Mais uma semana em queda! As chuvas vieram! A onda de calor foi embora! E o Dez-23 encerrou a semana chegando a cair -720 pontos entre a máxima / mínima (+152,15 / +144,95 centavos de dólar por libra-peso), encerrando o mês @ +146,15 centavos de dólar por libra-peso! Na semana e no mês o Dez-23 fechou praticamente igual, recuando -3,66% em centavos de dólar por libra-peso. O R$ desvalorizou no mesmo período -1,92%, encerrando o mês de setembro-23 @ +5,027 R$/US$!
Poderia ter sido pior! Muito pior!
Os números das exportações brasileiras divulgadas diariamente pela Cecafe* (acompanhados de MUITO perto pelo mercado) nos deram uma “rasteira”!
As projeções iniciais, durante as primeiras 2 semanas estavam indicando uma exportação para o mês de Set-23 entre +3,20 / +3,50 milhões de sacas. De repente, do dia 15 de setembro até o dia 28 de setembro, os números publicados pela Cecafe* com base nas “emissões diárias” começaram a reduzir significativamente… De repente, as “emissões diárias atualizados” começaram a cair, chegando a indicar uma exportação máxima projetada para o mês de set-23 entre +2,50/+2,70 milhões de sacas!
Com base nessa “redução drástica” (onde o Brasil estaria reduzindo a oferta do produto para o mercado internacional, comparado ao mês de agosto-23, em aproximadamente -1,00 milhões de sacas) muitos produtores deixaram de realizar vendas no mercado interno acreditando nos números da Cecafé* e aguardando a confirmação do “fechamento oficial” dos números das exportações para o mês de setembro-23 por preços melhores confirmando essa redução projetada!
Segundo um produtor “Muitos perderam oportunidades acreditando no relatório esperando melhor oportunidades e agora veio o efeito baixa e preços piores”! Na semana o mercado interno para o café tipo 6 saiu de +850 R$/saca para +800/+780 R$/saca!
No final do dia 28, o site da Cecafé* ficou fora do ar por alguns minutos (este escriba aguarda ansiosamente pela atualização diária desta instituição) e BOMBA! De repente (novamente a mesma expressão “de repente”, pois foi “de repente”) os números foram atualizados, corrigidos, aparecendo novamente no sistema +720 / +750 mil sacas – elevando as exportações brasileiras novamente para o mês de setembro-23 para uma projeção entre +3,20 / +3,50 milhões de sacas!
Nos últimos 3,5 anos eu venho acompanhando diariamente os números da Cecafé. As “emissões” costumam variar entre +90.000 / + 150.000 sacas por dia, dependendo do ano safra! Neste mês, a partir do dia 15 de setembro, a variação diária começou a cair abaixo da “média diária dos últimos dias e das últimas semanas”. Gerou duvidas, preocupação, mas os dados da Cecafé* sempre foram confiaveis e referência. E, essa redução levou muitos produtores, analistas, traders ao erro!
Num mercado tão sensível como o que estamos atravessando hoje, qualquer +/-100.000 sacas “faz preço”! Já vimos as cotações em NY subir +500/+1.000 pontos em um único dia quando a Colômbia, por exemplo, informou/informa uma redução nas suas exportações em -80.000 / -100.000 sacas! Ou quando Honduras informou/informa uma redução nas suas exportações em -50.000 sacas!
Imaginem o estrago que uma variação na principal origem do planeta, em +/- 750 mil sacas, poderia causar no mercado. Para a sorte de alguns da Cecafé*, felizmente no “dia seguinte” da correção dos números- no último pregão da semana, do mês – a sexta-feira foi um dia tranquilo com o o Dez-23 chegando a cair na mínima do dia apenas -225 pontos (aproximadamente -2,97 US%/saca)! E se tivesse caído -1.000 / -2.000 pontos? (Lembrando que cada 100 pontos representam +1,32 US$/saca)!
Entendo a necessidade de expressar preocupações sobre as recentes irregularidades nos dados publicados pela Cecafé*. No entanto, a situação requer uma abordagem ponderada que enfatize a importância da credibilidade e da responsabilidade, sem recorrer a um tom acusatório.
Foi notável que a Cecafé* reconheceu o erro através de uma declaração de um de seus diretores. Embora a instituição tenha um histórico de credibilidade, é imprescindível que qualquer desvio dos padrões seja tratado de forma transparente e eficaz.
Quero enfatizar que questionar a instituição não apenas é um direito, mas também uma obrigação, especialmente quando erros significativos e impactantes como este são cometidos. O foco deve ser na implementação de medidas corretivas para garantir que tais erros não se repitam no futuro.
A Cecafé* tem, de fato, fornecido um serviço valioso para o setor nos últimos anos. No entanto, a qualidade do serviço prestado não pode ser usada como justificativa para erros que têm o potencial de afetar a confiança do mercado e os interesses de milhares de produtores.
Para manter sua reputação e confiabilidade, é crucial que a Cecafé* tome todas as medidas necessárias para corrigir e evitar futuros erros. A confiança é algo que se constrói e mantém através da consistência e da transparência, durante anos! Valores que devem ser priorizados em todas as operações e divulgações da instituição.
As recentes variações nos dados de emissão entre os dias 28 e 29 de setembro levantam novamente questões pertinentes sobre a precisão e a confiabilidade dos números divulgados (novamente tivemos uma variacao superior @ +250.000 sacas). Dada a magnitude dessa variação, é essencial saber o que podemos esperar nos próximos dias. Isso é particularmente importante em um mercado que depende fortemente de dados precisos para tomar decisões.
É válido lembrar que outras instituições, como Conab* e IBGE*, e até mesmo grandes bancos/consultorias também enfrentam desafios de credibilidade em suas publicações. No entanto, a Cecafé* deve se esforçar para manter sua posição como uma referência confiável no setor.
Diante dessas circunstâncias, enfatizo a importância da Cecafé* buscar continuamente a excelência em suas operações e comunicações. Isso é fundamental para garantir que a instituição mantenha sua credibilidade e continue a ser uma fonte de confiança no mercado.
Como disse o Bernardinho, “a cobrança é o reconhecimento da capacidade dele”!