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Eleição Americana Impacta Sugerindo Postura Defensiva, Difícil Antever o “Pós”

Publicado 28.10.2020, 07:00
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Eleição Presidencial e do Congresso americano não é algo que possa passar insensível ao mercado financeiro global, afinal trata-se da maior economia e o maior centro financeiro do mundo e, ainda mais, quando os dois candidatos potenciais têm visões diferentes, que podem impactar no Brasil, que diferentemente do que se poderia considerar postura racional tem “candidato” e o apoia explicitamente de forma acintosa, e isto pode determinar retaliações em caso de derrota do candidato apoiado, em especial, com a polarização do desgaste em torno da Amazônia.

Então, é sensato que os mercados assumam postura defensiva, já que é difícil prognosticar o “pós eleições” na área econômica, mas também e principalmente, nas questões em torno da pandemia da covid, expressivamente presente e que pode suscitar medidas mais duras e incisivas na prevenção para atenuar os efeitos da segunda onda.

A consideração do fator “covid” como ameaça renovada é imponderável quando se focam as perspectivas em torno da economia mundial.

À margem deste cenário global incerto, o Brasil continua encurralado pelo “corner” da necessidade de ancorar as classes menos favorecidas com programas assistenciais e a carência de recursos para financiamentos destes benefícios.

Hoje, embora haja setores que procurem mitigar a importância, é enorme a preocupação com a retração do consumo que vinha sendo impulsionado pelo fluxo financeiro dos programas sociais implementados ao longo da crise da pandemia, pois na realidade todos supõem mas não há dados concretos e sustentáveis do quanto a retração das benesses dos mesmos pode repercutir na economia, e, naturalmente, afetando a popularidade do governo construída sob os mesmos.

E deve haver muita preocupação com uma possível segunda rodada do coronavírus, embora os dados no país estejam decrescentes, pois, certamente, não haverá recursos para dar sustentabilidade a continuidade do suporte por parte do governo, salvo se houver rompimento do teto orçamentário, e este é o passo que falta para o país ser “rebaixado” no seu rating, embora mantenha um CDS equilibrado visto ser credor líquido nas contas externas.

Entramos na crise com rombo fiscal em torno de 75% do PIB e atualmente ronda os 100%, o que determina pressão sobre o TN para a rolagem da dívida sinalizada pela elevação juro de longo prazo e pressão também para o encurtamento, cada vez mais, do prazo da dívida, o que é ruim para a gestão e forte sinal de insegurança do mercado.

Importante observar que ao início do próximo ano, nos 4 primeiros meses, ocorrerá o vencimento de 15% da dívida e o ambiente inflacionário já está sendo captado no curto prazo, significando pressão inflacionária, o que sugere que o TN não terá vida fácil na empreitada, e o juro tende a subir.

O capital estrangeiro que tinha participação de 20% na dívida brasileira, em 2019, recuou a 9% em 2020, face à queda do juro no Brasil, mas não foi só isto a perda de atratividade também repercutiu na Bovespa que registra saída de mais de US$ 80 Bi este ano ante US$ 40,0Bi no ano de 2019.

As reformas imprescindíveis não evoluem, há muita retórica e pouca eficiência na tramitação e propositura, e quase nenhum foco da necessidade do país intensificar a produtividade.

Adversamente há foco em criar novos tributos, e ressalte-se, da pior qualidade.

O desemprego bateu recorde em setembro, contrariando os ecos otimistas de que há recuperação do emprego, a inflação nos bens de consumo obrigatório alimentícios da população reduz drasticamente o poder de compra, e todos sabemos que é exponencial e nada tem a ver com os míseros 0,94% do IPCA-15. Da mesma forma os preços dos serviços fortemente afetados pelo IGP-M dantesco impulsionado pelo dólar alto.

O consumo também recuou ao início deste mês, mesmo com a ocorrência do Dia das Crianças, pois a propensão ao consumo da população tende a se tornar mais defensivo, com a redução dos programas assistenciais, mas também como nova postura do consumidor brasileiro, agora mais previdente.

E, postura defensiva no Brasil passa obrigatoriamente no Brasil pelo dólar como ativo para reserva de valor, visto que ativos mais sofisticados como ouro, platina e assemelhados são mais elitizados e menos conhecidos, e, a classe média não dependente das benesses governamentais já demonstrou que elegeu o setor imobiliário de baixo custo como sua “nova caderneta de poupança”.

As exportações do agro negócio e metálicos continuam dando suporte à balança comercial beneficiadas pelo “câmbio alto”, e como importamos pouco dada a inércia da atividade econômica efetiva, o saldo torna-se expressivo, mas com impacto restrito, visto que a economia precisa de movimentos recuperatórios homogêneos.

Enfim, este quadro prospectivo eivado de incertezas e dúvidas acaba dando suporte ao preço do dólar, visto ser demandado no mercado futuro, o que contamina a taxa do mercado à vista, já que não há movimento expressivo atualmente de mais saída de recursos do país.

Temos sugerido que o BC, antes que ocorra pressão maior, atue proativamente ofertando contratos de swaps cambiais novos, mas até o momento não o fez, provavelmente não querendo sinalizar este tipo de preocupação, que deveria ter por ser legítima.

Este ambiente tenso e incerto nas perspectivas do país torna muito improvável o recuo esperado na taxa cambial no Brasil, salvo se houver queda expressiva do dólar no mercado internacional consequente do resultado da eleição presidencial.

O Copom deve manter a taxa SELIC na reunião que se findará hoje, mas obrigatoriamente para não perder credibilidade deverá alterar profundamente o “forward guidance”, compatibilizando com a realidade e não com o anseio.

A rigor, defensivamente dólar sustentando viés de alta e Bovespa cedendo ficando abaixo dos 100.000 pontos.

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