Após a recente cisão com o Santander (SA:SANB11), a Getnet (SA:GETT11)) se juntou, em outubro deste ano, às concorrentes de capital aberto: Cielo (SA:CIEL3), listada na B3, e Stone (NASDAQ:STNE) (SA:STOC31), na Nasdaq, para ser a nova opção de investimento em meio de pagamentos.
Nos 12 meses até 18 de novembro, as units da Getnet, que encerraram o primeiro dia de pregão a 7,72 reais, agora acumulam perdas de -50,90 por cento, sendo negociadas abaixo de 4,00 reais.
As ações da Stone, a rival verdinha, recuam -71,69 por cento no ano, a 67,50 dólares, e os papéis da Cielo acumulam perdas de -39,69 por cento, a 2,17 reais.
Na minha visão, após o fim do duopólio das maquininhas de cartão – antes dominado por Cielo e Rede –, o equipamento em si virou commodity. Com o aumento da concorrência no setor, cresceram também as opções de planos e terminais.
Destaco que, mesmo as adquirentes buscando se diferenciar no mercado por meio de taxas personalizadas para cada tipo de negócio e o melhor atendimento, no final das contas, o preço para atender às necessidades da empresa acaba pesando na decisão de escolha do consumidor.
A Getnet, por exemplo, entrega o mesmo produto e serviço por um preço bem parecido ao praticado por seus pares. Não oferecem uma vantagem competitiva forte.
Pode copiar, só não faz igual. A Stone até teve um diferencial no começo porque, além da maquininha, entregava também outros benefícios, como uma plataforma de gestão para PMEs, mas depois as concorrentes copiaram e desenvolveram a mesma solução para seus clientes.
O cenário é desafiador.
O crescimento de receitas das empresas adquirentes depende de uma atividade econômica mais aquecida. E, no Brasil, o que estamos vendo é uma recuperação da atividade mais lenta. Além disso, o lançamento do Pix, novo meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central, pode ameaçar o modelo de negócios das empresas de maquininhas de pagamento.
Por que te contamos tudo isso?
Boa pergunta. Hoje, grandes varejistas como o Mercado Livre (NASDAQ:MELI) (SA:MELI34) e startups de tecnologia oferecem maquininhas próprias. Para se ter ideia, a Cielo, líder histórica de mercado, vale atualmente bem menos do que as “novatas” Stone e PagSeguro (NYSE:PAGS) (SA:PAGS34). Diante desse cenário, vale a pena entrar ou não?
Essas empresas adquirentes têm dificuldades em gerar novas receitas. A Stone foi oferecer crédito a seus clientes e está tendo problemas sérios com os recebíveis em seu balanço. A Cielo também se lançou nessa linha de recebíveis, mas ainda não conseguiu acelerar essa frente de nova receita.
Considerando o cenário ruim atual ou pelo negócio em si, as perspectivas não são boas para Cielo, Stone e Getnet. O momento é para ficar fora dos papéis dessas empresas.