“As pessoas leigas estão preocupadas com a possibilidade de eventos de pânico no mercado e, por conta desse risco, associam o trading com apostas” – Al Brooks
Os crashes no mercado financeiro da forma comumente descrita não são comuns. O termo crash geralmente está associado a gráficos diários, em movimentos de queda brusca no preço de ativos, movimento este que leva a um pânico generalizado. Alguns quantificam o crash como uma queda de 20% ou mais em um curto espaço de tempo.
O pânico age como combustível à queda, muitos investidores querem se desfazer de suas posições o mais rápido possível e todas essas vendas criam uma pressão no mercado.
Crash como padrão gráfico
É muito útil pensar no crash como um padrão gráfico, pois isso elimina a emoção e ajuda o trader a seguir suas premissas. Em relação à ação do preço, há movimentos indistinguíveis dos padrões de um crash que ocorre quase que diariamente em diversos mercados e tempos gráficos. 
Acima o gráfico diário do Ibovespa durante o crash que ocorreu em 2020. Nada mais é do que um rompimento, este que é comum nos gráficos intradiários. Rompimentos são padrões gráficos onde há grandes barras de tendências consecutivas, aumentando de tamanho (momentum), geralmente com correções que duram uma barra e cobrem um grande espaço vertical no gráfico. Esses movimentos terminam em algum nível de suporte ou resistência, que podem ser linhas de tendências, linhas de canais, movimentos projetados, mínimas e máximas de swings anteriores, gaps e outros diversos pontos de referências de preço. 
Acima podemos ver que o crash que ocorreu no Ibov em 2020 encontrou suporte na linha de tendência mensal e em uma linha de canal semanal em uma confluência chamada de "Linhas Duelando", essa que explicarei em um outro post. Neste ponto há diversos outros suportes, como movimentos projetados, retrações, pontos do preço e médias.
Agora vamos comparar dois gráficos, o crash que ocorreu em 2020 no Ibovespa e o gráfico de um dia recente de 5 minutos do Futuro Mini de Ibovespa. 
Se retirar os eixos dos gráficos, você não conseguiria distinguir um do outro. Apesar do termo crash ser utilizado quase que exclusivamente para movimentos de pânico no mercado, em selloff de vendas que ocasione uma queda de 20% ou mais no gráfico diário, o padrão ocorre quase que diariamente em diversos gráficos intradiários. Sendo assim, o crash é um padrão comum de price action, e crashes em sua forma e características de preço são comuns e operáveis. Isso também indica que o princípio da matemática fractal pode ser útil no desenvolvimento de sistemas de trading, pois os padrões ocorrem em todos os tempos gráficos.
Como operar um rompimento
Em rompimentos, devemos operar sempre a favor do padrão. Essas diretrizes são válidas tanto para posições de longo prazo quanto posições de curtíssimo prazo, valem tanto para gráficos diários, como gráficos intradiários. Se você estiver comprado e o mercado começar a apresentar as características de rompimentos contra sua posição, você deve vender imediatamente, e se possível iniciar uma operação na venda. Caso não esteja posicionado e houver um rompimento de baixa, venda por qualquer motivo, entrando com ordens stops, limitadas ou a mercado. Se você estiver vendido e o mercado começar a apresentar as características de rompimentos contra sua posição, você deve comprar imediatamente e zerar a posição, e se possível iniciar uma operação comprado. Caso não esteja posicionado e houver um rompimento de alta, compre por qualquer motivo, entrando com ordens stops, limitadas ou a mercado.
Afinal crashes são comuns?
O padrão de um crash é comum e ocorre quase que diariamente em todos os mercados. Agora, este padrão no gráfico diário, de forma generalizada em um ou vários mercados financeiros, definitivamente não. São eventos raros, porém as diretrizes para operar um rompimento podem e devem ser utilizadas durante esses eventos, pois apesar de raros são operáveis.