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Como a pessoa física pode proteger o seu patrimônio?

Publicado 16.03.2023, 10:05
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O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação do país, ficou em 0,84% em fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número representa não apenas um aumento em relação ao mês de janeiro, que atingiu 0,54%, como também uma alta de 1,37% em 2023 e de 5,6% nos últimos 12 meses. Cenários como esse, taxas de juros elevadas e períodos de recessão em geral costumam dificultar a vida de muitas pessoas físicas em relação à proteção de patrimônio, o que desperta um sinal de alerta para elas buscarem alternativas que criem uma “blindagem extra” nas suas vidas financeiras.

Nesses contextos, o poder de compra da população fica menor pelo aumento dos preços de serviços e produtos refletindo diretamente na economia do país, com, por exemplo, a tendência da perda de valor da moeda nacional - o real - em relação a outras moedas estrangeiras, um possível aumento da dívida pública e entraves no comércio exterior. Além disso, os investimentos em empresas e projetos podem ficar mais caros e menos atraentes, desestimulando o empreendedorismo e a criação de novos negócios. 

Por essas razões, a renda fixa é uma das principais opções para os investidores quando se trata de preservar o patrimônio. É claro que a inflação pode afetar negativamente a rentabilidade de ativos assim, como os títulos públicos, mas, normalmente, eles oferecem uma remuneração maior quando os juros sobem. Dessa maneira, junto de títulos privados, fundos de renda fixa, LCIs e CDBs, a categoria se transforma em uma alternativa interessante por promover um rendimento previsível e com baixo risco de perda de capital.

Outro caminho que chama a atenção de pessoas físicas é a própria diversificação da carteira de investimentos, partindo para múltiplas classes, como os títulos de dívida e os fundos multimercado. Na primeira modalidade, o indivíduo empresta dinheiro a uma empresa ou governo em troca de juros, podendo ter um retorno maior do que a renda fixa com a emissão de debêntures, bonds e notas promissórias. Já a segunda abarca aplicações em vários tipos de ativos, como ações, câmbio e commodities; vale realçar que cada formato carrega riscos maiores ou menores, porém, em teoria, o entendimento dessa estratégia é o de que a distribuição correta de valores em mais de um segmento proporciona ganhos equilibrados.

Segundo Cassio Zeni, sócio do Rubik Capital, Multi Family Office, é preciso avaliar o nível de risco e o potencial retorno de cada investimento antes de investir. “Investimentos de maior risco geralmente oferecem um potencial de retorno mais elevado, enquanto investimentos mais conservadores oferecem um retorno mais previsível, entretanto menor.”, explica. “Além disso, é importante estabelecer metas de curto, médio e longo prazo, ter uma reserva de emergência e manter uma disciplina financeira, evitando dívidas e gastos desnecessários”, finaliza o executivo.

Por fim, recorrer ao exterior também tem sido a saída favorita de muitos investidores para períodos de instabilidade. Estar inserido em mercados e moedas fortes, como o dos Estados Unidos com o dólar, coloca a pessoa de frente para as principais movimentações da economia mundial e, consequentemente, dos seus respaldos. Logo, há um afastamento dos imprevistos políticos e econômicos suscetíveis a acontecer no Brasil, fora outras vantagens a depender do modelo escolhido para ter uma vida financeira internacional. 

As empresas offshore, por exemplo, são beneficiadas pela regulamentação favorável de outras nações, chamadas de paraísos fiscais; desse modo, lugares como as Ilhas Virgens ou Cayman acabam gerando uma série de vantagens fiscais e cambiais. Já uma conta de investimentos em outro país segue a lógica dos fundos multimercado, visto que facilitam o acesso a uma gama de ativos globais (ações, títulos, dentre outros). Ou ainda podemos citar o setor imobiliário, que carrega um enorme potencial de valorização do bem adquirido.

No entanto, acima de todas essas opções, qualquer proteção de patrimônio começa também com um planejamento financeiro consistente e cuidadoso. Se uma pessoa física não evitar dívidas de alto custo, como empréstimos pessoais e cartão de crédito, ficando ainda mais exposta em um cenário de juros elevados, qualquer passo para frente será seguido de outros dois para trás. 

Nesse sentido, a busca pela orientação de consultores da área e companhias especializadas pode ser um ótimo jeito de iniciar a construção da barreira ao redor do seu dinheiro. Com a ajuda desses profissionais, é realizado um plano que junta as necessidades específicas do indivíduo - considerando a sua respectiva situação financeira - com uma análise do contexto econômico como um todo e das soluções que ele dispõe para jogar aquele jogo. Em suma, há como escapar de um problema sem criar outro.

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