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Dólar: Viés de Alta Evidenciará Perda de Eficácia dos “Swaps Cambiais”

Publicado 13.08.2014, 07:01

O recuo do ímpeto de apreciação do preço da moeda americana ocorrido na segunda-feira e a quase estabilidade de ontem foram atribuídos ao aumento da oferta de “swaps cambiais” para fins de rolagem de posição vincenda ao inicio do mês de setembro, e, na segunda feira, também, ao entendimento de que na fala de Stanley Fischer, Vice-Chairman do FED americano houve sinais de retardamento das mudanças da política monetária americana.

Entendemos que o aumento do volume de oferta de rolagem dos contratos de “swaps cambiais” vincendos ao inicio de setembro , como já expusemos ontem, ao mesmo tempo que sinalizou de forma efetiva a percepção da autoridade monetária de que a tendência do fluxo cambial negativo é crescente, visou disponibilizar mais especificamente aos bancos possibilidade de proteção de suas posições vendidas em ascensão, visto que estão sendo os geradores da liquidez faltante, procurando evitar pressão mais intensa de apreciação do preço da moeda americana.

A fala de Stanley Fischer em Estocolmo não nos pareceu ter impactado na discreta depreciação ocorrida no preço da moeda americana em nosso mercado, pois os números da economia americana são, a rigor, o melhor indicador da probabilidade de mudanças na politica monetária americana. Tanto é que no dia seguinte, ontem, ninguém mais falou disto.

Disponibilizando “hedge” no mercado futuro de forma compatível ao crescimento da demanda por moeda efetiva no mercado à vista, o BC permite que os bancos protejam adequadamente a expansão de suas posições vendidas para geração da liquidez.

Na prática atenua a intensidade da apreciação da moeda americana, como vimos acontecer, mas não conseguirá reverter a tendência, fazendo-a tão somente ocorrer de forma mais gradual como se verá doravante, mas com o BC já com poder fragilizado para proceder ao monitoramento do comportamento do preço com a mesma eficácia, como quando a demanda era concentrada no mercado futuro.

Na realidade, a demanda por parte das empresas com passivos em moeda estrangeira já foi mais expressiva e agora as posições que foram protegidas por “hedge” estão transitando do mercado futuro para o mercado à vista para liquidação com o exterior, o que leva os bancos a ampliarem suas posições vendidas no mercado à vista por serem os geradores da liquidez em divisas efetivas, já que ao Banco Central do Brasil interessa protelar ao máximo a sua intervenção direta no mercado à vista com leilões à vista de divisas efetivas retiradas das reservas cambiais, pois poderia fortalecer a percepção de fragilidade do país em atrair capitais e, na margem, poderia suscitar movimentos especulativos sobre o real.

A rigor esta realidade já é bastante perceptível, a despeito da estratégia utilizada pelo BC que coloca os bancos como geradores da liquidez com ampliação das posições vendidas, num ambiente de fluxos externos com forte tendência negativa e não vislumbrando que esta situação encontre solução de mercado no curto prazo, o que lhe preserva da intervenção direta.

Na medida em que ocorra o comprometimento indireto das reservas cambiais brasileiras evidenciando-se pela relação do total das posições vendidas dos bancos versus reservas cambiais, cresce, também, o risco da ocorrência de movimentos especulativos mais intensos sobre o real.

Se considerarmos que as empresas que estão transitando suas posições anteriormente protegidas por contratos de “swaps cambiais” para o mercado à vista, é possível imaginar-se que ocorre folga então nas posições vincendas de contratos de “swaps cambiais”, que passariam a ser assumidas pelos bancos com a ampliação de suas posições vendidas nas rolagens, um efeito compensatório. Em tese, não haveria necessidade de oferta adicional dos 4.000 contratos de “swaps cambiais” novos diários, pois haveria equilíbrio.

O fato do BC estar fazendo uma oferta maior de contratos de “swaps cambiais” do que aparentemente seria necessário sugere que há uma demanda marginal por parte de empresas com novos passivos a serem protegidos e, também, a presença dos especuladores que podem estar aumentando suas posições com base no excesso de oferta.

Este contexto não permite que o BC reduza o volume de contratos de “swaps cambiais” colocados no mercado, antes de avaliar mais detidamente a presença de especuladores se fortalecendo a partir do mercado futuro.

Para a redução do montante de contratos de “swaps cambiais” colocados, o BC teria que passar a ser o gerador da liquidez no mercado à vista, o que inibiria o aumento das posições vendidas dos bancos, que assim demandariam menos contratos de “swaps cambiais”.

Mas isto, como já destacamos pode trazer também efeitos “colaterais” fortes acentuando a percepção de fragilidade do país, e podendo detonar eventual movimento especulativo sobre o real.

No ritmo atual, logo o BC atingirá US$ 100,0 Bi de contratos de “swaps cambiais” colocados e os bancos um numero expressivo e desconfortante de posições vendidas, que representará endividamento de curto prazo.

Cenário altamente complexo e, que, provavelmente, não encontrará solução no curto prazo, pois o BC parece disposto a reter as reservas cambiais e assim somente com a melhora de fluxos líquidos de recursos estrangeiros poderia ser alcançada uma solução de mercado, que só se espera no médio prazo.

O preço da moeda americana continuará sendo apreciado, podendo ocorrer de forma mais gradual e com a ocorrência de volatilidade, mas de forma irreversível dentro deste semestre, sendo só uma questão de tempo.

Mas há riscos na trajetória, dada a complexidade do quadro no curto prazo.

Estamos defronte o tabuleiro de xadrez e não pode haver movimento errático.

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