Esclarecimento
Após duas aventuras futebolísticas, o desafio “que fim levou” do jogador Tesourinha e da aposta para os finalistas da Copa do Brasil, a qual acertei o resultado (em módulo), lanço um quiz financeiro no M5M desta quinta-feira...
Poderia ser um desafio de interpretação de texto, mas vai muito além disso.
Primeiro, leia o “esclarecimento” divulgado pela Petrobras:
“O reajuste dos combustíveis é assunto de competência da Diretoria Executiva observando-se a política de preços aprovada pelo Conselho de Administração. (...) A orientação do Conselho de Administração tem sido pela manutenção dos níveis de preços. Até o momento, não há data ou percentual definidos para o reajuste nono preço da gasolina e do diesel. Está agendada uma reunião do Conselho de Administração para o próximo dia 14 de novembro, cuja pauta prevê a apresentação das Demonstrações Financeiras do terceiro trimestre de 2014.”
Agora, tente tirar alguma informação consistente - esclarecimento, de fato - dele.
Quem conseguir solucionar o enigma, favor compartilhar a resposta.
Mas vou alertando...
Esse exercício pode causar danos ao seu cérebro, e ao seu bolso.
Por que raios Petro despenca?
Se a “manutenção dos níveis de preços” é de (i) manter os preços atuais na bomba, ou (ii) perseguir a relação atual (próxima da paridade) aos preços internacionais, ninguém entendeu.
Esclarecimentos confusos não são propriamente uma novidade de Petrobras. Mas, a julgar pela reação das ações, que voltam a despencar, o mercado entendeu por (i), que não haverá reajuste.
De toda forma, independe disso...
Como o mercado andou mais uma vez na frente e antecipou outro reajuste sobre o preços das ações, qualquer coisa que o faça questionar o aumento, ainda que sem uma decisão, é motivo para incorporar novos fatores de risco.
Desta vez, mesmo sem qualquer novidade e sem saber de nada, a movimentação do mercado é, sim, sensata.
Agora, um desafio bem mais simples...
Qual a semelhança entre os meus chutes para resultados de futebol e a política energética vigente?
Ambos são pé trocado. Ou, acabam indo na contramão.
Algumas iniciativas da política energética?
- diminuir o impacto ambiental com um modelo focado nas usinas de fio d’água
-
reduzir as tarifas à força, via MP 579 e terceiro ciclo de revisão tarifária das distribuidoras, estimulando a indústria e trazendo impacto positivo sobre índices de inflação
- proposta para baixar o teto de preços no mercado à vista, reduzindo assim virtualmente os preços que não foram reduzidos em (ii)
De boas intenções o inferno está cheio...
A preservação ambiental às avessas
Nos últimos anos assistimos a um processo de demonização das usinas térmicas e com reservatórios, para privilegisar usinas de fio d’água. No papel faz sentido...
Os reservatórios funcionam como estoque a ser utilizado em períodos secos – por outro lado, há menor necessidade de áreas alagadas no modelo fio d’água, diminuindo o impacto ambiental. Mas a realidade é um tanto mais dura...
Além de estar menos coberto em períodos de seca, as exigências ambientais têm contribuído para atrasos no início de operação das usinas, e as chuvas escassearam. Para garantir o funcionamento do sistema, tiveram de voltaram com as térmicas… aquelas mesmas, demonizadas pelo impacto ambiental.
Redução forçada para (aumentar) tarifas
Quem não lembra da polêmica MP 579, para renovação antecipada das concessões?
A ideia era nobre... Para conseguir nova renovação do vencimento das concessões, as empresas teriam redução das receitas auferidas com as concessões como contrapartida. Mas, para tal, a imposição truculenta alterou regras do jogo e gerou desconfiança no setor para investir. O mesmo para as distribuidoras, no terceiro ciclo de revisão tarifária.
O ambiente regulatório apertou, as chuvas não vieram e o terceiro ciclo de revisões tarifárias provocou o derretimento da geração de caixa (e valor de mercado) das empresas.
Pouco depois da redução forçada das tarifas pela revisão tarifária, foram aprovados reajustes de conta de luz de 19% para Light, de 24% para Copel, de 18% para Eletropaulo...
Agora, os aumentos de tarifa de dois dígitos sobrepujam os efeitos da redução. É a versão elétrica do desrepresamento.
Baixando o preço, baixando o teto
Com o risco de apagão, a energia cara das térmicas ligadas e a consequente disparada dos preços da energia vendida no mercado spot (à vista), a Aneel propôs reduzir o teto do preço desta energia de curto prazo, dos atuais R$ 822/MWh para R$ 388/MWh.
Algumas empresas apoiam a medida, incomodadas com os efeitos perversos do preço alto nos balanços desse trimestre. No entanto, parte do setor se incomoda com mais uma mudança das regras do jogo quando convém.
Ainda sobre o preço de curto prazo, aqui entra a interessante lógica do setor...
Há exposição involuntária das distribuidoras aos preços do mercado livre, porque elas tem dificuldade em comprar energia no leilão (geradoras preferem vender no mercado spot, com esses preços mais altos)
Por sua vez, se em um trimestre a distribuidora consegue ter excedente de energia, ela pode vender e se beneficiar do alto PLD.
A controvérsia na prática
Para o bem: Eletropaulo (ELPL4) se beneficiou da possibilidade de vender energia no mercado livre, dado que estava com excedente de 5% em relação aos contratos, o que impulsionou a receita e a última linha (R$ 130 milhões x R$ 27 milhões no 3T13).
É mais ou menos assim: quando não tem excedente o Tesouro dá uma mão... Quando tem pode bombar a receita vendendo caro no mercado à vista.
Para o mal: AES Tietê (GETI4) sofreu com a estratégia de alocação de energia adotada e com o rebaixamento da garantia física, em função da situação ruim dos reservatórios do sistema. Pela primeira vez em mais de dez anos vimos a empresa reportar prejuízo líquido, de R$ 84 milhões, e não haverá distribuição de dividendos no trimestre - embora a notícia seja evidentemente ruim, era amplamente esperada pelo mercado.
Quem raios é Mark?
Respondendo à pergunta recorrente no email...
Sim, é o figura com cara de “Cães de Aluguel”.
Você já foi apresentado a ele, não lembra?
“Conheci o Mark a trabalho, não faz assim tanto tempo. O cara é uma referência no negócio de informações financeiras nos Estados Unidos, e fundador da American Writers & Artists Inc., da qual sou membro. Hoje posso dizer tranquilamente que o Mark mudou a minha vida. Minhas afinidades com ele foram muito além do trabalho…
Não pense bobagem. Ambos somos aficionados por artes marciais. O primeiro contato do Mark com o Brasil veio através do jiu-jitsu. Hoje ele é faixa preta. E não só de jiu-jitsu. É autor de best-sellers e um empreendedor muito bem sucedido.”
Tá, vou dar um desconto. O texto acima foi publicado originalmente em março, faz um tempinho.
O motivo de eu voltar a falar do Mark é que conseguimos trazer ele novamente para o Brasil, e não (só) para treinar jiu jitsu, mas para dar um treinamento sobre construção de riqueza, “4 dias com Mark Ford”, presente pelo aniverário de 5 anos da Empiricus.
O cadastro para o treinamento e para participar do Webinar com o Mark na semana que vem vai até domingo. Por isso, deixo aqui o convite, e o alerta.
Para fazer o cadastro gratuito, é só clicar aqui.