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Câmbio Ainda Não Compensa Redução dos Preços em Dólar no Agronegócio

Por CepeaCommodities26.11.2015 11:33
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Câmbio Ainda Não Compensa Redução dos Preços em Dólar no Agronegócio
Por Cepea   |  26.11.2015 11:33
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O volume exportado pelo agronegócio brasileiro avança para bater o recorde de 2013. Ao mesmo tempo, cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, sinalizam que, pelo segundo ano consecutivo, o faturamento em dólar vai diminuir. Até setembro, a diferença negativa estava em 12%, comparativamente a jan-set/2014 – o acumulado era de aproximadamente US$ 67 bilhões. Com a ajuda do câmbio, a receita agregada do setor, em reais, vai para o positivo, mas o ganho está em apenas 2,5%.

No mesmo comparativo (jan-set/15 frente a jan-set/14), o Real se desvaloriza 15% (Índice de Câmbio Efetivo do Agronegócio brasileiro – IC/Cepea), mas a queda dos preços em dólares é de 18,7%. Com isso, em reais, os preços de venda ao exterior (Atratividade das exportações – IAT/Cepea) estiveram 6% menores.

Paralelamente aos resultados da parcial deste ano, os pesquisadores analisam o desempenho também nos últimos 12 meses e, especificamente, em setembro (Tabela 1). A partir desse conjunto de períodos, concluem que estão se acentuando as tendências de queda dos preços internacionais e também de aumento do volume. O resultado positivo para o agronegócio, mais uma vez, vem do câmbio, que em setembro esteve 42% mais favorável aos exportadores do que há um ano.

Resumo do desempenho das exportações do agronegócio
Resumo do desempenho das exportações do agronegócio

Entre os produtos tradicionalmente exportados, apenas café, açúcar e carne bovina não tiveram aumento de volume no comparativo dos primeiros nove meses de 2015 com o mesmo período de 2014, conforme cálculos do Cepea. Já entre os que avançam, o destaque tem sido o óleo de soja, com expansão de 20,4%. Seus principais compradores foram Índia, responsável por 41,9% das vendas brasileiras na parcial deste ano, e China, com 15,8%.

Outros produtos que também tiveram aumento do volume embarcado foram: frutas (16,5%), suco de laranja (15,2%), milho (11,3%), soja em grão (11%), madeira (9,6%), celulose (7,9%), carne suína (6,8%), carne de aves (6,2%), farelo de soja (5,4%) e etanol (3,5%). Os embarques de café tiveram ligeira diminuição (0,36%), enquanto as vendas externas das carnes bovinas (16,25%) e de açúcar (5%) tiveram quedas mais expressivas (Figura 1).

Variação do Volume das Exportações para Produtos Específicos
Variação do Volume das Exportações para Produtos Específicos

Por outro lado, quase todos os produtos tiveram queda dos preços de exportação (IPE-Agro/Cepea). No comparativo dos nos nove primeiros meses de 2015 com o mesmo período de 2014, somente o café teve aumento, de 3,02%. O etanol apresentou a baixa mais acentuada, de 25,1%, seguido pela soja em grão (24,4%), farelo de soja (23,12%), carne suína (21,9%), óleo de soja (19,2%), açúcar (16,2%), carne de aves (13,1%), milho (12,1%), frutas (8,33%), suco de laranja (8,21%), carne bovina (6,69%), celulose (6,22%) e madeira (5,77%).

Mas, sob o efeito do câmbio, madeira, celulose, carne bovina, suco de laranja, frutas, milho e das carnes de aves conseguiram ter seus preços internalizados em reais (IAT-Agro/Cepea) maiores que os do mesmo período do ano passado. Já o complexo da soja, carne suína, açúcar e o etanol continuam no negativo – o câmbio não foi suficiente para compensar toda a queda do preço externo (Figura 2).

Variação percentual da Atratividade da Exportação
Variação percentual da Atratividade da Exportação

LONGO PRAZO - O volume exportado pelo agronegócio brasileiro aumentou 256% entre 2000 e 2015 (médias anuais). Os preços externos apresentaram tendência de crescimento no início da série (2000), mas houve reversão desde 2011, e que se acentuou em 2015. No entanto, comparando-se a média dos primeiros nove meses de 2015 com a de 2000, ainda há alta dos preços em dólar na casa de 68%, acima da valorização do Real neste período (42%). Desde 2005, por exemplo, na média dos principais produtos exportados, a atratividade das exportações (preços em reais) tem oscilado pouco e se mantido em níveis próximos ao observado no ano 2000. Em 2015, os preços em reais (atratividade das exportações do agronegócio – IAT/Cepea) estão apenas 2% menores que os de 2000 (Figura 3).

Índice de Preços de Exportação do Agronegócio
Índice de Preços de Exportação do Agronegócio

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