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Câmbio: “Focus” Não Evidencia Bem a Perspectiva Para o 2º Semestre

Publicado 29.07.2014, 07:03
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O mercado financeiro parece receoso de errar nas suas projeções envolvendo este ano de 2014 e isto parece estar patente nas projeções medianas recentes expressadas no Boletim FOCUS, salvo no quesito do crescimento do PIB que, mais uma vez, é reduzido, desta vez de 0,97% para 0,90%, exatamente a metade do que o governo está projetando.

É evidente que o nível de incertezas presente no mercado para este breve espaço de tempo é bastante intenso, pois envolve o cenário interno sujeito a promover fortes impactos e o mercado externo que pode determinar movimentos pontuais relevantes.

Temos como fator mais importante o eleitoral. As pesquisas divulgadas até o momento não permitem formação de juízo sobre qual será o resultado, havendo, isto sim, de que está duvida deverá perdurar até a efetivação da própria eleição.

Seja a situação ou a oposição, certo é que o país precisará alterar substantivamente a sua politica econômica se desejar realinhar-se com a perspectiva de crescimento, mudando o modelo ancorado no consumo estimulado pelo crédito para o crescimento impulsionado pelo investimento e foco efetivo na infraestrutura.

Há muitas duvidas sobre o comportamento dos fluxos de recursos externos ante a perspectiva de continuidade ou mudança de governo, e este é um fator que poderá determinar retração abrupta no fluxo de ingressos, e, ainda acentuar o fluxo de saídas.

Portanto, este movimento poderá vir a impactar na formação do preço da moeda americana no nosso mercado, que já evidencia carência expressiva de fluxos líquidos de recursos, com os bancos “carregando” posições vendidas da ordem de US$ 18,0 Bi para suprir a liquidez faltante e assim privar, pelo menos por enquanto, o BC da necessidade de intervir diretamente com oferta de divisas das reservas cambiais brasileiras no mercado à vista.

Por isso, nos parece fora do ponto a projeção do déficit em transações correntes de US$ 81,65 Bi, não captando a perspectiva de piora dos fluxos líquidos de recursos para o país, que deverão ter tendência acentuadamente negativos.

Fato que, também, em linha com a realidade desautoriza a projeção de preço da moeda estrangeira de R$ 2,35 para o final do ano.

As projeções do FOCUS evidenciam desalinhamento visto que indicam um crescimento do PIB cada vez menor, déficit em transações corrente cada vez maior e o preço da moeda americana cadente, o que nos parece um paradoxo.

Há uma clara tendência de que a volatilidade tende a se acentuar e o BC pontuou isto para surpresa de muitos na ata do COPOM.

Há que se esperar fluxo de saída de capitais especulativos do país antes das eleições como postura defensiva destes investidores face às incertezas, devendo ocorrer também um recuo nos ingressos de recursos de todas as naturezas, tendo em vista que grande parte das captações de recursos externos já foi antecipada pelas empresas ao longo do 1º semestre, e os demais investimentos, seja para conta capital, seja para mercado, especulativo ou não, certamente aguardarão as eleições e as novas diretrizes que o governo eleito indicar e deverão ser retomados somente no próximo ano, se efetivamente o forem.

Na margem, há no radar o risco do FED americana vir a alterar a política monetária americana e isto certamente, quando ocorrer, impactará sobre os recursos estrangeiros aplicados nos países emergentes.

O preço do dólar mais elevado por circunstâncias de mercado poderá comprometer a projeção do IPCA para 2014 em 6,41%.

Estes três dias finais do mês podem apresentar volatilidade causada por disputas em torno da formação da taxa PTax do mês.

Contudo, acreditamos que ao longo do mês de agosto o fluxo cambial negativo deverá se acentuar com a saída mais intensa de recursos e recuo nos ingressos e então haverá maior pressão sobre a formação do preço da moeda americana que será apreciado.

A questão central que temos colocado a alguns meses é:

Qual o limite razoável para os bancos acumularem de “posições vendidas” para suprir a liquidez insuficiente que o nosso mercado de câmbio à vista vem registrando e deve intensificar, ancorando-as em empréstimos de curto prazo?


Como também temos destacado os bancos tem se prestado a gerar liquidez dada a existência de condições operacionais que lhes permite arbitragem entre custos de linhas externas e renda do cupom cambial, e com isto são atualmente os demandadores potenciais das ofertas de “swaps cambiais” ofertados pelo BC.


O “encaixe” de volume dantesco de US$ 90,0 Bi de “swaps cambiais” atendeu a passivos não protegidos quando foi percebida a queda dos fluxos para o país e o governo deu inicio ao programa de oferta dos “swaps cambiais” em agosto de 2013, combinado com oferta de linhas de empréstimos em moeda estrangeira oriundas das reservas cambiais.


Ocorre que gradualmente ocorrerá a transição das posições protegidas por este montante de “swaps cambiais” na forma de demanda efetiva por divisas no mercado à vista, exercendo pressão sobre o preço e os bancos poderão já não estar aptos a elevar suas posições “vendidas”, impondo que o BC então o faça na forma de oferta de divisas efetivas das reservas cambiais.


E neste dantesco volume há parte relevante de capitais especulativos que ingressaram no país mais acentuadamente no 1º trimestre e que tendem a sair ainda antes das eleições.


O surgimento de necessidade efetiva do BC ser o ofertante direto da liquidez no mercado à vista, função hoje triangulada para que os bancos o façam, será um sinal bastante negativo e que poderá motivar movimentos especulativos sobre o real.


Portanto, é inegável que este cenário prospectivo sereno que é projetado pelas projeções do FOCUS poderá ser abalado por movimentos absolutamente factíveis.


Como temos salientado, acreditamos que o setor externo será o grande desafio para a política monetária do governo neste 2º semestre.

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