Apesar de a colheita de café robusta 2018/19 seguir para a reta final no Espírito Santo (as atividades já foram finalizadas em Rondônia), as negociações no físico permanecem em baixo ritmo, conforme indicam pesquisadores do Cepea. As cotações internas da variedade têm sido pressionadas pelo recuo no mercado externo, cenário que afasta principalmente vendedores do mercado, reduzindo a liquidez interna. Quanto ao café arábica, o clima segue favorecendo a colheita no Brasil. No Noroeste do Paraná, região mais adiantada, agentes consultados pelo Cepea observam que os trabalhos no estado podem ser finalizados ainda nesta semana – até a sexta-feira, cerca de 90 a 95% do volume total esperado havia sido colhido na região. No restante das praças, os trabalhos também estão caminhando bem, mas devem seguir até o final de agosto.
ARROZ: DEMANDA AQUECIDA E BAIXA OFERTA ELEVAM PREÇO EM JULHO
Com indústrias presentes no mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul e orizicultores vendendo lotes apenas com necessidade de “fazer caixa”, ou direcionando para a exportação, o preço médio do arroz subiu em julho, conforme indicam dados do Cepea. De 29 de junho a 31 de julho, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% de grãos inteiros registrou elevação de 6,56%, fechando a R$ 43,36/sc de 50 kg no dia 31. Apesar das queixas quanto à dificuldade de repasse das altas do casca ao fardo e do enfraquecimento no ritmo de vendas ao setores varejistas e atacadista dos grandes centros em julho, várias indústrias buscaram lotes de arroz depositado e arroz “livre” (depositado nas propriedades rurais) para repor seus estoques. Para isso, beneficiadoras, tanto do RS como de SP, MG e GO, aumentaram suas ofertas para efetivarem negócios.
ALGODÃO: INDICAR RECUA 7,6% EM JULHO
O avanço da colheita da safra 2017/18 e a redução das ofertas de compra de novos lotes no spot por parte de indústrias pressionaram as cotações da pluma no mercado interno em julho, de acordo com informações do Cepea. No acumulado de julho, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 7,57%, fechando a R$ 3,3303/lp nessa terça-feira, 31. Nos últimos sete dias (de 24 a 31 de julho), o Indicador registrou baixa de 1,24%. Quanto às negociações futuras, agentes estiveram mais presentes no mercado na segunda quinzena de julho, período em que os preços internacionais registraram altas. A liquidez é maior para entregas nos mercados doméstico e exportação, envolvendo especialmente lotes da safra 2018/19, mas também foram captados negócios com a pluma das temporadas 2017/18 (atual) e 2019/20.
UVA: EM JALES, PREÇO DA BRS VITÓRIA TEM PREÇO ATRATIVO A PRODUTOR
Nesta safra 2018, de acordo com informações do Hortifrúti/Cepea, a região de Jales (SP) intensificou a produção de uva das novas variedades da Embrapa, principalmente da BRS vitória, devido à boa adaptabilidade ao clima da região e aos preços atrativos para produtores. De 23 a 27 de julho, a variedade na praça paulista teve média de R$ 6,17/kg – valor 11,5% superior ao recebido pelos produtores nordestinos pelo produto embalado. Segundo agentes, a variedade sem sementes tem ocupado o espaço das uvas itália, benitaka e brasil, e parreirais dessas uvas mais tradicionais têm sido reenxertados com a negra sem semente. Desta forma, o crescimento da área esperado para a niagara na praça paulista tem sido limitado, visto que a rentabilidade da BRS vitória tem potencial de se manter em patamares superiores ao da uva rústica. De acordo com viticultores da região consultados pelo Hortifrúti/Cepea, volumes crescentes da BRS vitória devem ser observados ano a ano. Isso pode tornar a região competitiva frente ao Vale do São Francisco (PE/BA), por conta da boa rentabilidade dos produtores jalenenses nos anos anteriores e da proximidade com os principais centros consumidores do Sudeste.