Ontem, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,1772 para venda. Um ajuste de posição!
Hoje, investidores do mundo inteiro aguardam a leitura de inflação norte-americana, a qual pode oferecer mais pistas sobre a trajetória de aperto monetário do Federal Reserve. Um dado mais forte poderá desencadear uma nova rodada de valorização do dólar e, por consequência, desvalorização das demais moedas emergentes. Isso porque uma inflação ainda pressionada nos EUA justificaria mais aumentos de juros por parte do Fed, o que tenderia a atrair recursos para o mercado de renda fixa norte-americano, aumentando a demanda por dólares.
Por outro lado, se o indicador vier fraco, mercado mantém a interpretação de que há um processo de desinflação em cursos nos EUA e o Fed teria espaço para moderar o aperto monetário. Isso favoreceria ativos arriscados como ações, commodities e moedas de países exportadores de produtos primários, como o real.
Aqui, no Brasil, o encontro da CMN, órgão responsável por definir os objetivos oficiais de inflação, está agendado para quinta-feira. Mercado teme que a equipe econômica do governo estaria estudando antecipar uma revisão das metas de inflação do país e talvez elevar o alvo a ser buscado pelo Banco Central, e que o presidente da autarquia, Campos Neto, aceitaria a mudança.
Se ele concordar com alterações já nesta reunião, investidores verão isso como fraqueza diante da pressão do governo do presidente Lula, que tem formado um coro insistente para reclamar do patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 13,75%, e questionar a autonomia da autarquia. Internacionalmente a postura do BC de ter começado a subir a taxa básica do país há quase dois anos, de 2% para os atuais 13,75% ao ano, é bem avaliada, dado que o país conseguiu controlar a inflação antes do que outros países.
No calendário para hoje, na Europa temos PIB e variação de emprego. Nos EUA, o CPI (Índice de Preços ao Consumidor) de janeiro e discursos de Harker e Williams do Fomc.
Bons negócios a todos!