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Commodities: Petróleo Aguarda Decisão Europeia sobre a Rússia; Ouro Atento ao Fed

Publicado 18.04.2022, 08:27
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A sinalização da Europa de uma possível proibição do petróleo da Rússia pode manter os preços do barril acima de US$100 nesta semana.

WTI semanal

O bom crescimento da China no 1º tri também pode respaldar os mercados de energia, apesar dos grandes bloqueios em Xangai contra a Covid, que continuam gerando incômodo no segundo maior país consumidor de petróleo do mundo.

“As restrições motivadas pelo vírus na China parecem estar indo na direção errada, mesmo com a queda dos casos de Hong Kong”, declarou Jeffrey Halley, analista sênior de mercado para Austrália e Ásia-Pacífico da plataforma de negociações on-line OANDA. O analista disse ainda:

“Os mercados já estão vendo o impacto sobre a produção e o comércio por causa dos bloqueios em Xangai e, se isso continuar se alastrando, o cenário na China pode piorar consideravelmente, mesmo sem o efeito da queda de oferta por conta da invasão da Rússia na Ucrânia”.

O PIB do país asiático registrou uma expansão anual de 4,8% no 1º tri, segundo seu escritório de estatísticas, na segunda-feira, ritmo mais rápido do que o crescimento de 4% nos três meses finais de 2021 e o avanço de 4,6% previsto pelos economistas.

Preocupações com o petróleo e a China

Mesmo assim, diante da piora do sentimento dos consumidores, os custos de produção subiram, e as políticas anti-Covid ameaçam prejudicar a produção e a logística na segunda maior economia do mundo. Eventualmente, tudo isso pode acabar afetando outros mercados asiáticos.

Dados sugerem que a China começou o ano bem, mas, à medida que o trimestre progredia, os ventos contrários começaram a se intensificar. A desaceleração do mercado imobiliário, a imposição de restrições contra a Covid e a invasão na Ucrânia estão alçando os preços-base das commodities e da energia.

Enquanto isso, o banco central de Pequim ainda pretende desalavancar setores da economia, o que pode afetar o crescimento do país."O que ainda não se viu foi uma alta sensível na inflação, o que traz um certo alívio”, disse Halley.

Aumentando as preocupações, surgiram sinais de que a União Europeia estava sofrendo cada vez mais pressão para endurecer as sanções, capazes de atingir o petróleo e o gás diante do aprofundamento da crise na Ucrânia.

“O mais provável é que o mercado petrolífero continue em tendência de alta, em vista da limitada oferta adicional dos principais produtores para compensar o fluxo reduzido da Rússia”, afirmou Kazuhiko Saito, analista-chefe da Fujitomi Securities Co. Ltd., em comentários feitos à Reuters. O analista disse ainda:

“A disparada dos preços do óleo de aquecimento nos EUA também estava por trás do recente rali, diante de expectativas de que o mercado petrolífero americano pudesse ficar mais restrito, em razão do aumento da demanda para exportação à Europa”.

Petróleo e tensões entre UE e Rússia

Os governos da UE disseram, na semana passada, que a diretoria do bloco estava elaborando propostas para banir o petróleo russo, embora diplomatas dissessem que a Alemanha não apoiava ativamente um embargo imediato ao estilo americano.

Mas esses comentários vieram antes do aumento das tensões da crise ucraniana no fim de semana, quando soldados do país continuaram resistindo ao ultimato da Rússia de baixar as armas no domingo, na devastada cidade portuária de Mariupol.

Moscou, que chama suas ações na Ucrânia de “operação especial”, disse que suas forças haviam capturado a cidade quase por completo, fornecendo sinais de um cessar-fogo.

A Agência Internacional de Energia alertou que cerca de 3 milhões de barris diários de petróleo russo poderiam ser afetados a partir de maio devido às sanções ou ao fato de que compradores estavam voluntariamente recusando carregamentos da Rússia.

A produção petrolífera do país continuou recuando em abril, com um declínio de 7,5% na primeira quinzena de março, segundo a agência de notícias Interfax na sexta-feira.

Brent semanal

O petróleo do tipo Brent, negociado em Londres e que serve de referência mundial, subia 3 centavos, ou 0,03%, a US$106,41 por barril durante o pregão em Cingapura, nesta madrugada. A máxima da sessão foi de US$108.

Antes do feriado da Sexta-Feira Santa, o Brent fechou o pregão de quinta-feira a US$111,70, subindo 8,7% na semana, após perdas consecutivas que o fizeram recuar 13% nas duas semanas anteriores.

Já o petróleo americano West Texas Intermediate (WTI) subia 5 centavos, ou 0,04%, a US$111,75. Na semana passada, o WTI subiu 8,8%, após despencar 13% ao longo das duas semanas anteriores.

O petróleo americano ainda pode estender a alta para US$119 nesta semana, caso seu vigor seja mantido, disse Sunil Kumar Dixit, analista técnico do site skcharting.com.

“O WTI subiu impressionantes US$14 desde as mínimas de US$92,90”, ressaltou Dixit, dizendo ainda que o momento altista era corroborado pelo IFR, com leitura de 62, e o estocástico a 55/48.

