A colheita da temporada 2019/20 deve ganhar ritmo já no final deste mês na maior parte das regiões produtoras de arábica e robusta, um pouco mais cedo que o habitual, segundo indicam agentes consultados pelo Cepea. Esse adiantamento se deve sobretudo às floradas precoces observadas em agosto de 2018 e ao clima mais quente no início de 2019, que acelerou o desenvolvimento e o amadurecimento dos grãos. Quanto aos preços, depois dos avanços do dólar e dos valores externos do café arábica no início da semana passada, alguns negócios foram fechados no spot. A expectativa de agentes é de que, com a aproximação da safra, a liquidez aumente nos próximos dias, devido às necessidades de caixa de produtores e de escoamento do café remanescente para armazenamento do novo. Nessa terça-feira, 2, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, fechou a R$ 384,58/saca de 60 kg, recuo de 2,1% em relação à terça anterior, 26. Quanto ao robusta, a liquidez interna seguiu levemente mais baixa do que a do arábica, devido à retração vendedora. Nessa terça, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 292,51/saca de 60 kg, queda de 2,7% na mesma comparação.
ARROZ: COM INDÚSTRIA ATIVA E VENDEDOR RECUADO, INDICADOR SOBE EM MARÇO
Compradores estiveram mais ativos do que vendedores no mercado de arroz em casca do Rio Grande do Sul em março, principalmente na segunda quinzena. Segundo colaboradores do Cepea, indústrias com necessidade de repor estoques ofertaram valores superiores para novos lotes, mesmo de arroz novo (safra 2018/19). Do lado produtor, orizicultores permaneceram recuados, atentos às condições climáticas no estado e às atividades de colheita. Assim, as vendas efetivadas foram devido à necessidade de “fazer caixa”. Outros, por sua vez, optaram por negociar gado e soja. Nesse cenário, o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, acumulou alta de 0,74% no mês passado, fechando a R$ 39,59/sc de 50 kg no dia 29.
ALGODÃO: LIQUIDEZ É BAIXA E PREÇO REGISTRA APENAS LIGEIRAS OSCILAÇÕES
Os preços do algodão vêm apresentando poucas oscilações desde meados de janeiro. De lá para cá, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, operou com mínima de R$ 2,9054/libra-peso e máxima de R$ 2,9536/lp, ou seja, diferença de apenas cinco centavos/lb. Como comparação, no mesmo período do ano passado, a oscilação era de 22 centavos/lb. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário está atrelado ao fraco ritmo de comercialização da pluma. As disparidades de preço e de qualidade dos lotes disponibilizados permanecem limitando os fechamentos entre os agentes ativos e também resultando em pequenas oscilações. Assim, entre 28 de fevereiro e 29 de março, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumulou elevação de apenas 0,1%, – a menor variação mensal desde dezembro/18. A média de março, de R$ 2,9262/lp, ficou 0,27% inferior à de fevereiro/19 e 8,58% abaixo da de março/18, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de fevereiro/19).
CEBOLA: ESTOQUES REDUZIDOS NO SUL E CHUVAS NO NE IMPULSIONAM COTAÇÕES
A oferta nacional de cebola diminuiu significativamente em março, refletindo a redução dos estoques da safra 2018/19 em Ituporanga e Lebon Régis (SC), onde a temporada deve se encerrar neste mês. Além disso, conforme colaboradores do Hortifruti/Cepea, a colheita em Irecê (BA) tem sido prejudicada pelas chuvas na região. Esse cenário acabou impulsionando as cotações dos bulbos na praça baiana. De fevereiro para março, os preços subiram 23,7%.