No momento que publicamos o M5M de hoje recebemos a informação do acidente em Santos (SP) envolvendo aeronave em que estava o presidenciável Eduardo Campos. Estamos aguardando confirmação das notícias para posteriormente trazer uma análise sóbria de potenciais implicações do evento sobre os mercados.
A economia dos loucos
Para Benjamin Steinbruch, da CSN, "hoje em dia só louco investe no Brasil". Segundo ele, os negócios na indústria caíram entre 25% e 30% e, na falta de perspectiva de recuperação, o país está na iminência do desemprego.
Steinbruch é outro terrorista econômico?
Na verdade, é mais uma voz do setor industrial (atualmente presidente interino da Fiesp) clamando por medidas estruturais em detrimento aos estímulos pontuais. Ora, se os principais setores estimulados, como automobilístico, linha branca, bens de capital e construção civil estão ladeira abaixo, talvez seja porque, neste ponto, a política de estímulos provou-se ineficaz, não?
Voltamos ao debate do espírito animal do empresário, que não quer uma rede de proteção, mas sim um mínimo de visibilidade e ser devidamente remunerado pela tomada de risco.
Marfrig queima, não adianta
Em mais um capítulo do insucesso da estratégia de fomento aos gigantes ou campeões nacionais, os resultados de segundo trimestre do Marfrig trouxeram mais queima de caixa e prejuízo, mesmo após a ajuda extra do BNDES e a venda de ativos pelo frigorífico.
É o típico caso da empresa que cresceu demais via aquisições e tomada de alavancagem com financiamento irrestrito do banco de fomento. Certamente, a empresa melhorou de forma destacada com maior foco e busca por eficiência, mas ainda há trabalho a fazer.
Falando nisso, as manchetes do dia destacam que o grupo JBS, que assumiu ativos e dívida da Marfrig e também tem o BNDES como padrinho, mira crescer com uma nova rodada de aquisições nos EUA...
O grande truque
Matéria da Folha de São Paulo aponta como o governo vem sangrando a Caixa para poupar o Tesouro Nacional e conseguir pagar benefícios sociais, questão que havíamos apontado no M5M de 6 de agosto (ver “CEF em risco”). Segundo a Folha, “a Caixa Econômica Federal está travando uma disputa com o Tesouro Nacional porque está pagando benefícios sociais do governo, como o seguro-desemprego e o Bolsa Família, mas só recebe os repasses correspondentes com muitos meses de atraso.”
Temos assim mais uma evidência concisa de que as necessidades imediatas da política econômica sobrepõem os planos estratégicos das instituições, trazendo uma encrenca para ser resolvida a posteriori.
O timaço (evento imperdível)
O ponto acima vai ao encontro da crítica do economista Manueto de Almeida, que vinha alertando para o “truque” dos gastos com previdência há algum tempo. Mansueto emprestará a sua inteligência ao timaço de economistas convidados pela Empiricus para um debate econômico construtivo a respeito da situação da economia do país. A bancada contará também com os excelentes Eduardo Giannetti e Marcos Lisboa. O competentíssimo Nelson Barbosa foi convidado, mas, infelizmente, declinou por incompatibilidade de agenda. O evento ocorrerá no dia 18 de agosto pela manhã (8h), em São Paulo, com acesso totalmente gratuito para os assinantes da série Fim do Brasil. Os 100 primeiros assinantes que confirmarem presença pelo email rsvp@empiricus.com.br terão sua presença física garantida na reunião, com direito a um delicioso café da manhã. Quem não puder comparecer terá acesso à gravação do evento - se não é assinante, ainda é tempo.
A bolsa dos “corajosos”
A temporada de resultados é o grande destaque do expediente corporativo, com seus números respondendo por algumas das maiores oscilações do pregão.
Mas, curiosamente, quem mais chama atenção é a Viver (VIVR3), cujos resultados virão a público somente nesta quarta-feira à noite. As ações, que vinham de completo marasmo, acumulam alta superior a 50% nos cinco últimos pregões.
Quem diria, de uma hora para outra o mercado resolveu apostar na virada de seus resultados e em uma potencial venda da empresa... E apostar alto.
Se bem que, sem qualquer “informação”, há muita ação por ai subindo. Muitas vezes, não há racionalidade no mercado.. Essa sim é a Bolsa dos corajosos.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.