MERCADO — Os contratos futuros do café tiveram desempenho positivo no acumulado da semana nas bolsas internacionais, tendo bom comportamento após a decisão do referendo que indicou a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado “Brexit”.
A tendência foi gerada pela melhora do humor nos mercados como um todo e pela desvalorização do dólar frente a outras moedas. À espera de novos desdobramentos sobre a saída britânica da UE, soou positivo o crescimento de 1,1% do PIB dos Estados Unidos no primeiro trimestre, frente a uma previsão de 1%, o que elevou o otimismo, puxando os índices, como metais e petróleo, e pressionando a divisa norte-americana.
No Brasil, o dólar comercial também foi pressionado pelo discurso do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que defendeu câmbio flutuante, tripé macroeconômico e compromisso com a meta de inflação. Ontem, a moeda alcançou seu menor nível desde 21 de julho de 2015 (R$ 3,173), fechando a R$ 3,213, com perdas de 4,92% na semana. No mês, o recuo foi de 11,05%. No acumulado do semestre, a moeda caiu 18,61%, saindo de R$ 3,948 em 30 de dezembro de 2015.
Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4410 por libra-peso, com alta acumulada de 850 pontos em relação ao fechamento da semana anterior. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão a US$ 1.717 por tonelada, com ganhos de US$ 48 em relação a sexta-feira passada.
No mercado físico nacional, os preços também se valorizaram, impulsionados pela baixa disponibilidade do produto e pela recuperação internacional. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para os cafés arábica e conilon foram cotados, na quinta-feira, a R$ 500,41 por saca e a R$ 399,25/saca, respectivamente, com variação de 2,60% e 1,73%.
Apesar do avanço, a instituição comunicou que a liquidez permanece baixa. A justificativa se dá pela queda do dólar frente ao real, que limita as valorizações internas, e porque a maioria dos produtores está reservando os grãos para o cumprimento de contratos com entregas já programadas.