Bom dia, leitores das análises diárias do mercado de câmbio. O dólar à vista fechou a semana passada cotado a R$ 5,6903 para venda, conforme informado pelos operadores da mesa de câmbio da corretora Getmoney.
O IPCA-15 subiu 0,43% em abril após alta de 0,64% em março. O acumulado em 12 meses está em 5,49%. Considerado uma prévia da inflação, o índice está bem acima do centro da meta oficial. Com isso, subiram as chances do Banco Central elevar a Selic em 0,5% em maio.
Seguindo este raciocínio, o aumento de juros no Brasil e a possibilidade de corte de juros pelo Fed fazem com que o diferencial de juros entre o nosso país e os EUA aumente, ou seja, o carry trade fica ainda mais vantajoso e desta forma o nosso país fica mais atrativo ao capital estrangeiro (ainda que boa parte especulativo), e por consequência valorize nossa moeda. Com a situação das tarifas existe risco considerável de uma fraqueza significativa do dólar. É prevista uma desaceleração da economia dos EUA e volatilidade no câmbio.
Vamos acompanhar os desdobramentos da política tarifária e seus impactos na nossa moeda. Para o Brasil, parece que a coisa está boa! A China aprovou a abertura do mercado de pesca extrativa para o Brasil e importou 11 milhões de toneladas de amendoim brasileiro. Por outro lado, cancelou a compra de 12 mil toneladas de suínos dos EUA. E o Brasil também vai exportar óleo de aves para alimentação animal para o Peru.
Nesta semana teremos muita coisa para observar. Como, por exemplo, a primeira prévia do PIB dos EUA do primeiro trimestre, com expectativa de grande queda. Também sairão índices importantes como o PCE e o Payroll, índice muito observado pelo Fed, para tomada de decisão de juros. Por aqui o mais importante é o IGP-M, que se mostrar uma inflação maior colabora ainda mais para dificultar a flexibilização da política monetária, ou seja, são esperados juros mais altos por mais tempo no Brasil. Além disso, olho na Ptax de fechamento de mês, na quarta-feira, que costuma adicionar volatilidade ao nosso mercado. E teremos feriado de Dia do Trabalho por aqui na quinta.
No calendário econômico para hoje vamos acompanhar no Brasil o Boletim Focus (8:25 hrs), o IED (investimento estrangeiro direto) de março (8:30 hrs) e a Receita Tributária Federal de janeiro (10:30 hrs). Na zona do euro teremos discurso de Luís de Guindos, do BCE (10:00 hrs). Nos EUA, agenda econômica vazia.
Bons negócios para todos, muito lucro e excelente semana.