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Compra de títulos pelo Banco da Inglaterra reverte estratégia para conter inflação

Publicado 04.10.2022, 12:42
Atualizado 09.07.2023, 07:31
  • O governo do Reino Unido manterá alíquota máxima de imposto, mas sua credibilidade foi bastante arranhada.
  • Inflação na zona do euro em 10% estimula reação dos dirigentes do BCE.
  • Investidores dos EUA veem uma luz no fim do túnel.

O governo britânico abandonou seu plano de eliminar a alíquota máxima de imposto de 45% sobre ganhos acima de 150.000 libras esterlinas. A libra e os títulos governamentais recuperaram parte do terreno perdido, mas o novo gabinete da primeira-ministra Liz Truss perdeu muito da sua credibilidade.

O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, teve de intervir com um plano emergencial de compra de 65 bilhões de libras esterlinas em títulos governamentais de longo prazo, a fim de evitar a derrocada de fundos de pensão que utilizam derivativos para proteger seus investimentos, por causa das chamadas de margem.

Isso era o contrário do que Bailey e o banco central pretendiam fazer desde que iniciaram a luta contra a inflação, subindo juros e restringindo a liquidez com a venda de títulos do seu portfólio. Os órgãos reguladores estão preocupados com o que acontecerá quando o programa emergencial do Banco da Inglaterra terminar em meados de outubro.

Previsivelmente, a imprensa britânica foi para cima do novo ministro de finanças por ajudar os mais ricos, no momento em que a população comum está sendo mais afetada pelos aumentos dos preços.

Repentinamente, Kwasi Kwarteng, filho de imigrantes ganeses educado segundo as melhores tradições britânicas, era reconhecido por seu brilhantismo, mas também por seu pouco tato e baixa disposição para ouvir, características da arrogância da elite.

Não há garantias de que, assim que a poeira baixar, Kwarteng ou mesmo Truss sobreviverão politicamente e, certamente, sua eficiência foi gravemente prejudicada. É isso o que acontece quando se instala um governo predispostos a realizar uma mudança radical sem ter sido eleito para tanto.

Bailey, cujos esforços para debelar a inflação foram objeto de duras críticas, é considerado como uma espécie de herói, pelo menos por enquanto. Mas o presidente do banco central, cuja condução da Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido continua gerando controvérsias, pode, em breve, ter que fazer seu próprio ajuste de contas.

A Grã-Bretanha, em suma, está uma bagunça. O Partido Trabalhista, na oposição, viu sua popularidade crescer, finalmente recuperando-se do desastroso mandato do socialista da velha guarda, Jeremy Corbyn, como líder (atenção, democratas dos EUA).

A Europa como um todo não está indo bem. O governo da Alemanha gerou consternação ao propor um plano de 200 bilhões de euros para auxiliar os consumidores mais afetados pela disparada dos preços de energia, prontamente suscitando críticas de países menores e menos prósperos da UE - ou seja, todos os outros 26 estados membros -, além da Comissão Europeia.

A Alemanha foi a mais atingida pela extorsão da Rússia usando a energia, mas foi essa mesma Alemanha que durante anos ignorou os diversos alertas por ficar à mercê de Vladimir Putin.

O Banco Central Europeu, enquanto isso, optou pelo dogmatismo e agora está planejando elevar os juros rapidamente. Provavelmente é tarde demais. A inflação na zona do euro atingiu 10% na semana passada, para o mês de setembro, superando os índices de preço dos EUA e estimulando uma reação dos dirigentes do BCE.

A expectativa é que o banco central agora eleve a taxa básica em 75 pontos-base (pb) em sua reunião no fim deste mês, a fim de colocar o gênio da inflação de volta na garrafa. Isso nunca teria acontecido se o banco central da Alemanha, o Bundesbank, estivesse segurando as rédeas, mas a essência da unidade europeia é a transigência e a timidez.

Os EUA estão em melhor condição. O Federal Reserve já vem elevando assiduamente as taxas de overnight e deve continuar nessa toada, como um aumento de 75 pb. A possibilidade de uma recessão fez com que os investidores se afastassem do mercado acionário e buscassem refúgio nos títulos do Tesouro americano, que agora pagam uma taxa decente de 3,2% em três meses. Não apenas isso, os investidores têm certeza de que terão seu dinheiro de volta.

O rendimento do título de dois anos superou 4%, atingindo mais de 4,27% na sexta-feira, antes de corrigir na segunda-feira e fechar acima de 4,11%. Mas os investidores decidiram na segunda-feira que as ações estavam sobrevendidas após um brutal terceiro trimestre, fazendo com que os índices mais amplos se valorizassem 2,5%. Um fio de esperança, de acordo com alguns estrategistas, é a possibilidade de o Fed reduzir o ritmo de elevação de juros no próximo ano, se a inflação ceder.

 

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