As palavras ontem de Paulo Guedes sobre o câmbio e juros se uniram ao déficit de conta corrente acima das expectativas médias dos analistas, com redução do Investimento Externo Direto e reforçou a desvalorização do Real contra o dólar como o mote do curto prazo, independente do cenário local e internacional.
Já citamos anteriormente aqui a conjunção de fatores que de certa maneira determinam a forte desvalorização do Real frente ao dólar americano, todavia, a realidade é que este processo tem ultrapassado inclusive nossos pares internacionais em termos de intensidade.
O alento para tal movimento já se esperou que viesse da aprovação das reformas como a da previdência, da cessão onerosa e de mais outros fatores, porém a realidade se impõe ao demonstrar que talvez somente o fim da guerra comercial EUA-China dê ao investidor internacional a segurança para retornar a países como Brasil.
Neste sentido, o principal negociador comercial da China, Liu He, diz que conversa com o Lighthizer e Mnuchin, sobre "resolver os principais problemas”.
"Ambas as partes discutiram a resolução de questões centrais de interesse comum, chegaram a um consenso sobre como resolver problemas relacionados (e) concordaram em permanecer em contato sobre as questões remanescentes para um acordo de fase um", disse o comunicado em chinês.
Ou seja, somente retórica, nada de concreto ocorre em meio ao desalento causado pela guerra comercial.
Enquanto isso, o investidor internacional retém seus ativos onde lhe melhor convém, como as bolsas de valores americanas, com seus ativos hiperinflacionados ou juros de baixos a negativos em nível global.
Neste sentido, Guedes disse ontem que a economia brasileira estava começando a se recuperar e ele não estava preocupado com as flutuações da taxa de câmbio que viram o Real fechar o dia mais fraco do que nunca em relação ao dólar.
"Temos um câmbio flutuante, então ela flutua," diz o ministro.
Ele está correto e ao mesmo tempo o mercado evitar a demanda por intervenções governamentais sempre que se julgar afetado também faz parte do jogo de um governo com viés econômico liberalizante.
A agenda hoje reserva dados do mercado imobiliário aqui e no exterior, com o setor registrando o seu maior valor de mercado neste mês no Brasil.
Vendas de casas, Case-Schiller e licenças nos EUA e custos de construção no Brasil estão na agenda do dia.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa na sua maioria e os futuros NY abrem em alta, com correções das altas recentes.
Na Ásia, fechamento positivo, com o lançamento da AliBaba em Hong Kong.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre.
O petróleo abre em alta, com expectativa do acordo EUA-China. O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,01%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,227 / 0,75 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,018%
Dólar / Yen : ¥ 108,95 / 0,000%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / -0,240%
Dólar Fut. (1 m) : 4212,57 / 0,52 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,46 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,65 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 23: 5,94 % aa (1,02%)
DI - Janeiro 25: 6,54 % aa (1,40%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,2469% / 108.424 pontos
Dow Jones: 0,6846% / 28.066 pontos
Nasdaq: 1,3216% / 8.632 pontos
Nikkei: 0,35% / 23.373 pontos
Hang Seng: -0,29% / 26.914 pontos
ASX 200: 0,83% / 6.788 pontos
ABERTURA
DAX: -0,291% / 13207,90 pontos
CAC 40: -0,130% / 5917,19 pontos
FTSE: 0,013% / 7397,24 pontos
Ibov. Fut.: -0,11% / 108766,00 pontos
S&P Fut.: 0,364% / 3144,10 pontos
Nasdaq Fut.: -0,060% / 8370,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,09% / 78,49 ptos
Petróleo WTI: 0,34% / $58,22
Petróleo Brent:0,17% / $63,91
Ouro: 0,16% / $1.458,06
Minério de Ferro: 0,60% / $84,29
Soja: -0,11% / $15,17
Milho: -0,34% / $369,75
Café: 2,79% / $117,80
Açúcar: 0,16% / $12,85