Nesta semana, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, atingiu novo recorde nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1996. Ressalta-se, porém, que, quando deflacionado, o valor atual ainda está bem abaixo do recorde real, de R$ 1.798,98, observado em maio de 1997 (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de março de 2021). No acumulado da parcial deste mês (de 31 de março a 27 de abril), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica subiu 76,67 Reais por saca (ou 10,8%), fechando a terça-feira, 27, a R$ 785,11/sc de 60 kg, o maior valor nominal da série. Segundo pesquisadores do Cepea, além da já esperada quebra de safra em 2021/22 no Brasil por conta da seca em 2020, o início do período mais seco do ano (outono e inverno) tem preocupado agentes. A falta de chuvas tem adiantado a maturação dos grãos e já tem gerado alertas quanto ao enchimento final dos grãos. Além disso, cafeicultores temem que a produção da temporada 2022/23 também seja prejudicada pelo atual contexto climático.
ARROZ: PREÇO SEGUE FIRME NESTE FIM DE TEMPORADA
A colheita do arroz da temporada 2020/21 está terminando no Rio Grande do Sul. Mesmo assim, o preço segue firme em boa parte das regiões produtoras do estado – esse cenário tem favorecido a receita dos produtores que estão negociando o produto da nova safra. Segundo colaboradores do Cepea, as unidades de beneficiamento ainda sinalizam certa dificuldade de comercialização de arroz com atacadistas e varejistas, relatando custos mais elevados, o que acaba influenciando as margens e transmissões de preços entre os elos da cadeia. Entre 20 e 27 de abril, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada e pagamento à vista), permaneceu praticamente estável (-0,02%), fechando a R$ 86,64/sc de 50 kg no dia 27. A média parcial do Indicador neste mês (até o dia 27) está em R$ 87,10/sc de 50 kg, 1,23% superior à de mar/21.
ALGODÃO: INDICADOR VOLTA A OPERAR ACIMA DOS R$ 5/LP
O algodão em pluma voltou a ser negociado acima de R$ 5/libra-peso nos últimos dias, patamar que não era observado desde a primeira dezena de março. Segundo pesquisadores do Cepea, essa recuperação nos valores está atrelada à posição firme de vendedores. Esses agentes estão atentos às elevações dos valores internacionais da pluma, ao clima seco no Brasil e à semeadura nos Estados Unidos. Além disso, alguns vendedores estão focados no embarque de contratos a termo, disponibilizando poucos lotes no spot. Do lado da demanda, compradores com necessidade imediata precisam ceder para conseguir realizar novas aquisições. Na parcial de abril (até o dia 27), o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 7,9%, fechando em R$ 5,1905/lp nessa terça-feira, 27.
BANANA: COM AUMENTO DA OFERTA, NANICA SE DESVALORIZA EM SP
O preço da banana nanica tem recuado nas regiões produtoras neste mês, devido, principalmente, à intensificação da colheita no Vale do Ribeira (SP). Além do aumento da oferta, a demanda pela variedade, principalmente a institucional, segue limitada, refletindo as medidas restritivas de funcionamento impostas a diversos estabelecimentos para contenção da covid-19. Na média parcial de abril (até o dia 23), o preço da nanica de primeira qualidade comercializada no Vale (SA:VALE3) é de R$ 1,05/kg, 34% menor que o do mesmo período de março e 16% inferior à média parcial de abril de 2020. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, esse cenário tem preocupado produtores, visto que, apesar do aumento da oferta na região paulista, a produção seguiu controlada no Norte de Santa Catarina, onde os bananais ainda estão se recuperando das intempéries climáticas do ano passado, sobretudo do ciclone bomba. Além disso, os custos de produção subiram, impulsionados principalmente pelas valorizações de fertilizantes, óleo mineral e defensivos agrícolas.