O mercado anda mais preocupado em apostar na alta do PIB e da inflação e na rápida retomada da economia do que com a CPI da Covid e seus desdobramentos. Otimismo, galera!
As notícias de bastidores sobre a prorrogação do auxilio emergencial até pelo menos setembro também estão no radar, além dos riscos fiscais. Por gerar um desconforto no mercado a essa possível medida, o dólar parou de cair e o mercado enxerga isso como um fator de pressão.
Esse cenário traz uma dificuldade no dólar em testar os R$ 5,00 que o mercado estava vendo como certo nos últimos dias, mas ainda temos um fluxo comercial positivo na primeira semana de junho para acreditar nestes R$ 5,00. Superávit da balança está em US$ 2,425 bi. Mesmo assim, a rápida depreciação do câmbio recente é de impressionar. Podemos dizer que, desde final de maio, com a sanção do orçamento, as apostas contra o real estão diminuindo muito.
Entre noticias positivas e temores, a volatilidade continua e o câmbio chegou a bater a mínima de 5,0215 nesta terça feira - e máxima de 5,0685.
Dados de ontem: as vendas no comércio varejista brasileiro tiveram a maior alta em 21 anos para o mês, mesmo em meio às restrições rigorosas ainda impostas pela Covid-19, voltando a ficar acima do nível pré-pandemia. E isso pode melhorar ainda mais conforme a vacinação progrida e o comércio reabra de fato. O IGP-DI registrou inflação de 3,40% em maio, percentual superior ao apurado no mês anterior (indicador está pressionado pela inflação e pela alta dos preços nas commodities). Bancos revisaram a relação Dívida Pública/PIB para baixo em 2021.
O déficit da balança comercial dos Estados Unidos recuou 8,2% para 68,9 bilhões de dólares, mas a melhora provavelmente foi temporária, uma vez que a demanda interna permanece robusta. A oferta de emprego por lá saiu maior que o esperado (abril).
De olho no Copom, a extensão do auxílio emergencial pode acender um sinal de alerta para o balanço de riscos em relação às contas públicas. Já está precificada uma subida 75 pontos base para a próxima Selic, mas vamos aguardar para ver.
Devido ao fato de a inflação estar subindo e a atividade econômica retomando, o que devemos olhar agora é se o Banco Central vai elevar os juros além dos 6,5% previstos.
Não posso deixar de passar aqui pelo rali das commodities e a alta da bolsa brasileira, renovando máximas que animam o investidor. Bastante capital estrangeiro entrando na nossa bolsa. E vem aí diversos IPOs para esse ano, alguns ainda neste mês.
O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) disse que ainda esta semana vai instalar a reforma administrativa e iniciará o processo da tributária. A nova CPMF será pauta apenas da última fase.
Enquanto isso, no exterior, o Japão teve um recuo de PIB menor, 3,9% ante os 5,1% preliminares. Os Estados Unidos estão de olho em dados de inflação que saem no final da semana e operam sem rumo definido.
Dados que saem hoje e podem trazer alguma reação ao mercado são: IPCA de maio que deve vir mais alto, impactando em um acréscimo de mais ou menos 1% no índice anual; o fluxo cambial estrangeiro; e, nos Estados Unidos, os estoques de petróleo.