Subdesenvolvimento
Pode parecer loucura o que vou dizer, mas não me importo.
Brasil está em vantagem em relação aos desenvolvidos.
Veja nossos problemas: inflação, juros altos, recessão.
E os problemas deles: zero de inflação, zero de juros, estacionariedade.
Nossas mazelas são clássicas, largamente tratadas no texto e na prática.
As deles são incógnitas, armadilhas inéditas de liquidez.
Saudade
Americanos, europeus e japoneses talvez não admitam, mas invejam o caso brasileiro.
“Que saudade do tempo em que tínhamos inflação!” - eles diriam, se pronunciassem saudade.
“Que saudade dos juros positivos!”.
Nós, brasileiros, rodamos na política fiscal.
Já eles rodaram na monetária.
Por incrível que pareça, é mais fácil aumentarmos superávit primário do que eles aumentarem juros.
T.I.N.A.
Isso tudo tem um motivo que será.
Deixa-me esperançoso do dinheiro gringo que pode aportar no Brasil, em busca do último dos moicanos.
Somos aquele antigo mundo em que problemas conhecidos podiam ser tratados com soluções comprovadas.
Gerando, então, grandes upsides.
Se não há mais alternativas lá fora, não precisamos ser perfeitos para chamar atenção.
Leave the kids alone
Melhor ainda se nossos problemas não forem aprofundados pelos dos EUA.
Os juros por lá, quase certos para subir em julho, hoje refugaram.
Graças ao employment report de maio, que mostrou criação de vagas muito abaixo do esperado.
Os emergentes comemoram pelo lado da liquidez, mas deveriam se preocupar pelo lado dos fundamentos.
Se o crescimento dos EUA sumir, some também o prêmio de consolação para a economia global.
Confia em mim
E quanto ao nosso próprio prêmio? Chega quando?
O gráfico abaixo compara Ibov em dólares e as confianças do consumidor calculadas pela GV (amarelo) e pela CNI (verde).
A semelhança é notável. Movimentos na confiança são acompanhados de movimentos na Bolsa.
Tivemos uma forte melhora na confiança calculada pela CNI (linha verde) em maio.
Teremos uma forte melhora no Ibovespa em junho?
Sentiremos na veia, por meio das Melhores Ações da Bolsa