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Commodities Nesta Semana: WTI Luta para Retornar a US$20; Ouro Busca US$1700

Publicado 20.04.2020, 09:29
Atualizado 02.09.2020, 03:05

O petróleo norte-americano está condenado a encerrar mais uma semana abaixo de US$ 20? Isso depende não só da oferta e dos estoques, mas também da maneira como os mercados vão digerir o progresso dos EUA em relação à pandemia de Covid-19, bem como dos protestos que estão sendo realizados em alguns estados do país para que a reabertura seja acelerada.

Como o contrato do West Texas Intermediate para maio expira nesta terça-feira, o Investing.com já começou a cotar os futuros mais negociados de junho como o mês com vencimento mais próximo no WTI. Essa troca permitiu que o petróleo norte-americano abrisse o pregão asiático desta segunda-feira a cerca de US$ 25 por barril, significativamente acima do fechamento de sexta-feira a US$18,27.  Mesmo assim, ao meio-dia no horário de Cingapura, o WTI de junho já havia se desvalorizado 5%.


WTI Futures Weekly Price Chart

Para quem ainda estava usando o contrato de maio, a derrocada foi ainda pior. Até sexta-feira, o WTI com entrega em maio registrava menos de um terço do volume do contrato de junho, atingindo US$ 17,31 – menor patamar desde novembro de 2001. Até o fechamento de terça-feira, sua queda já havia registrado uma mínima abaixo de US$ 14,50, a menor desde março de 1999.

Petróleo: até quanto pode cair?

O valor até onde o contrato do WTI com entrega em junho pode cair nesta semana será determinado pela velocidade com que as instalações de armazenamento de petróleo forem preenchidas nos EUA e no resto do mundo.

De acordo com os dados conhecidos, o estoque no centro de armazenamento em Cushing, Oklahoma, onde são feitas as entregas do WTI, atingiu 71% da capacidade de trabalho até 10 de abril, uma alta de 15% em relação às duas semanas anteriores. Se continuar nesse ritmo – uma média semanal de 16 milhões de barris ao longo das últimas três semanas –, analistas afirmam que o centro pode atingir sua plena capacidade em meados de maio ou nas primeiras semanas de junho, no mais tardar.

O estoque marítimo de petróleo também está aumentando. A estimativa é que os navios-tanque ao redor do mundo estejam armazenando a quantidade recorde de 160 milhões de barris, o dobro da registrada há duas semanas.

Em meio à pandemia que está destruindo a demanda petrolífera mais rápido do que a capacidade de corte dos países produtores, vem-se debatendo quanto ainda resta de capacidade de estoque e se esta se esgotará em breve. A Rystad Energy, consultoria norueguesa, e a Orbital Insight, empresa de dados via satélite da Califórnia, têm diferentes perspectivas sobre o assunto.

Estoques petrolíferos: existe capacidade para armazenar 200 milhões ou 2 bilhões de barris?

A Rystad, sediada em Oslo, estima que a capacidade de armazenamento do petróleo norte-americano pode ter caído para 200 milhões de barris em abril por causa da demanda perdida pela pandemia de Covid-19. Na prática, o espaço disponível pode estar perto de 150 milhões de barris, segundo a empresa.

Já a Orbital, sediada em Palo Alto, afirma que até 15 de abril, sua tecnologia de rastreamento em tempo real mostrava que os tanques petrolíferos ainda poderiam acomodar mais de 2 bilhões de barris em todo o mundo.

A Orbital declara que rastreia praticamente todas as 27.000 coberturas de tanques flutuantes e estima automaticamente os volumes totais de petróleo diariamente, usando imagens de satélite de alta definição, além de sinais de radares de abertura sintética focados em terminais-chave.

A empresa divide os estoques em todo o mundo da seguinte forma:

  • EUA: 317,59 milhões de barris – 50,7% preenchidos
  • Arábia Saudita: 106,30 milhões de barris – 59,1% preenchidos
  • Iraque: 17,21 milhões de barris – 46,1% preenchidos
  • Outros países: 3.197,33 milhões de barris – 55,5% preenchidos

Impacto na saúde e reabertura nos EUA

As mensagens confusas sobre o impacto da pandemia sobre a saúde dos americanos estavam tendo influência variada no comportamento dos investidores nos mercados.

Wall Street continuou se recuperando na semana passada diante do otimismo de que os EUA estivessem avançando em seu combate ao coronavírus. Andrew Cuomo, governador de Nova York, epicentro das infecções por Covid-19 nos EUA, declarou no domingo que continuava vendo um declínio nas hospitalizações e mortes diárias.