“Na próxima semana, os preços devem continuar firmes, desde que o nível de 38,2% de Fibonacci a US$104,50 continue intacto como suporte e o rali procure alcançar a faixa inicial de US$110-112, que pode se estendida para US$114-$116 ou até mesmo US$119.”

Por outro lado, a perda do patamar de US$105 pode gerar problemas para o petróleo dos EUA.

“Se o nível de US$104,50 for rompido, um deslize maior até o nível de 50% de Fibonacci a 96,50 pode ocorrer rapidamente”, disse Dixit.

Ouro e Powell

Os investidores do ouro e outros ativos de segurança estão aguardando comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na quinta-feira, no que pode ser sua última aparição pública antes da decisão de taxa de juros do banco central americano em 3-4 de maio.

Ouro semanal

A expectativa é que Powell fale durante a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional na quinta-feira, quando também deve participar de um painel de discussão sobre a economia mundial, ao lado da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e de outros banqueiros centrais.

O Fed elevou os juros em 25 pontos-base em sua reunião de março e, desde então, vem sinalizando outro aumento de meio ponto percentual em maio.

Muitos analistas de Wall Street e investidores acreditam que o Fed não agiu com a velocidade necessária para combater a alta inflação e estão agora prevendo elevações mais agressivas para que o banco central americano recupere o tempo perdido.

Dados da semana passada mostraram que o índice de preços ao consumidor nos EUA subiu 8,5% no ano até março, seu crescimento mais rápido desde 1981.

Diversas outras autoridades do Fed também devem se pronunciar nesta semana, com destaque para o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard; o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans; e a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly.

O contrato futuro do ouro para junho negociado na Comex de Nova York subia US$12,10, ou 0,6%, a US$1987 por onça. Na quinta-feira, o contrato mais ativo do ouro nos EUA fechou a US$1974,90, uma alta de 1,7% na semana passada, aumentando os ganhos de 1,2% da semana anterior.

A governadora e futura vice-presidente do Fed, Lael Brainard, declarou na terça-feira que o banco central americano não hesitaria em aumentar fortemente os juros de modo a colocar a inflação sob controle.

Endurecendo ainda mais o tom, a ata da reunião de março do Fomc, comitê de política monetária dos EUA, divulgada na última quarta-feira, disse que a maioria dos membros concordava em fazer “uma ou duas” elevações de 50 pontos-base nos juros nas próximas semanas.

Depois disso, a autoridade mais rígida do Fed, James Bullard, disse que os juros deveriam ir além do alvo típico do banco central e atingir 3,5% no fim deste ano, a fim de suprimir o crescimento da inflação, que sobe duas vezes mais rápido.

“Eu gostaria de ver a taxa dos fundos federais subir para 3,5% no segundo semestre de 2022", afirmou Bullard, que é o presidente do Fed de St. Louis, em comentários feitos na última quinta-feira.

Depois de reduzir os juros para quase zero no auge da crise da Covid-19, o Fomc aprovou sua primeira alta nas taxas na era da pandemia em 16 de março, elevando-as em 25 pontos-base.

Depois disso, muitos membros da autoridade monetária chegaram à conclusão de que essa alta era tímida demais para controlar a inflação galopante, nas máximas de 40 anos, sendo necessário realizar altas mais agressivas de 50 pontos-base no futuro. O banco central também considera realizar sete ajustes na taxa de juros neste ano.

Bullard disse que o Fed estava perdendo sua luta contra inflação e precisava elevar os juros em mais 3 pontos percentuais antes do fim do ano.

Esse ritmo de elevações exigiria que o Fed embarcasse num movimento de alta de 50 pontos-base em cada uma das próximas seis reuniões deste ano. A meta de inflação do Fed no ano é de apenas 2%.

O analista técnico Dixit, que acompanha o preço físico do ouro, disse, na semana passada, que o metal amarelo estava em um ponto de inflexão.

“O IFR e o estocástico dão suporte ao movimento de alta, que precisa de compradores decisivos acima de US$1980 para que haja a próxima pernada para US$2001 2015.”

Mas um fechamento mais fraco na quinta-feira pode provocar lateralidade nos preços, alertou.

“Quando o mercado reabrir para as sessões na Ásia e na Europa, pode ser que haja um movimento de queda para retestar US$1959, podendo desencadear uma correção de curto prazo para US$1932.”

Uma falha em se firmar acima de US$1932 pode fazer o ouro cair ainda mais, em direção a US$1890, principalmente em um ambiente de disparada do rendimento dos títulos americanos, complementou.

“Os traders precisam ficar atentos ao rendimentos das notas de 10 anos e 30 anos, que estão acima das máximas plurianuais por causa de preocupações com uma recessão”, explicou Dixit.

“Esses rendimentos provavelmente são uma faca de dois gumes que pode ser tanto benéfica quanto destrutiva para o ouro, já que incentiva uma busca maior por proteção contra a inflação, até que o dólar comece a disparar, gerando liquidações no ativo".

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

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