O que está por vir para o comércio EUA-Brasil? Especialista responde
O mercado cafeeiro segue em ritmo lento e incerto, ainda digerindo e exercitando possibilidades de como deslocar a oferta com a possível tarifação americana de 50% a produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos, avaliam pesquisadores do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o avanço da colheita no Brasil tem reforçado o contexto de volatilidade, aumentando a oferta – para o arábica, as atividades caminham bem e, para o robusta, estão praticamente finalizadas. Uma das principais preocupações do setor sobre a taxação americana, conforme explicam pesquisadores, está atrelada ao café solúvel, que tem o robusta como matéria-prima, e os Estados Unidos são importantes compradores. Destaca-se que, recentemente, o robusta brasileiro ganhou mercado com a menor produção do Vietnã no ano passado e as dificuldades logísticas para embarques da Ásia para a Europa e as Américas. Com a tarifação extra, o Cepea avalia que a concorrência brasileira com produtos asiáticos poderia ficar comprometida, sendo necessário algum rearranjo dos envios para atender à necessidade americana.
ARROZ: Apesar de liquidez baixa, preços seguem firmes
Levantamentos do Cepea mostram que os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul seguiram firmes na última semana, sustentados pela restrição vendedora e pela demanda firme. A liquidez, porém, continuou baixa, resultado, conforme explicam pesquisadores, da postura cautelosa de produtores, que apostam em valorizações mais expressivas. Para atrair vendedores, compradores elevaram suas ofertas, mas a maioria das negociações efetivadas envolveu pequenos lotes. Ainda de acordo com o Cepea, a perspectiva de exportações contribuiu para sustentar as cotações internas. O volume de junho foi expressivo e anima o lado vendedor, pois esse canal de comercialização poderá ter mais impacto sobre a redução de estoques e as cotações domésticas do que as ações governamentais sinalizadas até o momento.
ALGODÃO: Preços variam em pequeno intervalo há um mês
Os preços do algodão seguem oscilando em uma faixa estreita no mercado brasileiro, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, desde a última dezena de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, varia em torno de 2%, sem conseguir superar os R$ 4,17/lp, mas acima de R$ 4,08/lp. Pesquisadores explicam que, apesar do avanço da colheita da nova safra, que deve ser recorde, agentes seguem com dificuldades para encontrar o produto com a qualidade desejada. Ao mesmo tempo, a “queda de braço” entre compradores e vendedores mantém baixa a liquidez no spot.