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China Reduz Importações de Cobre e Pode Reverter o Forte Rali do Metal

Publicado 08.06.2021, 10:18
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Publicado originalmente em inglês em 08/06/2021

O rali do cobre neste ano foi enorme, mas existe algo ainda maior: as restrições de preços na China.

Depois que o metal de base com maior demanda do mundo atingiu as máximas recordes de US$10.746 por tonelada na Bolsa de Metais de Londres em 10 de maio, seu maior comprador decidiu que já era o bastante.

Ao reduzir sistematicamente as importações de cobre desde abril, a China conseguiu fazê-lo recuar 8% desde o pico, forçando a perda do patamar de US$10.000 no pregão de terça-feira.

E a correção pode estar apenas começando, com base nos sinais gráficos e nos rumores de que o Federal Reserve reduzirá suas compras de ativos a partir da sua próxima reunião de junho.

Cobre diário

Gráficos: cortesia de SK Dixit Charting

A desaceleração do consumo de cobre na China é, evidentemente, preocupante para os investidores do metal, mas essa não é sua única preocupação, segundo a ING em uma nota publicada nesta segunda-feira.

“As especulações de que o Fed reduzirá o estímulo pode gerar fortes rotações de mercado, dificultando o caminho do cobre pela frente", afirmou Wenyu Yao, estrategista sênior de commodities da ING.

Cobre semanal

O Fed parece estar no estágio inicial de uma campanha da preparação mental dos mercados para uma redução das suas compras mensais de US$120 bilhões em ativos, iniciativa tomada há um ano para estimular a economia americana afetada pela pandemia.

Comentários de autoridades do Fed nas últimas semanas sugerem que a questão deve ser discutida quando o todo poderoso Comitê Federal de Mercado Aberto se reunir em 15-16 de junho.

Pelo menos cinco autoridades do Fed comentaram publicamente a probabilidade de discussões nesse sentido nas últimas semanas, como Patrick Harker (Filadélfia), Robert Kaplan (Dallas) e Loretta Mester (Cleveland), além de Randal Quarles, vide-presidente de supervisão bancária.

Esses rumores sobre uma possível redução na compra de ativos pelo Fed, que ainda geram dúvidas em alguns economistas por causa do desempenho fraco do mercado de trabalho em maio, está intensificando o peso sobre os preços do cobre já afetados pelas reduções das importações chinesas.

Dados comerciais preliminares divulgados pelas autoridades aduaneiras da China na segunda-feira mostraram que as importações de cobre refinado e produtos de cobre caíram mais de 8% mês a mês (alinhando-se perfeitamente com a correção do mercado desde as máximas recordes) para 446.000 toneladas em maio.

Segundo Yao da ING:

“A China ainda é a maior importadora de cobre, mas as exportações estão subindo gradativamente, por isso as importações líquidas começaram a cair. A contração das importações não é fruto do acaso, mas de causas subjacentes que devem ser acompanhadas de perto”.

Quais são elas?

Primeiro, os preços recordes do cobre geraram uma reação forte do maior consumidor do mundo, com alguns compradores físicos saindo de cena e fabricantes reduzindo as operações, segundo informações. A crescente lacuna entre os índices de preço ao produtor (IPP) e ao consumidor (IPC) na China indica que muitos fabricantes estão absorvendo parte dessa alta dos custos.

Em segundo lugar, o apetite por estocar cobre está caindo, seja por parte do governo ou de empresas privadas.

Com isso, a arbitragem dos preços do cobre à vista entre Xangai e Londres ficou a favor das exportações por comerciantes onshore, em vez de importações. O prêmio doméstico da China para o cobre também já vinha caindo bem antes da divulgação dos números de exportação na segunda-feira.

Para equilibrar as coisas, o Índice Dólar recuou em relação ao seu pico recente acima de 93 no fim de março para menos de 90 em meados de maio, período em que o cobre atingiu seu recorde. No entanto, desde então, o dólar ficou preso em uma consolidação, dificultando o caminho do cobre daqui para frente.

E o que dizer dos gráficos do cobre?

Eles mostram que os preços estão se movendo em um canal descendente com uma consolidação de viés de baixa, afirma o analista indiano Sunil Kumar Dixit.

Ao detalhar seu estudo técnico do mercado futuro do cobre em Nova York, Dixit declarou:

“A média móvel exponencial de 50 dias a US$4,43 vem atuando como suporte no curto prazo, enquanto a faixa intermediária da Banda de Bollinger parece ser uma resistência, com a média simples de 20 dias a US$4,60.”

“A positividade do IFR se reflete na tentativa de cruzar áreas sobrevendidas, com leitura a 20/16.”

“Se a média de 50 dias se firmar em 4,43, é possível um movimento de alta com alvos em 4,60 e 4,90. Uma falha acima de 4,43 pode fazer o metal cair para 4,30 e 4,10.”

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para oferecer aos leitores uma variedade de análises sobre os mercados. A bem da neutralidade, ele apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

 

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