Comemorando notícia ruim
Não falo da crise brasileira, pelo amor de Deus, mas sim da relação entre os mercados e o ritmo de recuperação da economia americana.
Depois das as Bolsas despencarem e o dólar subir forte na véspera diante da forte recuperação da economia americana (o PIB do Tio Sam cresceu 4% no segundo trimestre), hoje os mercados se aliviam com os dados de emprego dos EUA abaixo do esperado...
O relatório de emprego dos EUA mostrou a criação de 209 mil vagas em julho, contra expectativas de criação de 230 mil. Independentemente do ritmo da recuperação americana, neste jogo dos mercados, o que importa é o ritmo de retirada dos estímulos por lá. Pudera. De olho nos seus interesses, os investidores (pelo menos eles) perceberam que o enxugamento de US$ 3 trilhões dos mercados globais é algo que inspira cuidado.
Notícia péssima
Por aqui, a principal notícia econômica do dia diz respeito à indústria. À tragédia da indústria. A produção industrial brasileira sofreu retração de 6,9% em junho na comparação anual, o quarto resultado negativo consecutivo. Na base mensal, houve baixa de 9,7% na produção de bens de capital, a mais intensa para a base da indústria desde dezembro do ano passado.
Dentre os segmentos específicos, destacou-se negativamente o de veículos automotores, com queda de 36,3% sobre junho de 2013. Isso, ainda em um ambiente artificial, de estímulos. Agora, imagine com o fim dos estímulos, programado para o final deste ano...
Não, não podemos nos gabar de nossa “política industrial” de incentivos fiscais e desonerações. Precisamos de medidas efetivas, estruturais.
Intersecção preocupante
Somando a tragédia do emprego às novidades econômicas desta semana, chegamos a um retrato extremamente desagradável...
ATENÇÃO: não há qualquer opinião aqui, apenas manchetes do Globo, Valor Econômico e Folha de S. Paulo. São fatos, que têm impacto inevitável sobre o seu nível de consumo, renda e poupança.
Corolário óbvio
Diante de um rali até então sem fundamentos materiais, a Bolsa já nos parece cara aos níveis atuais, sobretudo ao olhar estrangeiro, que olha o preço das ações em dólar, distorcido, portanto, por uma taxa de câmbio completamente fora do lugar, usada para combater a inflação.
Suspeitamos também que tenha havido uma corrida excessiva em favor de juros longos no Brasil, com um achatamento da ponta longa nas últimas semanas. Ao menos, não identificamos conforto com a compressão dos prêmios de risco e evitaríamos exposição em juros longos.
O acirramento das distorções inclusive motivou três alterações importantes em nossa Estratégia para Agosto, envolvendo renda fixa, exposição a imóveis e duas ações.
E o puzzle continua...
Ontem apresentei o pseudo-puzzle de Vale vs. AmBev. Agradeço as inúmeras opiniões recebidas por email, lembrando que a minha solução foi apresentada ainda ontem, na parte PRO.
Hoje as ações da PDG Realty (PDGR3) registram o pior desempenho do Ibovespa no pregão, após a apresentação de seus resultados. A companhia queimou outros R$ 92 milhões de caixa no segundo trimestre.
O puzzle de PDG foi apresentado aqui no M5M originalmente em 20 de agosto do ano passado. De lá para cá, foi atualizado em diversas ocasiões.
E segue de pé, ainda levando à mesma questão:
Sei das ponderações. PDG tem diminuído dramaticamente o custo a incorrer, melhorado eficiência operacional, se livrado do legado, rolado a dívida, etc. Devemos nos lembrar, porém, que também ficará o legado da dívida, para uma operação muito menor.
Onde isso vai parar?
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.