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Dogs Of The Ibov: Um Estudo Sobre Dividendos

Publicado 08.09.2017, 09:35
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Infância. Fui criado no interior do RS em Cruz Alta, pra ser mais específico. O fato de morarmos no interior e em uma casa fez com que tivesse uma infância cercado de animais. Tínhamos gatos, os nossos e os agregados, passarinhos estavam sempre se deliciando na bergamoteira da minha vó (árvore de tangerina), uma galinha do vizinho que se perdia e aparecia por lá, volta e meia um gambá que surgia do nada, uns cavalos que passavam pela rua com os carroceiros e obviamente cachorros!!

Já já retorno a esse ponto…

Macacos me mordam. Mudando um pouco de assunto, esse dia a dia de “stock picker” é por vezes cansativos e duvidoso. Mesmo sendo em tese esclarecidos cometemos muitos erros no mercado. É algo normal, mas que gera questionamentos de muitos sobre até que ponto conseguimos efetivamente obter retorno que justifique pagar para uma gestão “diferenciada”.

Indo nessa seara já li um estudo interessante: o que ocorreria se optássemos por uns macacos para selecionar ações? Sim Macacos!

O mais incrível, eles conseguiram o que muito gestor ficou devendo: bater o mercado! “Macacos me mordam!” Dê uma olhada no artigo do link abaixo caso você tenha se interessado. Mas basicamente foi feito um experimento com 100 macacos jogando dardos nos nomes das ações como forma de selecionar ações. o resultado foi que os macacos outperformaram o índice de ações americano por um média de 1,7% ao ano.

Any Monkey Can Beat The Market

Voltando…

Dogs no mercado? O interessante de ter um bichano em casa é que eles nos entendem!! Não por acaso tem muito daqueles filmes que apresentam os dogs como dotados de uma mente tal qual a humana e pertencentes a uma sociedade organizada, como se fossem humanos. Eles realmente veem e percebem as coisas! E se eles escolhessem ações?

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Well não houve estudos nesse sentido, mas uma teoria chamada Dogs of Down mereceu minha atenção! Não eles não colocaram lindos “bichinhos de 4 patas” para escolher ações. mas Michael B. O’Higgins criou uma estratégia de investimentos bem simples que supostamente bate o índice, no caso Dow Jones.

A ideia é simples. Uma vez por ano, na virada do ano tu vai e escolhe as 10 ações de maior dividend yield e compra. Carrega a posição o ano todo e pronto! Roda de novo pra ver as nuances no indicador dividend yield e faz as alterações necessárias a carteira. O resultado é de que essa simplíssima estratégia bateu o índice. Abaixo a tabela que apresenta esse resultado:

Dogs do Mercado

E mais infos sobre a teoria aqui no site: Dogs of the Down Theory

Qual a lógica? Primeiro o que é o dividend yield? Uma fração, uma divisão. A fórmula abaixo:

Dividend Yield

dividendos pagos no ano / preço da ação

pagou $1 de dividendo / $20 é o preço da ação = 5% de dividend yield

A grosso modo o que ocorre é que quando uma ação cai muito seu dividend yield tende a aumentar, pois o cálculo é feito considerando os dividendos dos últimos 12 meses. Logo ao comprar as empresas de maior dividend yield tu também está fazendo uma aposta contrária, ou seja, possivelmente comprando ações que caíram muito. Outra forma de ver é pelo numerador, ou seja, se a ação tem dividend yield é porque pagou um dividendo alto nos últimos 12 meses que pode ou não se manter.

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Enfim. Sem muito carinho canino, os “dogs” seriam as ações “vira-latas” do índice. As que estão abandonadas pelas ruas e o investidor apenas iria adotar estas.

E isso funciona para o Brasil? Não sei, mas vou dividir o estudo que fizemos aqui na VGR (Valor Gestora de Recursos)

Pegamos 150 empresas selecionadas “arbitrariamente”. Basicamente busquei empresas com histórico, liquidez para que pudêssemos fazer as carteiras projetadas (mais abaixo coloco a lista de ações usada).

1º ESTUDO: DIFERENTEMENTE, da teoria original, optei por mudar mensalmente a carteira. Ou seja, mensalmente mudamos a composição para capturar os menores yields entre essas 150 empresas. O período analisado foi 10 anos, ou seja 120 meses, ou seja 120 carteiras entre julho de 2007 e julho de 2017.

Os resultados:

Dogs do Ibovespa

Muito ruim!!!!

Surpreso? Sim eu também fiquei. mas abrindo os dados e analisando mais detidamente algumas coisas chamam atenção.

