Até a farra da liquidez tem os seus dias de ressaca. Entramos essa sexta-feira sobre o mesmo arcabouço de Fed, mas sob outro enfoque.
Ontem lancei diversos desafios no M5M, sendo dois deles direcionados ao pessoal do PRO. Um deles sobre o dólar. De volta à casa de R$ 2,19, as verdinhas voltaram a oferecer uma assimetria de retornos potenciais gigantesca. Mas para qual lado?
Voltamos a um ponto-chave para a divisa - aqui eu te conto.
Nada como um dia após o outro
Quem ler o comunicado da última reunião do Fed ficará com a impressão de total alinhamento de discurso entre os membros. Solta o chope para a galera, um brinde à farra da liquidez!
Quem acompanhou o discurso de James Bullard hoje, dirigente do Fed de St. Louis, viu a coisa de maneira diferente. Bullard disse que a decisão de manter o programa de compra de bônus foi apertada e que pode haver uma redução no volume de compras de títulos já em outubro. De que lado Bullard está?
O lado negro da força
A impressão de alinhamento passada pelo comunicado da reunião do Fed está no placar: 9x1.
Quem votou a favor da continuidade dos estímulos: Bernanke, Dudley, Evans, Powell, Rosengren, Stein, Tarullo, Yellen e…. Bullard!
Quem votou contra: George, justamente o meu Beatle favorito.
Uma coisa é a discussão, outra é votação. Depois da discussão, vota todo mundo junto.
Pode sim ter sido um 9x1 bem apertado.
Maquiavel vive (capítulo 3)
Agora, caso a tirada dos estímulos em outubro se materialize, teríamos mesmo um tremendo erro do Fed.
Deixa ver se entendi: se você está na iminência de dar o tombo, porque alimentar uma falsa impressão de continuidade dos estímulos, dando corda para a euforia na busca por ativos de risco? Para o tombo ser maior?
O mal deve ser feito de uma só vez.
Muy amigo…
Outra questão que vem tirando o meu sono (além do GTA V).
Caso a retirada dos estímulos não aconteça em 2013, como você avalia o caráter de Ben Bernanke?
a) Se ele deixou a retirada dos estímulos para a Yellen (?), está dando um voto de confiança na nova gestão do Fed
b) Largando a bucha para a nova gestão, ele sai ileso com um belo argumento de autoridade: eu fiz minha parte, só você fazer a sua, Yellen.
Vôo de galinha
Muitas vezes bati na tecla da importância da sensibilidade de base de comparação. Ontem mesmo a Randon soltou crescimento de 25% em seu faturamento de janeiro a agosto, conquistado sobre um 2012 que capturou a grande ressaca de vendas por conta da antecipação da demanda (em 2011) à mudança de legislação nos motores (para Euro V, ou Proconve P7). Todo dia OGX puxa ou derruba o Ibovespa com 2 centavos. Dentre outros infinitos exemplos.
No dessa sexta-feira, as ações da Tec Toy dobram de valor na Bolsa Brasileira. Não, ela não ganha nada com o lançamento do GTA V. A disparada das ações de R$ 0,01 para R$ 0,02 se dá por outra técnica de hipnose…
O que você prefere?
Se expor às grandes assimetrias, ao beta e à capacidade substancial de ganhos acima da média, ou ganhar pouco de forma consistente, mas com menor perfil de risco?
Recebo muitos emails de assinantes do PRO para dar uma olhada na carteira deles, ou, dentre este ou aquele ativo, qual que ele deve comprar. Muitas vezes gosto dos dois, e a solução está justamente no perfil do cidadão. Tento ponderar isso para chegar à melhor indicação caso a caso.
Aconteceu agora há pouco, respondendo à dúvida do Claudio, que buscava uma ação para se expor à dinâmica de dólar. Embraer (mais resiliente) ou Minerva (mais beta)?
É mais ou menos essa a ideia que tivemos ao criar as diferentes séries de assinaturas da Empiricus. As Ações Milionárias, por exemplo, são para quem busca multiplicação de valor explorando assimetrias. Já as Vacas Leiteiras são para quem busca retorno recorrente, resultados resilientes e política interessante de dividendos.
Hoje é dia das Vacas Leiteiras. Mas interessante que colocaria essa no meio-termo. Apesar do perfil de risco baixíssimo, e um retorno via dividendos muito bom, próximo de 10% ao ano, ela oferece uma boa possibilidade de ganho via valorização no preço das ações. É a chance de comprar a preço de IPO.
Desculpa Chiquinho (mea culpa)
Chiquinho Scarpa não estava enterrando o Bentley pelo preço da gasolina, tampouco vai se mudar para a Venezuela. Tudo não passou de uma campanha de marketing genial:
"Tem gente que enterra algo bem mais valioso, coração, rim, seus órgãos. Isso sim, é absurdo"
Não, não há filas na concessionária da Bentley.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.