A semana foi interrompida pelo feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, na quinta-feira, e a atividade foi quase que nenhuma representada pelo volume de negócios na semana, que encolheu em um terço.
A semana curta não foi boa para o açúcar. O contrato futuro de açúcar em NY, agora com o primeiro vencimento sendo o outubro/2019, fechou a sexta-feira a 12.32 centavos de dólar por libra-peso, praticamente igualando o preço de julho na despedida deste, no final da semana passada. A entrega volumosa representada principalmente por açúcar brasileiro (quase 69%) e tailandês (pouco mais de 28%) ainda divide as opiniões dos operadores de mercado. Vamos precisar de mais algumas semanas para saber seu verdadeiro impacto.
Real mais forte em relação ao dólar e petróleo em ligeira queda na semana, com pouco mais de 1%, deveriam pressionar o valor de liquidação da Petrobras (SA:PETR4), resultando em gasolina mais barata e assim diminuir o valor do etanol. Mas, isso não ocorreu. O indicador semanal do etanol hidratado combustível Cepea/Esalq – São Paulo mostra R$ 1,6403 por litro, posto na Usina, sem impostos, que equivale a açúcar em NY com prêmio de 125 pontos.
Esperam-se dois cortes na taxa de juros americana até o final do ano. Um alento para as commodities, pois o apetite para o risco deve aumentar. Taxa de 2% ao ano dobra o capital em 35 anos. Taxa de 4%, dobra em 18 anos, se conseguir 5%, em 14 anos. “Vamos ter apetite, então”, pode ser o lema dos fundos.
Pensa num mercado que precisa de uma injeção de ânimo? É o açúcar, sem dúvida. Desde novembro do ano passado que estamos nesse marasmo, contidos num intervalo de preço sonolento e chatíssimo. O preço médio de novembro/2018 foi de 12,79 centavos de dólar por libra-peso. Em dezembro, o preço médio caiu para 12,58. Em janeiro deste ano subiu para 12,68 e em fevereiro o pico de 12,93 centavos de dólar por libra-peso. Março caiu para 12,47 e abril deu novo soluço para 12,61. Em maio a coisa ficou ruim: 11,83. E em junho encerramos com 12,44 centavos de dólar por libra-peso.
Olhando os números assim, pela média, podemos ter a impressão errônea que quem andou rolando fixações de venda nesse período, se deu mal. Não foi bem assim, mas precisou ser bem criterioso e disciplinado para não ter perdido o bonde. O intervalo de preços restrito que temos tido diminui a volatilidade das opções. Em tese, os fundos deveriam recomprar essa posição e vendida e colocar o dinheiro em ativos mais voláteis (lembre-se que os fundos gostam de risco).
Em dezembro, tivemos um intervalo de preços de apenas 100 pontos (mínima de 12,03 e máxima de 13,03). Em janeiro, o intervalo foi de 158 pontos: 11,69 e 13,27 centavos de dólar por libra-peso, ou seja, o mercado apresentou oportunidades de melhor preço para quem optou por rolar a posição. Fevereiro foi terrível: 99 pontos. Máxima de 13,50 e mínima de 12,51. Março foi pior: 80 pontos, com a máxima em 12,88 e a mínima em 12,08 centavos de dólar por libra-peso. Abril trouxe um intervalo de 129 pontos. Maio 103 e junho 83 pontos. Novamente a pergunta: por que os fundos ainda insistem em manter suas posições vendidas?
A ANP publicou o consumo de combustíveis no mês de maio/2019. Foram pouco mais de 5 bilhões de litros, praticamente o mesmo número de abril, mais 14.28% acima de maio/2018. Em gasolina equivalente, no entanto, o crescimento foi de 11.54% em relação ao mesmo mês do ano passado. O etanol hidratado foi o carro-chefe crescendo 41.27% chegando no acumulado de doze meses a 21.8 bilhões de litros, o maior consumo acumulado da história. A má notícia é que o consumo total em gasolina equivalente nos últimos doze meses caiu 0.63%. A boa notícia é que o consumo acumulado nos cinco primeiros meses deste ano é 3% superior ao do mesmo período do ano passado.