximas.

Gráfico do índice Index do mercado americano

MAIS EMPREGO NO MERCANO AMERICANO

Além disso a semana marcou um indicador importante que foi a redução dos pedidos de auxílio desemprego. O relatório divulgado na quinta mostrou que os pedidos de seguro-desemprego despencaram, com o Departamento do Trabalho relatando 576.000 novos pedidos na semana encerrada em 10 de abril, número esse sensivelmente menor que os 700 mil de projeção do mercado.

Gráfico com número de pedidos de seguro-desemprego no mercado americano

CONFIANÇA DO CONSUMIDOR NO MERCADO AMERICANO

Com empregos sendo gerados, reabertura da economia e crescimento sendo observado em diferentes setores, não é de se espantar que a confiança do consumidor americano siga em alta.

Gráfico com Índice de confiança do consumidor no mercado americano

MERCADO IMOBILIÁRIO AQUECIDO NA ECONOMIA AMERICANA

E com emprego, renda e confiança em alta, fica mais fácil entender por que o setor imobiliário americano segue aquecido. Dados de licenças para novas construções se mostraram bem robustos. O Departamento de Comércio disse que os pedidos para construção de novas casas tiveram aumento de 19,4%, superando as estimativas, alcançando 1,74 milhão de pedidos em março, níveis esse comparados somente a 2006. Seguimos vendo forte momentum no segmento com estoques baixos e procura forte.

Time series US housing starts
March 2021 highest since 2006

RESULTADOS AJUDAM NO MERCADO AMERICANO

Fora isso essa semana tivemos resultados dos bancões americanos os quais bateram as expectativas do mercado, apesar de suas ações não terem tido uma performance exuberante na semana – entendo que uma realização normal depois das altas observadas nos últimos meses.

Imagem

Não só bons resultados como uma visão otimista pela frente. No call com analistas, o CEO Jamie Dimon adotou um tom otimista para o futuro econômico de curto prazo nos EUA. “Com todos os gastos de estímulo, gastos potenciais com infraestrutura, flexibilização quantitativa, fortes balanços patrimoniais de consumidores e empresas e euforia em torno do fim potencial da pandemia, acreditamos que a economia tem potencial para ter um crescimento extremamente robusto e plurianual,” disse ele.

Aliás não foram só os CEOs dos bancos que se mostraram otimistas. O CEO Bed Bath & Beyond (NASDAQ:BBBY), Mark Tritton, comentou que a vacinação está “gerando um nível mais alto de confiança do consumidor” e “Isso definitivamente está afetando nossas tendências de tráfego.” O CEO da Levi (NYSE:LEVI), Chip Bergh, disse na semana passada que havia “muita demanda reprimida de pessoas presas em casa, sem realmente fazer muitas compras”.

E A BOLSA?

Como todos esses dados e otimismo vigente não é de se espantar que os índices americanos estejam nas máximas. Aí o investidor se pergunta: deveria eu investir agora que o mercado está nas máximas?

Os analistas do UBS revisaram suas estimativas para bolsa americana e ajudam a responder essa pergunta.

“Embora investir em altas históricas possa ser assustador para alguns, acreditamos que há mais vantagens pela frente”.

Eles revisaram seu target para o índice S&P para 4.400 pontos para o fim do ano e em suas projeções, o UBS da preferência para os setores de consumo discricionário, energia, financeiro e industrial. O banco também prefere empresas de valor ao invés de crescimento, além das small e mid caps em detrimento das large caps. Visão semelhante tem o Scotia Bank, que elencou setores de sua preferência – vide gráfico abaixo.

Gráfico com os setores que terão o melhor desempenho nos próximos 12 meses no mercado americano.

Quanto mais o mercado sobe, mais cautelosos devemos ser. Importante não levar investimentos como um oba-oba e ter sempre a noção de que existem riscos. Mas, isso também não quer dizer que você deve vender todas suas posições e sair do mercado. O mercado americano tem mais de 5.000 ativos e alternativas diferentes de investimentos em setores. Nesses momentos de alta agregada do mercado, o que vale é a seletividade.

Essa semana que se inicia temos diversos balanços sendo divulgados. Foco e driver principal do mercado a meu ver será isso:

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Últimos comentários

Parabens, William
o negócio é pegar metade do $$ é diversificar o maximo possivel é a outra metade gastar com vontade. Comida bebida e muita zoada. Porque a vida é curta .kkkkkl
Olá Will, mas quero ver quando acabar as generosas mesadas do governo americano! e as vacinas não surtirem efeito contras as variantes da peste chinesa! Israel (país mais vacinado) já enfrenta grande temor com a variante indiana! a bolha é real sim com a peste em novas versões também!
Vlw Will
muito bom!!
obrigado !
excelente.
belo artigo tchê! 😉
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