Os trabalhos nas lavouras de café têm avançado bastante em julho, sendo que algumas regiões produtoras colheram, já na primeira quinzena do mês, metade da produção esperada. De acordo com colaboradores do Cepea, as atividades do robusta já estão praticamente finalizadas na maioria das praças consultadas. No geral, a atual temporada tem apresentado um bom padrão dos cafés. O clima seco tem favorecido a colheita e a secagem dos grãos nos terreiros. Além disso, o verão mais úmido no início do ciclo (dez/22 – mar/23) ajudou no desenvolvimento e no enchimento dos grãos. No mercado, os valores do arábica oscilaram nos últimos dias. A liquidez está enfraquecida, com as negociações ocorrendo apenas para cobrir custos da safra. Para o robusta, os negócios foram pontuais, devido à oferta limitada do grão.
ALGODÃO/CEPEA: DEMANDA CRESCE E ELEVA COTAÇÕES
As negociações de algodão em pluma aumentaram nos últimos dias, e os preços internos da commodity subiram. Conforme levantamento do Cepea, esse movimento foi impulsionado pela posição firme dos vendedores, que se fundamentaram no avanço dos contratos na ICE Futures (Bolsa de Nova York), na melhora da demanda e no bom desempenho das exportações. Algumas tradings também entraram no mercado, especialmente para a compra de novos lotes, contribuindo para elevar as vendas. Produtores, por sua vez, estão retraídos e/ou focados nas atividades de campo.
ARROZ/CEPEA: INDICADOR SE MANTÉM NA CASA DOS R$ 82,00/SC
As cotações do arroz em casca continuam firmes, registrando apenas ligeiras oscilações diárias. Conforme dados do Cepea, a elevação dos preços externos e a restrição vendedora no mercado doméstico vêm sustentando os valores do cereal – o Indicador vem se mantendo na casa dos R$ 82,00/sc desde o dia 4 de julho. Com relação à safra 2022/23, estimativas da Conab apontam que a produção nacional deve somar 10,03 milhões de toneladas, 0,13% superior à projetada anteriormente, mas com baixa de 7,05% frente à temporada 2021/22.
IPPA/CEPEA: IPPA/CEPEA RECUA 2,2% EM JUNHO
Em junho, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) apresentou queda de 2,2% frente a maio, em termos nominais. Esse resultado refletiu os recuos observados em todos os grupos de alimentos: IPPA-Grãos (-2,9%), IPPA-Pecuária (-1,1%), IPPA-Cana-Café (-2,7%) e IPPA-Hortifrutícolas (-2,0%). Também no último mês, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, recuou 1,5%, indicando que, de maio para junho, os preços agropecuários caíram frente aos valores industriais da economia brasileira. No cenário internacional, houve queda de 1,4% nas cotações dos alimentos, cujo índice é divulgado pela FAO, e de 2,6% na taxa de câmbio oficial (US$/R$), divulgada pelo Bacen. No primeiro semestre, o IPPA/CEPEA acumulou queda de 13,3% frente ao mesmo período de 2022 – sensivelmente mais intensa que a observada para o IPA-OG-DI Preços Industriais, de 3,4%. Na mesma comparação, os preços internacionais dos alimentos também acumularam queda importante (-16,2%), enquanto a taxa de câmbio nominal ficou 0,1% abaixo do patamar observado no mesmo período de 2022.