Depois de chegar a R$ 5,2460 na máxima do dia no pregão de ontem, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,1967 digerindo críticas do presidente Lula à autonomia do Banco Central.
Internamente, a questão ainda é a mesma. Ontem, o Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, enfatizou que não há qualquer intenção por parte do governo de mudar a atual lei da autonomia do Banco Central e negou que haja pressão sobre qualquer mandato da autoridade monetária. Então continuo com a mesma pergunta: Pra quê? Pra que falar que o presidente do Banco Central tem que se explicar para o Senado? Pra que falar que poderia indicar diretoria contrária a Campos Neto (neste mês devem ser encerrados os mandatos de dois diretores do BC)? Pra que dizer que a explicação do BC sobre a taxa de juros é vergonhosa? Pra que dizer que em governos anteriores tudo ia muito melhor com um Banco Central não-autônomo? Tudo isso causa insegurança no mercado!
No exterior, comentários recentes do chair do Fed, Jerome Powell -- que não endureceu significativamente seu tom sobre a inflação, mas disse que o processo para fazer com que o ritmo de alta dos preços volte para perto da meta de 2% levará "bastante tempo" -- também deram força ao dólar.
Vários membros do Fed se pronunciaram ontem dizendo praticamente a mesma coisa, que o Banco Central dos Estados Unidos ainda tem mais altas de juros pela frente e precisará manter a política monetária restritiva por algum tempo.
Portanto, externa e internamente os acontecimentos levam o dólar à operar em patamares mais elevados, e só vai cair com comprometimento fiscal e sinalizações por parte do governo de um ambiente de paz entre o BC e o executivo! É claro que vamos ter realizáveis de lucros e, nestes momentos, janelas de oportunidades!
Muito ruído interno e tensão! Vamos assistir ao desfecho de tudo isso, esperamos que em breve. Como disse ontem, infelizmente, mais do mesmo…
No calendário econômico para hoje teremos projeções para zona do Euro. No Brasil, IPCA e vendas no varejo. Nos EUA, pedidos por seguro-desemprego. Bons negócios a todos!