O dólar alto, as valorizações externas e a retração de vendedores elevaram os preços do café robusta no Brasil em outubro. No acumulado daquele mês, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta do tipo 6, peneira 13 acima, subiu 4,41%, fechando a R$ 413,82/saca de 60 kg no dia 30/10 – nessa terça-feira, 4, fechou a R$ 405,62/sc. Segundo pesquisadores do Cepea, agentes brasileiros estão atentos ao clima chuvoso no Vietnã, que vem atrasando a colheita da safra 2020/21, que, por sua vez, estava programada para ser iniciada entre o final de outubro e o início de novembro. Além disso, a passagem de um tufão no Vietnã e seus possíveis impactos sobre a produção da temporada 2020/21 também preocupa cafeicultores locais. Dessa forma, os novos cafés vietnamitas podem chegar ao mercado só a partir do final deste mês.
BOI: PREÇO DIÁRIO DO BOI RENOVA RECORDE REAL
O Indicador do boi gordo CEPEA/B3 fechou a R$ 277,65 nessa quarta-feira, 4. No último dia de outubro, o Indicador atingiu R$ 278,40, bem acima do recorde real anterior, de R$ 269,87, que havia sido observado em 29 de novembro de 2019 (o valor nominal do boi naquela data foi de R$ 231,35). No acumulado de outubro, o Indicador avançou 8,45%. Segundo pesquisadores o Cepea, o impulso aos valores da arroba seguiu vindo da baixa oferta de animais prontos para abate e da demanda aquecida, principalmente para exportação. De acordo com dados da Secex, em outubro, as exportações de carne bovina in natura somaram 162,7 mil toneladas, 14,28% a mais que em setembro/20, mas 4,58% inferiores às de outubro/19, quando, vale lembrar, os embarques foram recordes (estiveram acima de 170 mil toneladas).
SUÍNOS: EXPORTAÇÃO AQUECIDA REDUZ DISPONIBILIDADE INTERNA E ELEVA PREÇO
As cotações tanto do animal quanto da carne seguem tendência de alta na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea, renovando, portanto, os recordes reais da série do Cepea em algumas regiões. No mercado independe de suínos, as valorizações mais intensas são observadas nas regiões Sul do País, enquanto muitas praças no Sudeste permanecem sem alterações nos preços. Segundo pesquisadores do Cepea, as exportações em ritmo aquecido em outubro limitaram a disponibilidade da proteína no mercado doméstico e, consequentemente, elevaram os preços internos. De acordo com relatório da Secex, em outubro, o Brasil exportou 77,4 mil toneladas de carne suína in natura, volume 1,8% acima do observado em setembro e 23,7% a mais que em outubro/19.
ARROZ: MÉDIA MENSAL REGISTRA 7ª ALTA CONSECUTIVA
Outubro se encerrou com ligeira melhora na liquidez e preços em alta. A média do Indicador do arroz ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, subiu 0,95% frente à de setembro, a R$ 105,38/saca de 50 quilos no último mês, o sétimo seguido de alta. Na última semana de outubro, compradores mostraram interesse nas aquisições para repor estoques, ainda atentos à possibilidade de importação a preços competitivos, enquanto vendedores também estiveram dispostos a negociar, mas a valores firmes. Nesse cenário de melhora na liquidez, o Indicador registrou caiu ligeiro 0,7% entre 28 de outubro e 4 de novembro, fechando a R$ 104,39/saca de 50 kg nessa quarta-feira, 4 – o recorde real da série do Cepea, de R$ 106,34/sc, foi atingido em 13 de outubro deste ano.