A liquidez está baixa no mercado brasileiro de café neste início de janeiro. Além do recesso de fim de ano, a maior parte dos compradores e, especialmente, dos vendedores, está à espera de uma melhor definição da produção brasileira em 2022/23 para então retornar ao mercado, segundo colaboradores do Cepea. Outro fator que tem mantido agentes retraídos é a forte oscilação dos futuros – os preços externos vêm sendo influenciados por movimentos técnicos e, no caso do robusta, pelo aumento dos embarques do Vietnã neste mês. No mercado doméstico, as cotações têm tido menor variação, mantendo-se em patamares elevados. Especificamente para o robusta, produtores estão mais capitalizados nesta safra, devido à recente elevação dos preços, e devem vender o restante de sua mercadoria apenas em momentos de necessidade ou com novas valorizações da variedade.
ARROZ: DEMANDA CRESCE E SUSTENTA PREÇO DO CASCA
Os compradores de arroz em casca estiveram mais ativos no mercado nos últimos dias, inclusive elevando os valores ofertados pelo cereal, devido à necessidade de repor estoques. Agentes de tradings também estiveram interessados em novas negociações para exportação. Já do lado vendedor, segundo colaboradores do Cepea, produtores se mantiveram cautelosos e seguiram limitando o número de lotes para venda, aguardando melhor alinhamento do mercado. Nesse cenário, o preço do casca – que no dia 10 de janeiro registrou o menor patamar nominal desde 23 de junho de 2020 – passou a subir, fechando a R$ 62,54/saca de 50 kg nessa terça-feira, 18, 0,7% acima do observado na terça anterior (11). Vale ressaltar, porém, que os preços do casca vêm se mantendo na casa dos R$ 62/sc desde 30 de novembro de 2021. Segundo colaboradores do Cepea, a pouca oscilação em um período relativamente longo pode ser indicativo de que os valores chegaram ao patamar mínimo aceitável por vendedores.
ALGODÃO: INDICADOR REGISTRA 6º RECORDE NOMINAL CONSECUTIVO
Os preços do algodão em pluma subiram com força nos últimos dias, renovando o recorde nominal da série histórica do Cepea há seis dias consecutivos e ultrapassando os R$ 6,9/libra-peso. Segundo pesquisadores do Cepea, o avanço das cotações tem sido influenciado pela elevação dos valores internacionais, pela baixa disponibilidade de pluma no spot e pela posição firme de vendedores. Além disso, o mês de janeiro é sazonalmente de preços acima da média anual, devido à maior presença compradora para renovar estoques depois do recesso de fim de ano. Atualmente, indústrias estão preocupadas com o repasse dos preços da matéria-prima, ao passo que as vendas estão enfraquecidas. Nos últimos dias, compradores e vendedores se mantiveram em disputa acirrada quanto ao preço da pluma. No entanto, na maioria dos casos, os compradores com necessidade imediata tiveram que ceder aos pedidos dos vendedores. Entre 11 e 18 de janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma avançou 3,65%, fechando a R$ 6,9373/lp nessa terça-feira, 18 – máxima nominal da série histórica do Cepea. Na parcial de janeiro, a alta é de 8,25%. A média do Indicador na parcial deste mês, de R$ 6,6495/lp, também é recorde nominal da série do Cepea.