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Câmbio: O Efeito Lula e o Ajuste Previsto e Imponderável do Mercado

Publicado 16.03.2016, 14:00
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É correto atribuir-se o forte ajuste que ocorre na BOVESPA e no mercado de câmbio unicamente ao fator LULA e sua desesperada disposição de assumir um ministério, menos por seus méritos de competência e mais para se eximir de responsabilidade, ou o mercado o faria de qualquer forma, após o sucesso das manifestações públicas do último domingo, quando teve um “day after” evidenciando estar atônito com o ocorrido?

O mercado financeiro cometeu um considerável equívoco na fase anterior às manifestações, deixando-se levar por um forte movimento emocional, mas preponderantemente especulativo forjado sem o lastro de fundamentos sustentáveis, distorcendo a formação de preços do mercado acionário e do mercado de câmbio.

Altas sem precedentes na BOVESPA e uma apreciação absolutamente inoportuna e carente de justificativas do preço da moeda americana.

O movimento parecia extremamente “orquestrado” para recuperar os preços das ações, ao mesmo tempo em que abria uma via de saída de divisas do país num contexto extremamente favorável aos investidores estrangeiros. Naturalmente, aproveitaram a mesma via importadores com passivos a liquidar e, também, bancos que não rolaram empréstimos vincendos em decorrência do desinteresse atual, elevação de custo externo e encurtamento de prazos face ao agravamento do conceito risco do Brasil.

Passada a manifestação pública marcante ocorrida, o mercado sinalizou insegurança quanto às perspectivas, visto que se conseguisse o conclamado “impeachment” da Presidenta poucas coisas teriam mudança abrupta e imediata, pois precisaria ser realizada a transição, morosa e conturbada pelas correntes de interesses, nomes, programas de governo, credibilidade e absoluta inexistência de possibilidade sem que medidas impopulares viessem a ser adotadas, etc..

Esta percepção por si só seria motivadora de reversão das exacerbações ocorridas nos preços dos ativos da BOVESPA e do dólar. A mudança política não ensejaria agregação das correntes em torno do poder de imediato, e, não arremessaria à perspectiva imediata de reversão do estado caótico da atividade econômica.

Portanto, a perspectiva ensejaria a transição com o desafio da convergência ao objetivo comum, porém ser retirar a necessidade de medidas duras e impopulares, e, não garantiria a retomada da atividade econômica no curto/médio prazo.

Assim, não seria razoável imaginar-se melhora substantiva dos fluxos cambiais para o país, já que eventuais investidores estrangeiros estariam em estado de observação em torno da nova fase do país, nem mesmo no saldo realizável realisticamente na balança comercial, que vem sendo projetado com certa exacerbação.

Neste contexto, por que a BOVESPA teria motivos para valorização e o dólar para depreciação? Nenhum!

Então, passada a euforia, sem esmorecer no objetivo, o mercado financeiro teria naturalmente um olhar mais criterioso sobre as perspectivas e, gradualmente, a BOVESPA sofreria o ajuste depreciando os preços das ações e o dólar retomaria sua apreciação realista.

Desta forma, o que se observa no momento não pode e não deve ser atribuído unicamente ao efeito LULA, mesmo que esteja entrando no governo pelas portas do fundo e permitindo o entendimento de assunção das culpas que lhe vêm sendo atribuídas, pois as chances de melhora do contexto Brasil são mínimas, contudo são máximas de piora.

O ex-Presidente não terá capacidade negocial com a oposição, pois a perda de credibilidade foi severa, no máximo poderá agregar o PT em torno do governo, mas com baixa capacidade de mudanças do “status quo” atual.

É enganosa a validação de sua capacidade gestora, pois quando foi Presidente o país atravessava uma fase de demandas reprimidas e bastou soltar o crédito, sem realizar investimentos estruturais, e expandir programas sociais que se prestaram a fidelizar o eleitorado.

Esta realidade esdruxula de LULA ministro tem efetivamente a capacidade de impulsionar a reversão do preço dos ativos, mas nos parece incorreto atribuir tudo unicamente a este fato, de vez que o mercado financeiro está fazendo a sua revisão em decorrência dos outros fatores mencionados e que acarretam incertezas na perspectiva caso a oposição venha a assumir o governo.

O PT, partido do ex-Presidente e da Presidenta a qual contesta as políticas, tem propagado, na falta de recursos para bancar gastos e/ou investimentos, a utilização das reservas cambiais.

Isto, se implementado, certamente acirrará o conceito negativo dos investidores estrangeiros, já ariscos com a indicação de Lula a um cargo ministerial, porque as reservas cambiais são o único diferencial que ainda resta ao país e é importante para o governo neste momento em que lhe falta credibilidade.

Há no nosso entender uma ação camuflada nesta estratégia.

O Brasil vem revelando ostensiva saída de recursos estrangeiros, que deve persistir e intensificar-se com o agravamento do quadro político-econômico atual, e que deve exigir do Banco Central do Brasil, que tem mascarado sua ação injetora de liquidez no mercado a vista com a utilização dos bancos e suas posições vendidas lastreadas em linhas de financiamentos que concede, que atue diretamente no mercado a vista vendendo divisas das reservas cambiais.

Então, o governo e seu Banco Central do Brasil venderão dólares no mercado à vista promovendo a necessária liquidez, camuflando a atitude como se dentro de estratégia de geração de reais para financiar a cobertura de gastos e/ou investimentos em infraestrutura.

Certamente esta atitude impactará no conceito de risco internacional do país, afastando investidores em renda fixa e variável e deixando arredios os investidores em conta capital.

Acreditamos que será altamente negativa, fomentando a apreciação da moeda americana no nosso mercado e a deixando, inclusive, sob risco de ataque especulativo.

Até dia 11 passado deixaram o país US$ 12,236 bilhões de divisas pelo canal financeiro e os bancos apresentavam posições vendidas de US$ 27,718 bilhões, não computadas as linhas de financiamentos concedidas com contratos a termo, que tem efeito compra e venda. O BC havia concedido linhas de financiamentos aos bancos de US$ 14,500 bilhões até então.

As saídas liquidas (financeiro – comercial) atingiram US$ 7,628 bilhões e o nosso saldo de balança comercial foi anunciado até então em US$ 6,03 bilhões, o que lhe tira um pouco o brilho quando se olha a perspectiva para o déficit em contas correntes.

Hoje a BOVESPA cai novamente e o dólar revela valorização e esta deve ser a tendência que irá se ajustando pelos fatores do próprio mercado como destacamos e pelo efeito LULA, porém não é correto atribuir-se tão somente a este fato em torno do ex-Presidente o ajuste pelo qual passa o mercado.

É natural que este fato pesará doravante e se agregar a utilização das reservas cambiais, podemos afiançar que o câmbio irá corrigir drasticamente o seu preço no mercado de câmbio, fortalecendo a tendência de desvalorização do real, e como já dissemos, colocando-o a risco de um ataque especulativo.

Ilusório acreditar numa taxa cambial nos parâmetros atuais. O ajuste virá célere pois fundamentos negativos político-econômico não faltarão, tendo em vista que, até o momento, o pior está por vir.

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