Café: Preocupação Quanto à Oferta em 22/23 Impulsiona Valores

Publicado 18.08.2021, 11:03
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As cotações domésticas do café arábica voltaram a avançar nos últimos dias, impulsionadas por valorizações externas da variedade, que, por sua vez, vêm sendo influenciadas por preocupações quanto à oferta na próxima temporada (2022/23). Vale (SA:VALE3) apontar que, após o volume abaixo do esperado colhido em 2021/22 no Brasil, as expectativas eram de recomposição dos estoques globais de café em 2022/23, devido à bienalidade positiva desta temporada. Porém, segundo colaboradores do Cepea, os problemas climáticos enfrentados pelo setor em 2021 têm reduzido a expectativa de recuperação da produção no próximo ano. Assim, nessa terça-feira, 17, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.032,50/sc, alta de 17,17 Reais por saca (ou de 1,7%) frente à terça anterior, 10. Para o robusta, os preços têm acompanhado os ganhos do arábica, devido ao aumento da demanda e às preocupações quanto à oferta em 2022/23 – a baixa disponibilidade de arábica tende a elevar o uso de robusta nos blends. A relativa retração vendedora também tem sustentado as cotações – cafeicultores têm vendido seus lotes aos poucos, aproveitando os maiores preços. Na terça-feira, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 637,18/sc, avanço de 14,27 Reais por saca (ou de 2,3%) frente ao dia 10.

ARROZ: COM POUCA OSCILAÇÃO, INDICADOR SEGUE NA CASA DOS R$ 77,00/SC

As cotações do arroz em casca (Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista) têm oscilado em um intervalo mais estreito no Rio Grande do Sul, permanecendo na casa dos R$ 77,00/saca de 50 kg em praticamente toda a parcial deste mês – com exceção dos dois primeiros dias úteis de agosto. Assim, entre 10 e 17 de agosto, o Indicador ESALQ/SENAR-RS do arroz permaneceu praticamente estável (+0,1%), a R$ 77,66/sc de 50 kg no dia 17. De acordo com colaboradores do Cepea, este cenário reflete o baixo interesse de negociação dos agentes e as características mistas dos lotes que têm sido comercializados – vale ressaltar que uma parcela dos demandantes não demonstra exigência quanto ao percentual de grãos inteiros, mas outros parâmetros ainda são requeridos. De modo geral, produtores estão retraídos e optam por negociar apenas poucos lotes, mesmo com a aproximação da semeadura. Esse posicionamento está atrelado à capitalização desses agentes. Além disso, segundo colaboradores do Cepea, a maioria dos orizicultores já adquiriu boa parte dos insumos necessários para os trabalhos de campo da próxima safra.

ALGODÃO: COM VENDEDOR RETRAÍDO E COMPRADOR ATIVO, INDICADOR RENOVA RECORDE NOMINAL

Compradores domésticos de algodão em pluma estão mais ativos no mercado e se mostrando dispostos a elevar os valores pagos por novos lotes. Já vendedores seguem relativamente retraídos, atentos à menor disponibilidade de pluma no spot nacional. Com isso, as cotações estão em alta, e, nessa terça-feira, 17, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registrou novo recorde nominal na série histórica do Cepea, fechando a R$ 5,2770/lp, aumentos de 2,85% frente ao do dia 10 e de 6,35% no acumulado parcial de agosto. Segundo colaboradores do Cepea, os maiores valores também aumentaram o ritmo das negociações de novos contratos a termo, direcionados aos mercados interno e externo e envolvendo a pluma da atual temporada (2020/21) e da próxima 2021/22 – e ainda de forma pontual a da safra 2022/23. Mesmo assim, tradings estiveram ativas no mercado interno, diante da maior atratividade dos preços domésticos em relação aos da exportação. 

MAMÃO: VOLUME EXPORTADO NA PARCIAL DE 2021 É RECORDE

O mamão brasileiro tem conquistado ainda mais espaço na Europa, que já é o principal destino internacional da fruta produzida no País e que tem sido responsável por aumentos significativos das exportações nacionais. Na parcial deste ano (de janeiro a julho), mesmo com alguns entraves logísticos, o volume embarcado ao velho continente já soma 30,3 mil toneladas, a maior quantidade registrada na série histórica da Secex, iniciada em 1997 – essa quantidade corresponde a 90% do volume embarcado pelo Brasil no período. A receita recebida com esses embarques (em dólar) alcançou US$ 30 milhões (FOB), a segunda maior da história, ficando apenas 3% abaixo do recorde, atingido em 2018. Vale destacar que, quando convertida para Reais, a receita é ainda mais positiva, devido ao câmbio atrativo. Para o restante do ano, segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, a expectativa é de que as exportações brasileiras de mamão permaneçam elevadas, devido à firme demanda internacional e à retomada dos voos comerciais – lembrando que, por conta da covid-19, aviões cargueiros têm sido mais utilizados, embora não sejam o transporte ideal para esta fruta. 

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