- BTC e ETH continuam voláteis após dados econômicos nos EUA.
- Um rali de alívio parece possível, mas apenas no curto prazo.
- Tecnicamente, a ação de ontem indica um possível padrão de armadilha para os vendidos.
Após a divulgação do tão aguardado relatório de inflação nos EUA, a volatilidade nos criptomercados aumentou consideravelmente. Assim como as ações americanas, o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) registraram inicialmente uma forte queda e depois reverteram para cima, fazendo com que o sentimento positivo continuasse na janela asiática de negociações.
Mas, apesar da virada altista, não há mudança no atual padrão das criptomoedas, que se movem unicamente com base em dados macroeconômicos. E, como mostrou a última ata do Fomc, o banco central dos EUA provavelmente manterá sua postura rígida por enquanto.
Como o mercado reagiu de forma positiva ontem, é possível que vejamos um rali de alívio de curto prazo nos mercados de risco, inclusive na arena cripto, antes da decisão de juros do Fed em novembro. Mesmo assim, isso só reduziria o impacto da pressão de venda, sem reverter a tendência de baixa maior.
A perspectiva de ontem se refletiu nos gráficos das criptomoedas como um padrão de armadilha para os vendidos. O Bitcoin repicou em direção a US$ 20.000, após recuar para US$ 18.190 nas últimas 24 horas. O Ethereum, por usa vez, retornou rapidamente para a faixa de US$ 1300, após testar a região abaixo de US$ 1200. As mínimas testadas por ambas as criptomoedas foram notáveis.
Qual é a perspectiva para o Bitcoin?
O Bitcoin começou a semana testando níveis abaixo da região de resistência. O compradores, que mantiveram o nível de US$ 19.000 na primeira metade da semana, encararam o recuo do BTC para US$ 18.200 na volatilidade de ontem como uma oportunidade de compra no fundo, levando o criptomercado a mudar sua direção para cima.
No entanto, talvez seja cedo demais para dizer que as coisas mudaram para o Bitcoin. Embora as últimas 24 horas de volatilidade tenham sido positivas, o gráfico do BTC mostra que os níveis críticos de resistência ainda precisam ser rompidos.
Primeiramente, se avaliarmos o price action positivo, a mínima desta semana mostrou que a região de US$ 18.000 é um sólido ponto de suporte. De fato, essa área vem se segurando desde junho de 2022, que registrou o mais forte declínio semanal. Esse movimento reforçou a narrativa de que o fundo no Bitcoin está na zona de US$ 18.000.
Por outro lado, em vista da reversão altista na sessão americana e a ação de compra subsequente na Ásia, o Bitcoin acabou superando a região de resistência a US$ 19.400 – 19.500. Isso pode ser visto como mais um comportamento positivo, já que a criptomoeda superou valores de médias móveis exponenciais de curto prazo. Além disso, o IFR estocástico no gráfico diário virou para cima a partir de um território sobrevendido, refletindo o potencial altista.
No entanto, como mostra o gráfico diário, o BTC/USD ainda precisa romper a linha de tendência de baixa desde março, apesar do repique recente. Dessa forma, se o preço do BTC continuar abaixo de US$ 19.600 no fechamento diário, a pressão vendedora deve se renovar.
Em um cenário otimista, se o Bitcoin fechar acima de US$ 19.900, testado no início do dia, podemos interpretar o movimento como um rompimento da linha de tendência de médio prazo, e o BTC pode novamente ganhar força em direção a US$ 21.000 na semana que vem.
Em suma, embora US$ 19.400 seja o suporte mais próximo na zona inferior, US$ 19.600 atuará como primeiro preço de resistência na zona superior, seguido de US$ 19.900. Pelo lado da baixa, o BTC/USD pode recuar para a outra zona de suporte a US$ 18.600 – 18.800.
Ethereum continua dentro de uma consolidação
O Ethereum voltou a se movimentar dentro do canal, após a volatilidade de baixa ontem. A moeda andou de lado entre US$ 1275 e 1340 desde a segunda quinzena de setembro.
O ETH, que atingiu US$ 1340 nas primeiras horas do dia, tocou a resistência da média móvel exponencial de 21 dias nesse ponto e recuou, mas a perspectiva segue positiva.
A segunda maior criptomoeda do mundo vem se movimento junto com o mercado recentemente, com uma alta correlação com o Bitcoin. Isso sugere que os efeitos positivos da grande atualização do Ethereum, chamada Merge, ainda não foi plenamente precificada. No entanto, dados iniciais do Merge mostram que a emissão de Ethereum sofreu uma drástica redução.
Devemos notar, entretanto, que a queda na oferta teve início recentemente. Por outro lado, o número de endereços abertos na rede do Ethereum na semana passada também teve um salto para um novo recorde diário. Toda essa dinâmica interna parece ainda não ter sido precificada no Ethereum.
Tecnicamente, podemos ver que a atual faixa de US$ 1340 a US$ 1350 pode atuar como primeira zona de resistência para o preço do ETH. Portanto, um fechamento semanal acima dessa região pode ser visto como um sinal de alta até a média móvel de três meses a US$ 1500 no curto prazo.
Por outro lado, o primeiro preço de suporte para o ETH, US$ 1300, e a linha do fundo do canal a US$ 1275, podem ser vistos como um ponto mais crítico de suporte.
Aviso: O autor atualmente não possui nenhum dos ativos mencionados neste artigo.