Publicado originalmente em inglês em 12/05/2021
- Resultados do 2T21 fiscal serão divulgados na quinta-feira, 13 de maio, após o fechamento;
- Expectativa de receita: US$ 15,86B;
- Expectativa de lucro por ação: $0.27
Para os investidores da Walt Disney Co. (NYSE:DIS) (SA:DISB34), o balanço de amanhã é de extrema importância. Ele pode mostrar que o aumento no número de assinantes do serviço de streaming Disney+, que se tornou seu principal motor de crescimento durante a pandemia, está desacelerando com a reabertura da economia americana e as pessoas saindo para realizar atividades ao ar livre, depois de um ano na frente da TV.
A Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34), maior rival da Disney no segmento, divulgou resultados decepcionantes no mês passado, quando disse aos investidores que seu serviço de streaming adicionou muito menos clientes nos primeiros três meses de 2021 do que Wall Street esperava. E, de acordo com a projeção da NFLX, o atual trimestre será ainda mais desafiador. A Netflix prevê adicionar apenas 1 milhão de novos clientes, uma fração dos 4,44 milhões projetados pelos analistas.
A Disney+ superou a marca de 100 milhões de usuários em apenas 16 meses após seu lançamento nos EUA, em novembro de 2019, e no Canadá, Austrália, América Latina e Cingapura nos meses seguintes. A rápida ascensão do serviço ressalta o poder do nome Disney, bem como das suas franquias de entretenimento, como Marvel, Guerras nas Estrelas e Pixar. A Netflix, pioneira no streaming por assinatura, encerrou 2020 com quase 204 milhões de assinantes em todo o mundo.
“Nomadland”, filme da Disney que conta história de uma mulher desolada viajando pelo Oeste americano, venceu o Prêmio da Academia de 2020 como melhor filme, no que foi uma grande vitória para a companhia, encerrando praticamente 20 anos sem títulos para o maior estúdio de Hollywood.
O enorme crescimento do Disney+ deu suporte às suas ações durante toda a pandemia, já que seus parques temáticos, cinemas e linhas de cruzeiro ficaram desertos sem os visitantes. Depois de disparar 25% no ano passado, as ações da Disney perderam força em 2021. Elas fecharam na terça-feira a US$ 181,67.
Parques temáticos e demanda reprimida
Embora a desaceleração do número de assinantes seja o principal risco ao qual os investidores devem estar atentos antes do balanço de amanhã, existem outros catalisadores positivos que podem dar suporte ao crescimento da sua receita neste ano.
Entre eles está uma disparada na receita dos parques temáticos após a reabertura gradual, a demanda reprimida dos consumidores, bem como sinais iniciais de tração no lançamento internacional do Star, nova central de conteúdo da companhia. Analistas do UBS reiteraram, em nota emitida no mês passado, sua recomendação de compra das ações da Disney, dizendo que a empresa "estava preparando o terreno para a recuperação".
“Nossa expectativa é que os resultados destaquem a estabilidade dos serviços diretos ao consumidor antes do aumento da grade de conteúdo, enquanto a recuperação nos parques temáticos toma forma”.
Antes da pandemia, a divisão de parques da Disney era uma das mais lucrativas da companhia. A receita dessa divisão cresceu 70% entre 2013 e 2017. Em 2019, último ano completo antes da Covid-19, o lucro operacional da unidade cresceu 11%, acima de todas as outras divisões da Disney, com multidões esgotando a capacidade de público nos dias mais concorridos.
Atualmente, os parques da Disney na Flórida e Califórnia estão abertos, mas com capacidade limitada, o que pode mudar neste ano, à medida que mais americanos se vacinam e as restrições da Covid são flexibilizadas.
Conclusão
Com suas unidades centrais de geração de receita ainda sob pressão, a Disney é uma aposta na reabertura da economia e no sucesso do seu serviço de streaming. Esses dois catalisadores já estão bastante refletidos no preço das suas ações, dificultando um desempenho forte a partir de agora. A projeção da Disney para o resto do ano é fundamental para definir a direção das suas ações daqui para frente.