A colheita de café arábica da safra 2023/24 está praticamente finalizada nas principais regiões brasileiras. Levantamento do Cepea mostra que, nas praças de Mogiana (SP), Sul de Minas, Matas Mineiras e Espírito Santo, ainda restam apenas pequenos volumes de café de varrição a serem recolhidos. Em Garça (SP), agentes consultados pelo Cepea estimam que os trabalhos estejam em mais de 90% do total – eles também informam que esta temporada foi marcada por um elevado volume de cafés de chão, ainda em processo de recolha. No Cerrado Mineiro e no Noroeste do Paraná, as atividades estão entre 92% e 95% do total. Nesta safra, a qualidade dos grãos está ligeiramente inferior à do ciclo 22/23. Agora, as atenções se voltam ao início das floradas, que já abriram em alguns talhões (principalmente nos irrigados).
ARROZ: INDICADOR SE APROXIMA DOS R$ 100/SC
As cotações do arroz em casca continuam subindo no Rio Grande do Sul, e já se aproximam dos R$ 100/saca de 50 kg, patamar que não é verificado desde o início de dezembro de 2020. Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda está firme, mas vendedores estão retraídos para novos negócios. No geral, a liquidez no mercado sul-rio-grandense está baixa, diante, entre outros fatores, de preocupações quanto ao impacto do ciclone extratropical no estado. Além disso, o bloqueio de diversas estradas dificulta o transporte do arroz.
ALGODÃO: PREÇOS OSCILAM; SAFRA 22/23 PODE SER RECORDE
O preço do algodão em pluma tem oscilado nestas primeiras semanas de setembro, mas, no geral, o movimento é de alta. Segundo pesquisadores do Cepea, a liquidez está baixa, já que compradores e vendedores estão divergentes quanto aos preços, e os poucos negócios são realizados para atender a necessidades imediatas e/ou repor estoque. Na semana passada, a Conab indicou que a produção de algodão em pluma na safra 2022/23 pode somar 3,15 milhões de toneladas, o que seria um recorde. Assim, os estoques de passagem, em dezembro deste ano, podem ser os maiores da história, acima de dois milhões de toneladas. Pesquisadores do Cepea ressaltam que este é um fator de pressão sobre as cotações, mas, por outro lado, esse contexto deve permitir que o Brasil absorva parte do mercado internacional, que, por sua vez, deixará de ser atendido pelos Estados Unidos. Ou seja, ao longo de 2024 ou mesmo em 2025, o Brasil tem potencial para se tornar o maior exportador mundial de pluma de algodão.