Dividendos vs Ibovespa

Primeiro. A carteira foi muito bem até meados de 2012, tendo um desempenho de cerca de 50 p.p. acima do IBOV. O gráfico abaixo com o gráfico do diferencial de performance da carteira x IBOV mostra isso…destaque para o quadro verde grifado.

Segundo. Isso perdurou até meados de 2012 quando a carteira passou por um momento ruim (círculo vermelho). O que ocorreu? Simples! Um negócio chamado MP579 que afetou pesadamente todos empresas do setor elétrico. Veja por exemplo que a carteira de novembro de 2012 era composta por 8 ativos do setor elétrico (empresas em laranja): (SA:OIBR4), (SA:ELPL4), (SA:ELET6), (SA:ELET3), (SA:TRPL4), (SA:COCE5), (SA:ETER3), (SA:CMIG4), (SA:LIGT3), (SA:CESP6).

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Diferencial carteira vs Ibovespa

Terceiro. A carteira passa por momentos ruins também em meados de 2015 e 16. A resposta a essa fraca performance reside na aposta em ativos de qualidade duvidosa ou em empresas em sérias dificuldades operacionais e/ou setoriais, mas que pela forte queda de suas ações acabaram por ter um yield mais alto. Durante aquele período figuraram na carteira ações como: OIBR, GFSA, HBOR, SLED, entre outras.

2º ESTUDO: Seguimos a teoria a risca, ou seja, fazendo trocas uma vez por ano apenas. Fizemos outro “back-test” seguindo a teoria a risca. Ou seja, uma vez por ano vai lá e ajusta a carteira para os maiores yields. Simples assim. Ou seja, em 10 anos teríamos 10 carteiras!

Os resultados:

Estatísticas descritivas

Impressionante como mudou da água para o vinho!! E o melhor o custo dessa carteira é significativamente menor, pois com muito menos alterações o custo operacional é bem menor!! Abaixo o gráfico da performance:

Performance comparada

O que chamou atenção:

Primeiro. A carteira tirou uma diferença muito grande do IBOV em 2 anos. Lembro que computamos julho contra julho, ou seja a carteira se inciava com os yields de final de julho de um ano e auferimos sua rentabilidade em julho do outro ano. Os 2 anos de destaque foram 2010 e 2011, mais de 40 p.p. do Ibov. surfando o bom momento de algumas ações como: TAEE11 (SA:TAEE11), MPLU3 (SA:MPLU3), CMIG4, ODPV3 (SA:ODPV3), entre outras.

O gráfico abaixo mostra o desempenho comparado ao ibov anualmente:

Performance comparada

Segundo. Semelhantemente a carteira com trocas mensais, essa carteira performou mal durante 2013. 2014 e 2015 como reflexo das alterações ocorridas no setor elétrico, o qual tinha uma parcela relevante de participação na composição da carteira.

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Terceiro. Não cabe aqui nesse estudo apresentar a composição de todas as diferentes carteiras (ia ficar muito extenso) mas olhando as composições das 10 diferentes carteiras, vimos uma maior diversidade de setores nas carteiras que seguiram a teoria original o que é bastante positivo.

Enfim, vamos as considerações finais.

CONCLUSÕES

  1. Subverter a teoria e realizar trocas mensais não deu certo! Eleva custos e leva resultados horrorosos!
  2. Seguir a estratégia original de realizar trocas apenas anuais alem de reduzir custos deu um baita resultado superando com folga o benchmarking o Ibovespa.

Apesar de superar o Ibovespa, me pergunto se de fato teria estômago para seguir uma carteira que foi mal por 3 anos seguidos. Olhando para trás é fácil dizer que quem fosse persistente e seguisse a estratégia seria recompensado com bons retornos, mas olhando o retrovisor é sempre mais fácil. Acho pouco provável o investidor seguir confiante na carteira.

Outro ponto que acho no mínimo polêmico é a concentração que por oras vimos. Mesmo considerando a carteira anual que fora mais diversificadas. Tipo 30% do patrimônio num único setor e ainda 60% em setores regulados pelo governo é um risco que eu não gostaria de correr.

Qual a lição eu tiro disso: gestão ativa tem valor!!!! Ainda que o dividend yield seja um importante indicador de análise de empresas, entendo que o uso exclusivo dele pode ser controverso ainda que aparentemente gere bons resultados.

Apesar dos bons números, sigo acreditando que investir com qualidade não é apenas algo quântico e mecânico. É necessário um olhar crítico e qualitativo!

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Então eu prefiro deixar os dogs apenas como pets. Para ter em casa. Levar para passear, fazer carinho e ser um companheiro.

Como curiosidade a Carteira para os próximos 12 meses:

Carteira para os próximos 12 meses

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