Mas Cuomo também notou que precisava expandir significativamente os testes de Covid-19 para evitar que houvesse uma nova onda de infecções e precisasse solicitar a ajuda do governo federal para que os laboratórios do estado conseguissem adquirir reagentes químicos necessários para levar a cabo os testes antes que a economia local fosse reaberta.

A história não é diferente no estado vizinho de Nova Jérsei, onde a curva do vírus estava mostrando sinais de achatamento em alguns lugares e aceleração em outros, de acordo com o governador Phil Murphy.

Em meio a isso, o presidente Donald Trump elogiou os manifestantes nos estados governados pelos rivais democratas, dizendo que os governadores haviam ido “longe demais” ao impor exigências de distanciamento social – as mesmas que ele aprovou – para combater a pandemia. Isso confundiu a mensagem transmitida aos investidores sobre a colaboração do governo federal com o estados para fazer o país voltar a trabalhar. Os futuros do Dow Jones indicavam uma abertura em queda em Wall Street na segunda-feira.

Cortes, e mais cortes, necessários

Voltando à oferta de petróleo, a necessidade de cortar a produção não poderia ser maior.

A Agência Internacional de Energia, sediada em Paris, espera que a demanda petrolífera de abril apresente uma queda de 29 milhões de barris por dia, atingindo níveis que não eram vistos em um quarto de século. Isso equivale a praticamente 29% dos números de demanda petrolífera diária de 100 milhões de barris em 2019.

A aliança Glopec de países produtores, enquanto isso, comprometeu-se oficialmente a reduzir apenas 9,7 milhões de barris por dia (bpd), apesar de Trump afirmar que os cortes na verdade seriam de cerca de 20 milhões de bpd. Os ministros de energia da Arábia Saudita e Rússia disseram, antes do fechamento dos mercados na semana passada, que estavam monitorando a situação para ver se outros cortes seriam necessários.

Em uma audiência na semana passada com a Comissão de Ferrovias do Texas, as empresas petrolíferas Pioneer Natural Resources (NYSE:PXD) e Parsley Energy (NYSE:PE) exigiram que o órgão regulador da produção no maior estado produtor de petróleo dos EUA aplicasse um corte compulsórios de 20% dentro da sua jurisdição.

“A indústria será varrida se os cortes não forem aplicados”, afirmou Scott Sheffield, CEO da Pioneer.

“Veremos o petróleo a US$ 3-10 bbl na segunda metade do ano.”

Mas outras petrolíferas, como Chevron (NYSE:CVX) e Marathon Oil (NYSE:MRO), ficaram ao lado de Sheffield.

“Eu diria que, entre os produtores mundiais, os EUA agiram primeiro e de forma bastante veemente", declarou Lee Tillman, CEO da Marathon.

“O fato é que já estamos cortando profundamente”, afirmou Tillman, dizendo ainda que os perfuradores de shale oil no Texas estavam prestes a cortar seu dispêndio de capital – jargão corporativo para redução de gastos com exploração e perfuração de petróleo – em 50% neste ano.

Em âmbito internacional, as petrolíferas cortaram o dispêndio de capital em 26%, ou US$ 60,5 bilhões, segundo dados da Reuters.

Mas, nos EUA, os perfuradores se tornaram vítimas do seu próprio sucesso, isto é, da eficiência operacional.

A produção petrolífera total dos EUA está cerca de 1,7% acima da registrada no ano passado, ainda estimada em 12,3 milhões de bpd na semana passada, contra a máxima recorde de 13,1 milhões de bpd em março.

“O setor de extração e produção nos EUA utiliza atualmente 72,8% menos sondas, ou 438 unidades, mas está produzindo 3.425.000 bpd (38,6%) a mais de petróleo do que em outubro de 2014”, ressaltou Dominick Chirichella, fundador do Instituto de Gestão Energética em Nova York.

Investidores do ouro esperam uma volta para o patamar de US$ 1.700

No mercado de metais preciosos, o ouro abriu na Ásia um pouco abaixo de US$ 1.700 por onça, patamar a partir do qual acabou caindo na sexta-feira, com a volta do mantra em Wall Street de que a economia em breve seria reaberta, após a realização de lucro desencadeada pela Covid-19.


Gold Futures Weekly Price Chart

No entanto, os analistas estavam otimistas com um eventual retorno do ouro para o patamar que pode fazê-lo testar as máximas de US$ 1.800 e, possivelmente, a máxima história acima de US$ 1.900.

“O ouro continua respaldado pelo descomunal estímulo monetário e fiscal que continuará em vigor no futuro próximo”, declarou Ed Moya, analista da plataforma de negociação online OANDA.

“As previsões de máxima recorde no ouro denominada em dólares ao poucos vêm se tornando o cenário-base, portanto podemos ver um aumento da volatilidade nas próximas semanas".

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