Publicado originalmente em inglês em 18/05/2021
Não param de surgir notícias ruins para a Aurora Cannabis (NYSE:ACB) (TSX:ACB).
A cultivadora canadense de marijuana publicou resultados na quinta-feira da semana passada (13) após o fechamento. O balanço mostrou um dos piores trimestres para a empresa sediada em Edmonton, Alberta, fazendo suas ações atingir o menor nível em 2021, a US$ 6,70.
Os papéis se recuperaram um pouco desde então, mas ainda 1,4% abaixo da cotação pré-balanço. As ações fecharam em alta de 3,83% a US$ 7,60 nesta sexta-feira (22). Se houve algum aspecto positivo do relatório foi que a ação do setor de maconha melhorou em relação a outubro, quando despencou cerca de US$ 4. Mas isso não quer dizer muita coisa.
O fato é que está aumentando o coro dos analistas que abertamente começam a questionar o que a cultivadora de cannabis deve fazer daqui para frente.
Em nota na semana passada, um analista da Cantor Fitzgerald teria levantado a questão sobre a saída integral da Aurora do mercado recreativo para focar sua atenção no mercado medicinal de marijuana, setor onde apresentou seu melhor desempenho em um trimestre decepcionante.
No geral, a Aurora registrou receita de US$ 66,3 milhões em seu terceiro trimestre encerrado em 31 de março. Esse número representa uma queda de 20,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O consenso dos analistas era que a receita ficasse na faixa de US$ 68 milhões. E, além de ficarem muito aquém das expectativas, os números apresentados pela empresa são os piores em seis meses.
As vendas no setor recreativo despencaram 37%
A Canaccord Genuity rebaixou a recomendação da ação na sexta-feira (14) de “manutenção” para “venda”, enquanto a Cantor Fitzgerald manteve sua posição “neutra”, mas rebaixou seu preço-alvo.
O lado bom foi o desempenho da companhia no setor de marijuana medicinal, que levou o CEO Miguel Martin a dizer:
“Entregamos o mais forte desempenho no setor médico doméstico e o melhor resultado desse segmento no mercado internacional entre todas as empresas canadenses do período”.
Isso fez com que Vivien Azer, analista da Cowen, ressaltasse a necessidade da Aurora de manter sua ênfase no setor médico global.
Mas pode ser que os investidores não estejam a fim de tentar ficar encontrando pontos favoráveis nos resultados. Há um pouco mais de um ano, a Aurora era negociada um pouco acima de US$ 90 até cair em um desfiladeiro.
A ação se desvalorizou cerca de 39% no ano passado.
2 ações do setor da maconha a caminho da Nasdaq
Se tudo sair conforme os planos, duas empresas canadenses do setor de maconha devem começar a negociar suas ações em breve na bolsa americana Nasdaq.
A Aurora Cannabis fez o anúncio quando divulgou seu último balanço trimestral na semana passada, explicando que transferiria suas ações da Bolsa de Nova York para a Nasdaq após o fechamento do dia 24 de maio. Ela continuará usando o código ACB.
“A Nasdaq se encaixa bem na estratégia da Aurora e essa transferência nos permitirá obter eficiências de custo como parte dos nossos esforços para entregar valor aos acionistas no longo prazo”, declarou o CEO da Aurora.
Em paralelo, a High Tide (OTC:HITIF), sediada em Calgary, quer entrar na Nasdaq após aprovação no fim deste mês para reduzir seus custos. Ela já havia consolidado todas as ações ordinárias emitidas e em circulação de 15 para 1, a fim de atender o preço mínimo por ação da Nasdaq.