Sonho e pó
O dia é de mercados em alta mundo afora, impulsionado principalmente por commodities.
Seguem fortes as expectativas de um acordo na OPEP para reduzir a produção do óleo negro. Renovam-se também as apostas nos metais, repercutindo as altas de minério de ferro e aço na China, com destaque para o cobre em Londres.
No front europeu, ecoa otimismo com sinais de extensão dos estímulos monetários pelo Banco Central Europeu — o mesmo de sempre.
Nenhum destes, diga-se de passagem, qualquer tema que me inspire confiança.
Não se perca na vida à custa de aventuras.
Paz nos desaventos
Disseram aos governadores que fossem a Brasília pra pedir, de romaria e prece, paz nos desaventos… e assim eles fizeram.
A postura de Meirelles, no entanto, é outra: vendam ativos, privatizem empresas, emitam dívida… enfim, arquem com a responsabilidade sobre o problema em que se enfiaram ao assentir com o crescimento desenfreado dos gastos obrigatórios promovido nos últimos anos.
Justo, não? Ou é assim, ou o governo federal virou fiador dos governos estaduais. Talvez caiba ao governo federal mediar uma solução, mas certamente não lhe compete resolver o problema sozinho.
A crise dos Estados ainda dará pano para manga.
De volta à mesa
Passado o susto-Trump e consolidada a percepção de que o mundo não acabará, o mercado — que havia chegado a cogitar Selic estável no próximo Copom — voltou a colocar na mesa a possibilidade de uma aceleração no corte para 50 pontos-base.
Os leitores deste M5M bem sabem que este escriba insistiu que as condições para isso estavam dadas e que o BC, se efetivamente guiado pelos dados econômicos — e não por análises esotéricas da imprensa especializada que tudo erra —, poderia, sim, considerar esse cenário.
Se a tese ganhar força, curva de juros deve seguir fechando bem. Foco nos prés.
Não tem mais desculpa
Por falar nisso, volta-e-meia me escrevem reclamando que os conceitos de renda fixa são difíceis de entender.
Como um cara que trabalhou a carreira inteira com equities, eu ainda acrescento: é chato pra caramba.
Ainda bem que a Marília tem o dom de fazer o difícil parecer fácil e o chato parecer... menos chato.
Como se não bastasse o material habitualmente maravilhoso (sou fã mesmo, admito!) do Empiricus Renda Fixa, ela decidiu dar uma forcinha extra mastigando tudo (ainda mais) em uma série de vídeos semanais, curtos e diretos. Olha a chamada que ela fez no finalzinho da semana passada:
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